O homem que ri

O homem que ri Victor Hugo
Victor Hugo
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Resenhas - O Homem que Ri


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helmalu 17/11/2024

O homem que ri
É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos. Essa frase sumariza perfeitamente o livro. Gwynplaine é uma criança que foi arrancada de seu lar, desfigurada e transformada em uma figura que eternamente ri, para entretenimento alheio. Ainda criança passa por sofrimentos inimagináveis.
Encontra refúgio com Ursus, um personagem peculiarmente adorável.
Essa história de Gwynplaine é a história do povo, que passa pela vida somente para pagar impostos, trabalhar e sofrer. Enquanto os nobres são ociosos. Esse contraste de classes é a forma como Victor Hugo apresenta a nós é a melhor parte da narrativa, ele consegue de forma explícita mostrar o quanto o povo é explorado e o quanto a nobreza é inútil. Afinal de contas, é preciso que alguém mande e que muitos obedeçam.

***

Demorei muito pra conseguir terminar esse livro, pois apesar de ser muito bem escrito, é uma escrita detalhada DEMAIS e que traz muitas informações que são repetidas em uma prosa arrastada e prolixa. Todavia, de modo algum essa seja uma leitura chata, pelo contrário, muito interessante e com algumas revelações que fazem o leitor se manter interessado no desfecho.

Sobre o desfecho, talvez aqui eu dê algum spoiler, mas mesmo esperando que fosse algo ruim, eu não imaginava algo tão trágico e fiquei muito mais triste pelo Ursus e pelo Homo.
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Carol Kowalski 26/09/2024

Que livro, sras e srs, que livro!
Meu 2º contato com Victor Hugo, sendo o primeiro O Corcunda de Notre Dame, e gostei muito mais deste.

O livro é paradoxalmente sem muita gordura (TUDO falando tem um porquê), mas várias partes muito descritivas. 6 páginas descrevendo uma certa pessoa deitada numa cama, tipo??? E sinceramente não é o tipo de descrição narrativa que me imerge, mas sim que me tira da história. Mas isso sou eu, e também único ponto negativo.
Quando a coisa engrena, mal dá pra respirar

Os discursos do Ursus e, mais pro final, do próprio Gwynplaine, que coisas mais maravilhosas do mundo! É cada lapada na cara que a gente fica até tonto hahahahah

Acho que falar sobre sarcasmos, injustiças e sofrimentos é só fazer repetir o que a maioria já escreveu, então deixo só minha impressão mesmo.

E outra coisa que me toquei: corcunda, desfiguração... Será também uma característica do autor tal qual a descrição excessiva? Próximo da lista provavelmente Miseráveis...vamos ver.

Mas antes preciso digerir tanto conhecimento e recolher o que sobrou de minha pessoa depois do final.
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Abduzindolivros 08/09/2024

?é do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos.?
Um garoto de dez anos é abandonado no cais em pleno inverno. Em seu rosto, a marca de um sorriso grotesco e perene, esculpido pelos comprachicos ? sequestradores de crianças, que o largaram.

Mesmo miserável, consegue resgatar uma bebê quase morta de um monte de neve. A providência o leva até Ursus, um saltimbanco que os acolhem e os criam como se fossem filhos. Mas o passado vai reivindicar a posse pelo sangue que corre nas veias do Homem Que Ri ? e sua vida nunca mais será a mesma.

O livro começa nos apresentando à dupla Ursus (um homem) e Homo (um lobo), que vagueiam pela França em uma carroça se apresentando e vendendo remédios. Num período em que itinerantes eram malvistos, Ursos goza de certos privilégios por saber bajular as pessoas certas. Nas paredes de sua carroça, estão escritos os títulos e posses de todos os lordes do país.

As informações são repassadas em detalhes, e parece tudo muito chato, encheção de linguiça; PORÉM, enquanto o Hugo me brindava com longas descrições de castelos, costumes, árvores genealógicas e propriedades da nobreza ? muitas ideias iam se formando na minha mente.

Eu ficava pensando sobre abandono de incapaz, pessoas com deficiências, pobreza, descaso dos nobres e autoridades, entre outros assuntos, e dessa forma meu espírito ia sendo preparado para o que estava por vir.

