Laranja Mecânica

Laranja Mecânica Anthony Burgess




Resenhas - Laranja Mecânica


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Diano 09/08/2021

A minha liberdade é mais valiosa do que a sua?
Eu poderia passar um dia inteiro falando sobre esta obra, contudo, irei resumir este escrito em tais palavras:

Alex - o jovem problemático e irremediavelmente maléfico- é surpreendido em sua vida de crimes noturnos através de sua apreensão pelas autoridades após um assassinato de uma Sra. solitária e excentrica, posteriormente, o indeliquente é escolhido para participar de uma experiência sociopsicológica ( método Ludovico) alterando a sua percepção acerca de seus atos violentos.

A experiência e a questão da liberdade:

Após ser manipulado com o método Ludovico,Alex, cria ojeriza; a grosso modo: um [*****] de um mal-estar e perturbação sempre em que o prazer gerado pela violência tenta dominar o jovem mancebo. A experiência conecta aquilo que lhe causa prazer ( a nona sinfonia de Beethoven) aos seus atos ilícitos, gerando um conflito de prazer e desprazer em Alex ao ponto de o mesmo não conseguir executar os tais atos criminosos, tendo em vista que os seus atos violentos estão conectados ao que lhe é "bom" e "belo" em sua concepção. A noção de profano e pecado é manifesta em sua mente.
Alex não tornara-se um bom indivíduo após a experiência, apenas sofreu uma espécie de castração psicológica após os testes, isso faz com que o mesmo fique em um estado de torpor e inutilidade vagando por sua cidade e sendo chutado por todos os cantos que poderia receber algum acolhimento. A moral não apenas de Alex mas de vários outros indivíduos - representando obviamente as camadas e instituições sociais- é analisada e confrontada com a seguinte questão: qual seria a resposta da família, governo, partidos e intelectuais quando, em determinada oportunidade, os mesmos conseguissem um poder mais abrangente em relação ao comportamento dos indivíduos? Os limites dos atos e da liberdade poderiam ser manipulados em grande escala de modo a gerar alguma organização social? A quem isso favoreceria?
Laranja mecânica é uma distopia que tenta dialogar acerca da necessidade de controle que os indivíduos tentam impor sobre os outros e, de forma medonha, justificando tais atos nas concepções abstratadas de liberdade e organização social.

Taty 12/08/2021minha estante
Sempre tive medo de ler esse livro, pois falavam para mim que era denso, que tinha experimentos humanos e tal. Mas, diante de seu comentário fiquei mais curiosa. Inclui na minha lista de próximas leituras.




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João Moreno 08/08/2021

O comentário que virou resenha
Comecei a assistir 'Laranja mecânica' em 2013. Se a minha memória não falha, havia, logo de cara, uma cena de espancamento e de estupro. Deixei de assistir, larguei pra lá, não é pra mim, não. Conversando com uma colega de trabalho, ela, que havia lido o livro e assistido ao filme, recomendou. "É muito bom. Sobre a ultraviolência? Olha, ela já foi normalizada pelos jornais policiais há anos...". Na época, não havia Whats App e eu AINDA não havia recebido vídeos de assassinatos com decapitação e etc. Sim, naturalizamos a ultraviolência e talvez, se pensarmos melhor, não dá para nos chocarmos com ela.

(Pronto, um argumento para a não-leitura já havia sido desfeito, vamos para o próximo).

Em 2015, já em outro subemprego, era domingo e o batente era das 9 às 19, R$ 40 o dia. Entre uma dose de cachaça e outra, pois trabalhava numa distribuidora de bebidas, levei o agora livro 'Laranja mecânica' para ler (domingos costumavam ser tranquilos, até ter que reabastecer o bar da esquina, frequentado por alcoólatras que bebiam Heineken e Itaipava Premium). Como ia dizendo, entre uma dose e outra, passei do prefácio e comecei, não muito animado. Li que o autor criara, a partir do idioma, aquilo que - também - caracterizaria a sua distopia: uma combinação de inglês com sufixos russos, mais uma linguagem ri(t)mada (para demonstrar a infantilidade dos personagens, adolescentes), e um padrão culto, que, vez ou outra, remetia a um idioma do século XVI. Sério, aquilo não colou. Na minha edição da Aleph, havia um glossário do que Burgess chamou de idioma "Nadsat". Depois de uma três página, ou seriam oito ou 10, lendo e buscando os significados do dialeto, abandonei. Não ia rolar. E eu troquei 'Laranja mecânica' por continuar servindo, mecanicamente, um bêbado qualquer.

