Joao366 16/11/2024
O que você procura não está nos livros.
Um livro incrível, com uma mensagem mais interessante ainda. Na minha leitura, pude experimentar uma visão incrível. A ideia do livro, um mundo veloz e que tudo era tão repentino e te prendia, combina perfeitamente com a forma como as coisas acontecem com Montag, que simplesmente vive uma reviravolta atrás da outra, um toque cruel do autor para manter a história com seu fascínio e prender o leitor, e em outra vista, criar momentos rápidos com uma intensidade, descrever momentos e emoções com mais de duas páginas, enquanto momentos longos são reduzidos a poucas linhas, uma dinâmica sem igual. Por fim, acredito que o Ray (autor) queria, acima de tudo, mostrar a beleza da vida também, que nós somos histórias, somos ?livros?, e que a vida passa num piscar de olhos, o que a gente busca não está nos livros, mas eles são o mais perto que a gente tem. Não lembro quem é o autor, mas existe uma frase que diz tipo ?através dos livros, vivemos uma infinidade de vidas não vividas?, e isso é a ideia do Faber, ele sabe que a melhor coisa que existe é viver a vida, a espontaneidade das coisas, mas num mundo de censura extrema, sobrevive como um ?covarde? em suas próprias palavras. Por fim, a dinâmica de Beatty, um homem tão ferido e amargurado, que perdeu tudo o que tinha, e culpou os livros por não poderem o dar o que queria, que era a vida de quem ele amava de volta, a vida que ele gostava.
Acho que tudo ficou muito confuso até aqui, mas acho que vou conseguir sintetizar tudo que eu quis dizer até agora nas próximas linhas: hoje cedo, acordei para terminar de ler o livro, e acabei ouvindo a voz do meu pai do lado de fora, conversando sobre uma coisa qualquer, queria ir ver ele, mas preferi ficar no quarto lendo o livro. Quando terminei de ler, não haviam mais vozes, desci, e meus pais tinham saído pra ir no mercado, e então, fiquei parado, esperando, até eles voltarem, eles voltaram normalmente, mas senti que havia perdido um momento que seria muito precioso entre a gente, porque preferi ler. A leitura não é algo ruim, é a melhor habilidade que eu desenvolvi na minha vida, e sou sempre grato a Deus por isso, mas, querendo ou não, a leitura é uma fuga da realidade, e não ela própria. Por isso, quando tiver que escolher entre viver um momento, ou fugir do momento, não precisa ter medo, o livro vai estar ali, agora e depois, mas nunca deixe de viver. Espero que isso faça algum sentido para alguém, e boa leitura.