A entrada de Gwynplaine e Dea na trama é uma passagem cheia de tensão e angústia. Hugo narra com tanta maestria que eu sentia a esperança sendo minada de dentro de mim, e reacendendo na hora certa, como um fogo na lareira abençoando alguém com gelo nas veias.

Toda a trama é permeada de sarcasmo, drama e críticas sociais. Explora muito bem o peso que a riqueza dos poderosos coloca sobre os pobres, e como o entretenimento dos ricos é muito mais importante do que os sentimentos e angústias dos menos favorecidos.

Vemos exemplos práticos disso em toda trama, indo além da óbvia mutilação de Gwynplaine que o obriga a rir mesmo diante do escárnio, da pobreza e da morte. Mesmo quando sua alma instruída deseja falar sério, sobre tudo o que sua consciência repara sobre o mundo, o riso dos seus lábios cortados só faz com que as pessoas tirem sarro e o tratem como um palhaço.

Victor Hugo entregou uma história cruel e com muito menos esperanças do que trouxe em ?Os Miseráveis?. ?O homem que ri? é para mostrar como nós nos contentamos em tocar violino enquanto o Titanic afunda, enquanto sustentamos o topo de uma pirâmide composta por 1% da humanidade ? mas que pesa como um planeta inteiro sobre nossos ombros desnutridos.

O final partiu meu coração. Sem palavras.

A simetria com a qual Hugo narra é encantadora. O final do livro termina no começo, mas de uma forma que transforma quem lê. Vale a pena passar por todas as palavras que ele escreveu ? nenhuma frase está ali sem algum propósito. Muitas reviravoltas me deixaram de queixo caído.

Eu não tenho muito mais o que dizer sobre este livro sem correr o risco de dar spoiler e estragar a experiência sublime que é ler Victor Hugo. Apenas façam. Deveria ser leitura obrigatória nos cursos de direito, medicina, psicologia, e sobretudo, para candidatos a cargos públicos.

Recomendo fortemente.
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Gabriela.Andrade 28/08/2024

Se tivesse a opção de 6 estrelas eu daria 6 estrelas!

Tem divagação? Tem! Tem cafonice? Tem tb, mas é Victor Hugo e nada desses detalhes tiram o brilho da obra prima q é um livro dele

Já estou ansiosa pro próximo
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AdriLittig 27/08/2024

O homem que ri
Vitor Hugo escreve de forma poética, claro que alguns trechos são um pouco longo demais, porém a genealidade desse autor é impar. Muitas partes do livro são impactantes, destaco a caminhada de Gwinplaine ainda criança vendo o enforcado na praia, o encontro com a pequena Dea e o acolhimento de Ursos que foi muito emocionante. O ponto alto é o discurso na câmera dos lordes, reviravoltas e um final amarrado e cheio de emoção. Para meditar: o personagem chama atenção dos poderosos que ignoram que com todo poder existe uma balança de Deus onde nos pratos está o poder de um lado e a responsabilidade do outro. Enfim vale muito a leitura.
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D3ad.rar 21/08/2024

O Homem que ri:
Sendo esse meu primeiro contato com a obra de Victor de inicio eu senti um pouco de estranhase, porém com o passar das páginas vim me familiarizando com a escrita e com história contada.
Olha a obra toca muito em pontos cruciais da percepção humana, eu chorei uma uma bebê nos últimos capítulos, fazia muito tempo que não chorava desta forma.
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Matheus.Correa 27/07/2024