Em 2021, ontem ou antes de ontem, eu precisava de um livro curto: calhamaços (leia-se, aqui, qualquer livro com mais de 400 páginas) e séries ainda me assustam. Nesse sentido, não tive escolha: tentei pela terceira vez.

Aqui, algumas observações específicas sobre a leitura: sobre o idioma "nadsat", tive que criar vergonha na cara. Ou eu me adaptava com o estilo do autor para o romance ou eu deixaria de ler um dos "cem maiores romances ingleses" escolhidos por uma revista qualquer. Foi igual a Saramago: é melhor adaptar-me à escrita do comunista a deixar de ler seus livros, que são do [*****], descobri mais tarde. Voltando ao Nadsat, depois de um tempo, o cérebro se acostuma. E como era desejo do autor certa confusão, estranhamento, recorrer ao glossário, ao final, a todo o momento, talvez sirva apenas para tornar a leitura desinteressante.

Quanto à ultraviolência, até a página 60, parecia-me que seria apenas isso: espancamento, estupro, espancamento, roubo etc etc. E não foi tão legal. Dali pra frente, o livro, que é dividido em três partes, muda. O que mais gostei é que, mesmo o personagem principal continuar a ser um arrombado até o fim, o autor consegue nos colocar, ou melhor, fazer-nos sentir alguma empatia por ele. Também não há pontas soltas: personagens, por mais irrelevantes que possam parecer, reaparecem, dando uma sensação de 'ciclo que se fecha', não sei. Como pano de fundo, há aquela velha discussão que permeia um liberalismo a-histórico: a velha liberdade (abstrata) em detrimento do Estado autoritário, que se transforma numa caricatura (e numa distopia poderia ser diferente?).

Por fim, oito anos depois da minha experiência com a laranja mecânica, gostei, muito.
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Danilo 06/08/2021

Um livro horrorshow!
Que distopia maravilhosa! Essa história mostra como é importa o livre-arbítrio das pessoas, tanto para sermos bons quanto para sermos maus. Mais do que uma história pontuada pela violência exacerbada, Laranja mecânica é uma obra reflexiva. O tema central do livro é como colocar as teorias do Behaviorismo em prática. Alex, nosso narrador e protagonista, é uma cobaia de um experimento cujo propósito é a correção de comportamento violento a partir de estímulos. Mas então fica reflexão: ao sermos privados do direito de escolher fazer o bem ou o mal, ainda somos humanos? Afinal, seria o livre-arbítrio o que nos define?
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renata1004 05/08/2021

eu estava curado!
Ó, meus irmãos, que livro mais genial. Anthony Burgess coloca a moral do leitor em questão de uma forma única e explora as contradições presentes na natureza humana. Uma obra sobre livre-arbítrio, condicionamento, violência, ética, bem e mal e também sobre os dramas de ser jovem. Uma das distopias da santíssima trindade de universos não tão distópicos assim (Laranja Mecânica, 1984 e Admirável Mundo Novo).

Outrossim, que edição horrorshow (já treinando o nadsat tal qual o Alex). Introdução maravilhosa, ilustrações esplêndidas e uma coletânea de textos extras do Burgess, incluindo uma entrevista e trechos do manuscrito original de Laranja Mecânica, simplesmente sensacional. Recomendo muito!
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Iris 31/07/2021

Alguém deveria ter me alertado que não é uma leitura fácil, talvez eu não tivesse lido nesse momento.
A história não é complexa mas a linguagem nadsat foi difícil de assimilar, isso me fez levar o dobro do tempo planejado pra essa leitura, mas quando engatei a leitura fluiu bem.
Essa é a única questão que eu apontaria para quem quer iniciar essa leitura (isso sem contar as cenas de ultraviolência que todo mundo já deve imaginar como são).

