Silvana 19/06/2022
Se tem uma coisa que Lady Constance Stonewell abomina, são os homens que escondem segredos por trás de reputações impecáveis que só são descobertos quando já é tarde demais, no caso quando já se aproveitaram da inocência das ladys que se tornam suas esposas. Por isso ela faz o possível para abrir os olhos das jovens o quanto antes e usa as armas que tem em mãos, ou seja o bom e velho mexerico. E quando Constance descobre que Julian Haywood, o respeitável conde de Apthorp, esconde um segredo obscuro por trás de sua reputação impecável e que ele pretende se casar com um amiga, ela não hesita em lhe contar a verdade.
O que Constance não imaginava é que suas palavras fossem parar em um jornal, acabando não somente com a reputação do conde, mas também com sua carreira e a esperança de quitar enfim suas dividas com o projeto que Julian vinha trabalhando há anos. E se fosse somente pelo conde Constance até daria um jeito de não ouvir sua consciência, mas desde que quase acabou com a reputação da sua cunhada por causa de uma fofoquinha, seu irmão Archer Stonewell, o duque de Westmead, fez Constance prometer que nunca mais faria aquilo, por isso ela precisa dar um jeito e resolver aquela situação. E Constance só consegue pensar em uma solução: se oferece para se casar com Julian.
O que Constance não esperava era que ao confessar ser ela a responsável por sua desgraça, ela estaria dando uma facada no peito de Julian, que a ama em segredo há oito anos, e por isso ele recusaria sua mão. Constance sempre soube que Julian a achava inadequada, pois não perdia uma oportunidade de demonstrar isso, mas ainda assim ela sentiu a rejeição. Mas ela não se deixou abalar por muito tempo e fez uma outra proposta, de apenas fingir que eles estavam comprometidos até o projeto de Julian ser aprovado, o que pode acontecer dentro de um mês se eles conseguirem reverter a situação. Só que em um mês tanta coisa pode mudar, inclusive Constance descobrir que sempre esteve enganada e de chato Julian não tem nada.
Eu li O duque que eu conquistei em 2020 e ele entrou para a lista de melhores romances de época que eu já li. Então imaginem a expectativa para a leitura desse segundo livro, ainda mais que a Constance é uma personagem que já tinha chamado muito a atenção no primeiro livro da trilogia. Mas as resenhas desse segundo livro começaram a sair e todos negativas, por isso desanimei da leitura e ele ficou lá na estante até agora, quando bateu a vontade de ler. E até que gostei bastante, mas sabe quando falta alguma coisa? Até o momento que escrevi essa resenha eu não consegui identificar o que é, mas provavelmente tem alguma coisa a ver com o protagonista masculino.
Não que ele seja um personagem ruim, pelo contrário. Ele fez uma coisa tão romântica no final do livro que me derreti por ele. Mas sabe aquela sensação de que o personagem promete, mas não cumpre? É igual quando leio que a personagem é a frente do seu tempo e a única coisa que encontro é um mulher teimosa e inconsequente. Por todo o contexto da trilogia, para quem não sabe a trilogia prometia ser o Cinquenta tons de época e ela realmente gira em torno de uma casa noturna onde as pessoas vão para praticar BDSM, eu esperava mais do personagem que ficou só na promessa. Temos poucas cenas mais ousadas, já li muito romances de época com cenas bem mais quentes que nesse.
E não foi só nessa questão que o personagem me incomodou, eu também não consegui enxergar esse amor todo que ele dizia sentir pela Constance todos esses anos. Tenho que concordar com ela que se aquilo era amor, ela não quer mais ser amada por ele. Sem falar de uma cena em questão que eu não acreditei que ele teve aquela atitude. É spoiler então só selecione se quiser ler. Teve uma situação no passado que Constante quase foi estuprada e Julian não fez nada, mesmo sabendo o que estava acontecendo e conhecendo bem o caráter do fulano já que ele tinha feito o mesmo com a irmã dele. Não consegui engolir que ele deixasse qualquer mulher passar por aquela situação, ainda mais quem ele dizia amar tanto.
Agora falando em Constance, que personagem incrível. Enquanto Julian ficou só na promessa, ela entregou tudo e mais um pouco. Tudo o que esperei nela, eu vi ali durante a leitura e ainda consegui me surpreender várias vezes. E o legal do livro é que Constance erra sim, mas ela sabe reconhecer o erro, pede desculpas e conserta o que fez. Uma das melhores mocinhas de época que conheci e vou sentir saudade. E já vou partir para o terceiro livro da trilogia que promete, até porque o cenário é justo o tal antro de perdição. Quanto a capa, assim como aconteceu no primeiro livro que era a Poppy escrita ali, aqui também basta um olhar e já lembramos de Constance.
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