Obra Prima sobre retalhos e dores que tornam o homem, humano
Você está prestes a ler uma obra prima, então tire os sapatos.
O livro é uma obra de arte que retrata a vida de dois jovens, seu mentor humano e um canídeo.
O garoto sendo fruto de contrabando por um grupo que comprava crianças e as mutilavam para vender aos circos e zoológicos, para serem atração de um povo rico e vil.
"De certa forma, o Rei Billy é a criança gorda com o rosto sempre colado na vitrine da loja de doces. Ele ama e compreende boa música, mas não é capaz de produzi-la. Conhecedor de balé e de tudo que é gracioso, Sua Alteza é destrambelhado, uma sequência ambulante de estabacos e episódios cômicos de trapalhadas. Leitor contumaz, crítico certeiro de poesia e patrono da retórica, o Rei Billy combina a gagueira de sua comunicação verbal à timidez que não lhe permite mostrar sua poesia ou prosa para mais ninguém." - Dan Simons, Hyperion.
Victor Hugo, escritor e crítico de sua época, transborda um apelo necessário para uma análise profunda do comportamento humano e de suas camadas, não estou aqui dizendo sobre a "bondade incondicional humana" e sim estabelecendo que se o indivíduo não está em um lar responsivo, a percepção do mundo que o assola é diferente e, se tratando de uma época neoliberal de frases pomposas de uma psicologia positivista e corporativa é necessário compreender que os mais miseráveis e menos remunerados tem uma tendência maior a desenvolver transtornos psicológicos.
Em um homem que ri, Victor Hugo nos mostra a dor de andar pelas ruas e o apelo firme ao processo de não querer ter filhos, porque ter um, era buscar por uma dor inegociável.
A forma como o autor tem de identificar problemas e trazer o apelo ao público que o lê é diferencialmente uma de suas maiores qualidades. Ter a facilidade de ter o contato e tranferir da maneira mais minuciosa e específica possível, tendo o trabalho árduo de encher as páginas de substantivos, de presença.
O homem que ri é sobre um ser humano assolado e que vê muito do que tem ser tirado e restituído de maneira abrupta, sem o seu consentimento.
"? Não conhece o Homem que Ri? ? Não. ? É um palhaço. Um boy da feira. Um rosto impossível, que todos iam ver por dois soldos. Um saltimbanco. ? E daí? ? O senhor acaba de recebê-lo como par da Inglaterra. ? Mylord Mountacute, O Homem que Ri é o senhor." - na caracterização de que as tempestades humanas são maiores que as oceânicas, e trazendo a contextualização de Gwynplaine pequeno, com o rosto transfigurado, junto de Deus, garotinha que ficou cega pelo frio (aos amigos mais fãs de frio do que de calor, refutem agora?). Na dor, de uma Europa desamparada e que não questionava o valor ético aos mais pobres, vemos Ursus e Lobo acolhendo duas crianças e vivendo com elas.
Sempre rejeitado Gwynplaine se vela de ressentimentos, de dores e lamentações. Tendo os olhos apenas para Dea, mas o livro não é sobre um amor, muito distante disso. É sobre paixões.
As paixões que assolam ao peito de Ursus, receoso e perseguido pela coroa, porque o bendito tinha um lobo. E era proibido ter um lobo, onde já se viu? - Victor Hugo traz ao debate o ridículo porque ele é lúdico. As proibições dos abastados ao povo como uma dominação.
Pobres são vítimas de opressões, o autor, sendo político e versado, conhecia as instituições e o coração institucionalizante.
O livro é denso, doloroso e com citações que facilmente estariam em um livro de aforismo. É doloroso pelo lixo dos abastados e a miséria dos mais humildes. Recomendo, porque é uma obra prima da literatura, cortante, fulminante e áspero. Se você falar em voz alta passagens como:
"Essa é minha história. Vários dos senhores conheceram meu pai, eu não o conheci. Sua ligação com ele vem do seu lado feudal, e a minha, do seu lado proscrito. O que Deus fez está bem feito. Fui jogado no abismo. Com que finalidade? Que eu enxergasse seu fundo. Sou um mergulhador e trago de volta a pérola, a verdade. Falo porque sei. Os senhores me ouvirão, mylords. Eu vivenciei. Eu vi. O sofrimento não é uma palavra, não, senhores felizardos. Pobreza? Nela cresci; inverno? Nele tiritei; fome? Eu a experimentei; desprezo? Eu o sofri; peste? Fui sua vítima; vergonha? Eu a bebi. E a vomitarei diante dos senhores, e esse vômito de todas as misérias respingará em seus pés e se inflamará. Hesitei, antes de me deixar conduzir a este lugar em que estou, pois em outro lugar tenho outros deveres. E não é aqui que meu coração está." - Entende agora? Amigo e amiga, leitor do meu coração, compreende? O Homem que Ri é uma tese que estuda a humanidade como problema e a mostra como solução. Depois de passar por problemas significativos, a personagem principal se surpreende pelo que um nome pode lhe dar, mas rejeita, ele se lembra do dia em que foi acolhido em uma casa pobre, esnobado por suas condições, e com uma visão nada turva de sua experiência, sabe onde o seu coração está.
"Os senhores são a quimera, e eu, a realidade. Sou o Homem. Sou o medonho Homem que Ri. Que ri do quê? Dos senhores. Dele mesmo. De tudo. O que é esse meu riso? É o crime dos senhores e é meu próprio suplício. Esse crime, eu lhes jogo na cara; esse suplício, eu lhes cuspo no rosto. Eu rio, e isso quer dizer: eu choro." - Valeu a pena cada página desse livro.
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Mateus293 16/07/2024

Victor Hugo é Victor Hugo
O Homem que Ri é um romance histórico publicado por Victor Hugo em 1869. A história do livro se passa na Inglaterra nos meados do fim do século XVII e início do século XVIII e retrata o lado mais sombrio da natureza, mais especificamente da aristocracia inglesa.

