spoiler visualizarTsaghkel 25/10/2024
Quem com ferro fere ficará sem diploma de línguas antigas
Foi uma leitura e tanto.
O livro faz com que você entenda e aceite as circunstâncias para todos os acontecimentos que se sucedem como uma montanha russa. O Richard ganha a compreensão do leitor por todas as circunstâncias difíceis na vida dele, mas essa narrativa se estende e chega uma hora em que ele deixa de ser coitado, e passa a ser um frouxo. Ele se deixou ludibriar, logo no início já arranjou encrenca só para comprar roupas, como se a diferença não fosse mais ser perceptível. Mentiras atrás de mentiras, tudo para ser aceito por pessoas que ele sequer conhecia, mas que admirava pelo o que ele mesmo tinha criado na própria cabeça. Leu tantos clássicos, se julgava tão erudito e ainda sim não foi capaz de ler o manifesto comunista? Ele diminuía todos os absurdos ouvidos e vividos, enxergando tudo com uma ótica elitista e presunçosa. No fim, ainda se desesperou e voltou a pensar no futuro "caramba, como me coloquei nessa situação, era só para eu conseguir me formar pra ter um emprego e não morrer de fome..." De fato meu querido, de fato. Ele pensou que o quê? Ia sair dali e ganhar milhares de dólares dos colegas e a vida dele ia ser fumo, álcool, mentiras e férias em nome da agnição? Não era apenas "carência social", ele escolheu essa situação, desprezou os outros estudantes e as outras possibilidades.
Sobre o Henry, sempre soube do que só foi revelado ao final do livro, tava na cara. Julian. Tava tudo sempre na cara, a única coisa que dificultava essa identificação, era de fato o ego do Richard. Até certo ponto, eu compreendi o que levou ele a descriminalizar o primeiro assassinato, mas o segundo? Passei o livro inteiro torcendo para ele surtar e contar tudo pra polícia. Eles cometem um crime (que o Richard não estava envolvido), e aí quando finalmente o Bunny surta porque foi um ASSASSINATO, eles ao invés de fugirem ou tentarem qualquer coisa distinta, decidem, não se, mas quando, ele vai ser o próximo. Simplesmente por ele ter sido mesquinho, como se mais nenhum dos integrantes desse majestoso grupinho não fosse doente da cabeça. E o Richard? Nada. As cenas dos policiais descrevendo o pescoço quebrado, a terra embaixo das unhas como indicação de luta pela própria vida... Pelo amor de Deus. O Richard descrevendo o som de surpresa e o olhar de descrença e pavor de Bunny. A atitude de tirar a vida de alguém de maneira tão violenta como se eles possuíssem esse direito, como se a personalidade e a parte que eles julgavam desagradável de Bunny permitisse e justificasse a execução de tal ato. Enfim, é um livro que a narrativa é suspeita e te seduz ao ponto de você sentir que faz parte daquilo, mas fora da ficção, um livro muito bom e muito bem escrito, essa autora é maluca.