Ah! O melhor realmente é não recorrer muito ao glossário.
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Guilherme.Miranda 28/07/2021

Intrigante
Leitura ímpar. A estranheza da linguagem nadsat no meio do texto nos aproxima ainda mais do nosso malenk drugui Alex. Muito interessante.
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Maria22510 28/07/2021

Então, o que vai ser, hein ?
Como eu posso começar falando sobre Laranja Mecânica ?
Primeiro eu devo dizer que se você for uma pessoa sensível ou que se choca fácil, este livro não é pra você, e se você tiver menos de 15 anos, DÊ O FORA DAQUI.
Do início ao fim ele é repleto de toda a ultra violência que se possa imaginar, Vosso Humilde Narrador Alex se envolve em grande parte dela aliás.
Alex é um garoto de quinze anos com uma gangue, ele acaba sendo preso e submetido a uma terapia de aversão a violência.
Parece um enredo simples não ? Pois você não faz ideia de tudo que irá encontrar nesse pequeno livro.
Eu devo dizer que me surpreendi muito lendo, comecei odiando o Alex por suas ações e terminei o livro gostando dele, sem dúvidas é um dos personagens mais bem construídos que eu já li, me levando até às lágrimas em alguns momentos.
No começo, a linguagem Nadsat pode ser complexa de se entender, a mistura do russo e inglês é confusa o que acaba dificultando a leitura, porém com o tempo você se pega até usando alguns dos termos no dia a dia e descartando o glossário (Não ? Apenas eu que sou louca ?)
Meu único problema com Nadsat foi o Alex utilizar duas palavras distintas pra representar a mesma coisa, e ele faz isso várias vezes, tanto que em alguns momentos eu queria entrar dentro do libro e socar a cara dele por me fazer perder tempo checando o glossário.
No fim, é um livro muito bom que eu não recomendo pra todo mundo, mas aqueles que se sentem prontos pra encarar : vá fundo, você irá amar (ou odiar) descobrir tudo o que Alexander DeLarge enfrenta.
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Camila_Oliveira 27/07/2021

Perfeito!
Conheci pelo filme e tive que ler o livro, o protagonista é bem carismático apesar de sua índole perversa, mas bem a quem culpar não é mesmo. Cada personagem novo que é apresentado é desenvolvido até o ponto que nos interessa. A história é envolvente e drástica.
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Fernanda309 23/07/2021

Inicialmente, eu quero falar sobre como o "nadsat" me deixou confusa. Logo de cara é muito estranho, mas ao longo do livro eu fui me acostumando. Já sabia o que significava e entendia o contexto e o que eu achei interessante foi a forma como essa transição se tornou natural. Gostei disso! Foi uma experiência nova bem bacana.

Livre arbítrio é uma questão chave nesse livro. Dois trechos que eu gostei destacam exatamente isso.

"Ele deixa de ser um malfeitor. Ele também deixa de ser uma criatura capaz de escolha moral."
"Eles transformaram você em uma coisa que não um ser humano. Você não tem mais o poder de decisão."

Eu particularmente não acho que seja válido esse tipo de "bondade". E acho que essa é a ideia que o autor trouxe pra debate.

Outro ponto que eu achei interessante foi a questão do Alex ser mau pq gostava e tinha prazer com aquilo. Gostei de poder ler na perspectiva dele (claro que a violência era horrível).

O final do livro foi um pouco decepcionante. Eu não tava esperando aquilo. Pensei que seria diferente, ou seja, teve uma expectativa quebrada. No entanto, a história num geral é muito boa. Eu adorei!

Vale muito a pena esse livro!!
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Becca 22/07/2021

Foi bom ter lido
Esse livro é um clássico e li pela curiosidade. Mas não sei se funcionou pra mim, pretendo ler em um outro momento. Mas é interessante e rápido de ler. Não demorei muito nele
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