Na trama, acompanharemos a história do jovem Gwynplaine, quando criança é raptado por um grupo de traficantes de crianças, tendo seu rosto totalmente desfigurado pelo bando, toda sua boca e bochecha foi cortada ao modo de que sua aparência ficará com um permanente semblante de riso. Após o infeliz ocorrido, o jovem é abandonado perto da área de Portland, onde terá que ganhar a vida como palhaço em circo.

Nas obras de Victor Hugo, existe uma característica interessante em muitos de suas obras: o sublime e o grotesco. Hugo, defendia que a arte deveria surgir a parir da intrínseca união do feio e do belo. E aos moldes do transfigurado Quasímodo e da bela Esmeralda em O Corcunda de Notre-Dame (1831), teremos algo similar em O Homem que Ri (1869).

A união entre o belo e o grotesco em Homem que Ri será concretizado pela união das personagens Gwynplaine e Dea. O primeiro representando o feio, o grotesco, o horror; e a segunda, representando o belo, o sublime, o elevado. Gwynplaine com seu rosto cortado e Dea cega representaram esse lado trágico que é bastante comum nas obras de Victor Hugo.

Victor Hugo, como de praxe, faz severas críticas sociais. Nesta obra, o escritor volta-se contra a aristocracia. O autor utiliza contrapontos ilustrando a vida abundante dos lordes e a condição miserável de vida os pobres. Segundo o autor, em uma das passagens, ele afirma que é do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos.

obra de Victor Hugo, além de ser um clássico da literatura mundial, também influenciará o cinema. A principal influência - e também a mais conhecida - é que o palhaço com rosto cortado de Hugo será uma inspiração direta para a criação de um dos vilões e criminosos mais conhecido e amado do cinema: o Coringa

O Homem que Ri de Hugo também inspirará o importante filme expressionista estadunidense homônimo de 1928 dirigido pelo diretor Paul Leni. O filme mudo com sua estética, o rosto transfigurado da personagem, maquiagem exagerada e iluminação com fortes contrastes entre o claro e o escuro será uma decisiva influência para a história do cinema, para o movimento expressionista, e também para a subcultura gótica e o cinema de horror.
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Luísa.Poíesis 22/05/2024

O sorriso que esconde a dor do trauma
Para aqueles que não sabem a historia por trás : O romance foi escrito durante um período em que Victor Hugo estava exilado da França devido à sua oposição ao regime de Napoleão III. Durante seu exílio, Hugo se dedicou a escrever obras que explorassem as questões sociais e políticas de sua época. "O Homem que Ri" é uma expressão literária de suas preocupações com a desigualdade, a crueldade e a exploração.
Crianças sendo machucadas por puro prazer e pela mentalidade obscura vinda pelos adultos.
Cada detalhe do livro simboliza uma mensagem filosófica com seu simbolismo.
A cicatriz eterna no rosto de Gwynplaine, que tem um sorriso esculpido em seu rosto, simboliza a deformidade moral da sociedade principalmente os ricos da época. A história destaca a diferença entre as classes sociais e critica a aristocracia corrupta que explora e oprime os menos favorecidos e miseráveis.

Além disso, "O Homem que Ri" também aborda temas mais relacionados à busca pela verdadeira beleza interior e à resistência aos estereótipos superficiais. A obra reflete a visão humanista de Hugo, enfatizando a importância da compaixão, empatia e justiça na sociedade.

Em resumo, "O Homem que Ri" é uma obra que reflete o engajamento social e político de Victor Hugo, abordando as injustiças de sua época e promovendo a reflexão sobre a natureza humana e a sociedade. Sendo a prova mais clara de que o riso nem sempre é Alegria, podendo representar até a mascara da mentalidade monstruosa da humanidade.
CPF1964 24/05/2024minha estante
Excelente resenha, Luisa. ????


J. Silva 25/05/2024minha estante
Bela resenha. Parabéns!


Luísa.Poíesis 25/05/2024minha estante
Muito obrigada Cassius e Jairo! ??




florescerdaleitura 22/05/2024

Um menino condenado ao riso eterno - uma neném que ficou cega - um homem chamado Ursus e seu lobo de nome Homo. Eis os personagens de O homem que ri escrito por Victor Hugo.

Ler esse livro é refletir sobre, e principalmente, nas marcas profundas que as desigualdades sociais causam na sociedade como um todo. Pode soar um tanto monótono falar que a opulência de poucos é erguida pelo infortúnio da maioria. Mas é isso que o autor me diz nas linhas desse romance.

Romance que diz o tempo todo que o riso e a cegueira, Gwynplaine e Dea, resumem o sentido da palavra miséria. Sinto falta deles e do amor que um sentia pelo outro. Dentro do caos que foi a história, esse foi o sentimento que ficou em mim dessa leitura.
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Karina.Maman 29/04/2024

Uma obra prima
Belíssimo!
Estou em choque até agora com o final!
Victor Hugo é um gênio atemporal. Ninguém constrói cenário, personagens e narrativa como ele.
História recheada de referências, muito fato histórico, filosofico e sociocultural.
Amei a profundidade empregada a Ursus e Homos e aos queridos Gwenplayne e Dea.
Com certeza esse é um dos meus favoritos da vida!
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laramaximo 27/02/2024

O livro que inspirou a criação do Coringa
Esse livro se passa na terceira pessoa, na Londres do século XVII e conta a história de um menino chamado Gwynplaine, um menino que ainda na infância foi sequestrado pelos comprachicos (pessoas que sequestravam criancas e as deformavam para vendê-las à nobreza como forma de entretenimento).

Os comprachicos fizeram cortes na boca do menino de modo que ele parecia estar sempre rindo, mesmo quando estava chorando.

Gwynplaine foi abandonado e, encontrando-se em uma floresta em um inverno muito rigoroso, ouviu o choro de um bebê. Era uma bebezinha tentando mamar no seio de sua mãe, que morreu congelada.

O menino então toma a menina em seus braços e continua andando com ela até encontrar um homem chamado Ursus que vivia sozinho com seu lobo (chamado Homo) em uma espécie de casa-ambulante.

Ursus e Homo adotam a criança e o bebê, e passam a levá-los às apresentações que Ursus fazia com seu lobo pelas cidades em que passavam, como forma de ganhar dinheiro. Ursus utiliza o menino como atração - devido à deformidade em seu rosto - e o menino torna-se bastante famoso na região.

Fim da resenha sem opinião.

Agora com opinião:

Que livro MARAVILHOSO. Victor Hugo ensina tudo sobre como funcionava a aristocracia da época, a hipocrisia da igreja católica ao saber da existência dos comprachicos e mostra como os seres humanos podem encontrar amor mesmo nas situações mais adversas.

Ursus é um dos melhores personagens que eu já vi. Um homem extremamente sensível que preferiu se isolar do que conviver com a população hipócrita, mesquinha e egoísta da Inglaterra naquela época e resolveu educar as crianças como se fossem seus filhos.

O livro tem um final lindo, emocionante e me fez chorar algumas vezes ao imaginar as cenas de Gwynplaine envergonhado de seu próprio rosto, ao mesmo tempo em que sua ?irmã? (a bebezinha que ele resgatou) crescia ao seu lado totalmente cega dos dois olhos, enxergando o Gwynplaine como o homem mais lindo do mundo pois ela via apenas o seu coração.

Cada página vale muito a pena.
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Bea 24/02/2024

Lorde Gwynplaine - A sociedade do escárnio
Inicie e termine no mar. Mergulhe nas profundezas do vazio, do abandono, da providência e das tragédias e terá uma família incomum que, entre tantas misérias, encontraram o paraíso no amor. A natureza acolhe o que a sociedade despreza. Aqui, acompanhamos os infortúnios de Gwynplaine, um menino vítima de uma soma de fatalidades (percebo que o autor tem uma inclinação por destinos fatais). Gwynplaine, o homem, o espectro, o símbolo. Advogado do povo, voz dos que não falam, sobrevivente hercúleo dos desprezos dos soberanos. Porém, uma maldição: um riso eterno entalhado em seu rosto. Crueldade permanente que lhe possibilitou as maiores conquistas e humilhações possíveis. Para sempre condenado entre o sublime e o grotesco. Entre os aplausos e os escárnios. Destinado a ser, como Victor Hugo diz, "a angústia petrificada em hilaridade, carregando o peso de um universo de calamidades, e estava emparedado para sempre dentro da jovialidade, dentro da ironia, dentro da diversão alheia; ele partilhava com todos os oprimidos, dos quais era a encarnação, essa fatalidade abominável de ser uma desolação não levada a sério; zombavam da sua desgraça; ele era sabe-se lá que grande bufão saído de uma espantosa concentração de infortúnios, evadido da sua prisão, endeusado, elevado do fundo da ralé ao pé do trono, misturado às constelações, e, depois, de ter divertido os danados, divertia agora os eleitos! Tudo que nele havia de generosidade, de entusiasmo, de eloquência, de coração, de alma, de furor, de ira, de amor, de inexprimível dor se resumia a isto: um acesso de riso?” (p. 486). Hugo traz o amargo desespero do mundo nas aberturas mutiladas do riso forçado de Gwynplaine. E todos riem dele, que chora, que grita, que desmorona.
Preciso incluir um comentário comparativo aqui, pois era meu objetivo desde o ínicio do livro. Gwynplaine conheceu o amor, o carinho e a ternura quando encontrou a pequena Dea e foi acolhido por Ursus e Homo. Encontrou sucesso através do seu riso permanente. Conquistou o calor de uma família, de um acolhimento, de um porto seguro para os conflitos internos que enfrentava constantemente. Quasímodo, em “?O Corcunda de Notre-Dame?”, por outro lado, jamais conheceu o amor. Foi adestrado, foi desumanizado desde pequeno. Foi acolhido pela sociedade uma única vez, pelo riso, na festa dos bufos. No dia seguinte, os mesmos que o ergueram e o aplaudiram, assistiram satisfeitos ele ser chicoteado por horas. Ainda, amou sem ser amado. Nem por aquele que considerava pai, nem pela menina que foi gentil com ele uma vez. Em casos de personagens desprezados pela sociedade, poderia dizer que Quasímodo foi mais desafortunado que Gwynplaine. Apesar de “?O Corcunda de Notre-Dame”? pouco revelar os sentimentos de Quasímodo, pois foca propriamente em Notre-Dame, Frollo e Esmeralda, podemos dizer que em temática de grotesco x sociedade, Quasímodo conheceu o desmoronamento do desprezo social. Gwynplaine o conheceu da mesma maneira, mas, pelo menos, pode se refugiar no amor de sua família nômade e suas apresentações esplêndidas.
Uma leitura mais fluida de Victor Hugo, porém densa e angustiante. Apaixone-se por Ursus e Homo. Encante-se por Dea. Mas, principalmente, admire a seleção assertiva de palavras, pensamentos, situações e denúncias que Hugo insere nas perturbações de Gwynplaine. Experimente, a cada nova fatalidade, a seguinte veracidade: “?É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos?”. Afunde nessa atemporalidade desesperançada.
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Bastos 03/02/2024

O livro é muito bom só que é diferente do que eu esperava

A estoria tem uma ótima premissa e envolvente só que o autor não desenvolve ela direito, focando bastante em monólogos sobre a compreensão da condição humana. Todos esses discursos são maravilhosos e te levam a entender profundamente à cultura da época, aos cenários e à política. Tudo isso com críticas que são válidas até hoje.

Os personagens são maravilhosos e bem construídos, o amor entre Dea e Gwynplaine é algo tão puro e genuíno que só lendo o livro pra conseguir entender.

O maior problema aqui é o excesso de descrição e nomes de personagens e palácios que não agregam em nada. São inúmeras páginas seguidas que vai lendo sobre isso que dá até raiva. Outro problema é a falta de intrigas, o autor focou tanto na crítica que simplesmente acaba abandonando a estoria com uma conclusão simples.
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stcarvalho0102 31/01/2024

Que livro, meus amigos! Que livro. Com uma reviravolta de cair o queixo e um final surpreendente! Não vejo a hora de ler outros livros do autor!
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