Macunaíma

Macunaíma Mário de Andrade
Angelo Abu




Resenhas - Macunaíma


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OgaiT 26/09/2020

Uma descrição da Gente brasileira
De fato, o narrador de "Macunaíma" traz um sabor de fala mansa, tal qual um contador de histórias, com suas alusões ao folclore brasileiro, que não só é mostrada com mitos indígenas, como também temos referências as religiões de matrizes africanas.
Mário de Andrade, com essas referências à nossa cultura e com o subtítulo, consegue traçar um perfil muito interessante do nosso povo, muito antes do Sérgio Buarque de Hollanda com o seu "Raízes do Brasil". Nesse sentido, uma passagem me chamou muito a atenção: "No outro dia Macunaíma amanheceu com muita tosse e uma febrinha sem parada. Maanape desconfiou e foi fazer um cozimento de broto de abacate, imaginando que o herói estava hético." (p. 136), assim, percebemos que a ética não é uma característica da nossa gente – leiam, mais uma vez, a atenção para o subtítulo da obra.
Por fim, Sobre o gênero literário da obra, é ainda um tanto incomum na nossa literatura, geralmente as informações que encontramos são muito confusas, por vezes descrevem a com as características da epopeia.
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QUEIJO460 08/06/2023

Macunaíma, O Heroi Sem Nenhum Caráter(Mário de Andrade).
É bastante compreensível o desagrado da maioria das pessoas que leem este livro. O livro em sua síntese é um reunido da cultura indígena e das culturas regionais do Brasil. Isso vai de lendas, fatos históricos e vocabulários de todo o Brasil.

O brasileiro comum(como eu), não possui tanto conhecimento sobre as culturas regionais e indígenas, como é preciso para compreender melhor a obra, somando isto a idade que o livro tem. Assim eu concluo que é total ignorância um professor entregar um livro desse para um aluno que nunca pegou em um livro! Isso só vai afastar o aluno ainda mais da literatura. Felizmente, assim não foi no meu caso, li por livre espontânea vontade.

O livro é ruim? Não, não é ruim, só não é um livro popular. Nas primeiras 20 páginas foi penoso, mas com o tempo a leitura começou a fluir melhor. Mas como o livro é repleto de referências culturais indígenas e regionais, foi muito comum ter momentos que eu não consegui compreender a ação descrita.

Isso me mostra como eu tenho conhecimento quase nulo(como você também), sobre a cultura dos povos que viviam aqui antes dos portugueses, o que não está certo. Nós somos o personagem Macunaíma, somos a fusão da cultura indígena, africana e portuguesa; É isto que somos, é isso que é o povo brasileiro, apesar de alguns negarem.
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Salino 23/05/2022

Antropofágico
Ao ler a obra de Mário de Andrade e tentar compreender sua importância entre tantas palavras difíceis, pude entender como a informalidade na escrita me confundiu: o escritor modernista faz um apanhado da maior parte das culturas do Brasil (gosto do termo ?Antropofagia?, como diziam os modernistas) e as imprime no livro. Macunaíma não tem caráter porque ele é tudo e todos na nação. Ao descobrir que o capítulo ?Carta pras Icamiabas? é uma ironia ao Parnasianismo, escola literária que o Modernismo tenta superar, não pude deixar de achar cômico. Em ?Macumba?, Andrade explicita com veemência a ?Geleia Geral? das expressões culturais que o Brasil tem, indo desde conceitos indígenas (constantes desde a primeira página) ao terreiro de tia Ciata. Considerado uma rapsódia, ou seja, misturando diferentes elementos narrativos em uma obra, Mário de Andrade consegue - ou tenta com o máximo de conhecimento que obtém ao longo de seus estudos na construção do livro - resgatar o coração do que é ser brasileiro (uma verdadeira antropofagia) em sua obra que, com razão, é um dos marcos da literatura nacional.
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BJekyll0 12/11/2023

"Não vim no mundo para ser pedra."
Acho que a maioria das pessoas que leram o livro pela primeira vez se se sentiram de alguma forma perdidos.
Makunaíma é uma lenda indígena que Mário de Andrade, após ler o livro de um enólogo alemão, Theodor Koch-Grunberg, cria nosso Macunaíma, e quando eu digo nosso, é como somos.
O fato de ele não ter caráter se dá ao fato da constante transmutação física e psicológica que o herói passa. Sendo ele capaz de virar bicho, de virar branco, de virar tudo. No romance nós observamos a transformação do personagem, a formação de sua personalidade. Em Macunaíma, que o próprio Mário chama de rapsódia não há essa construção. Macunaíma é muitos, é tudo. É impossível elaborar um perfil do personagem que nem mesmo cabe um perfil.
A resenha não tem a intenção de falar da história mas situar a concepção de que Mário de Andrade tentou romper as divisas do Brasil, fazendo o herói circular entre as regiões de forma a tentar não só construir um caráter mas unificar um país tão rico culturalmente e tão distante geograficamente. A tentativa de uma mistura de regionalização para construir uma identidade nacional e ao mesmo tempo apontar a brasilidade ignorada.
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Fabio Shiva 26/01/2019

sem caráter e genial!
Que livro genial! Certamente uma obra-prima da Literatura mundial, que dá orgulho de ser brasileiro! Ainda que a genialidade maior da obra seja justamente retratar o brasileiro, através do herói Macunaíma, como um ser “sem nenhum caráter”...

A tese da ausência de caráter do brasileiro é apresentada em dois níveis. O primeiro é o caráter como uma espécie de personalidade, uma “entidade psíquica permanente, se manifestando por tudo, nos costumes na ação exterior no sentimento na língua na História na andadura, tanto no bem como no mal”, como define o próprio Mário de Andrade. E ele continua: “O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional”.

E então surge a sacação verdadeiramente genial: “Dessa falta de caráter psicológico, creio otimistamente, deriva a nossa falta de caráter moral. Daí nossa gatunagem sem esperteza (a honradez elástica/a elasticidade da nossa honradez), o desapreço à cultura verdadeira, o improviso, a falta de senso étnico nas famílias.”

É por isso que “Macunaíma” continua extremamente atual: embora tenha sido escrito em 1926 e publicado em 1928, continua botando o dedo na ferida de nossa identidade nacional, tão confusa e sujeita às apropriações mais nefastas. E não é à toa que esse seja um dos livros brasileiros mais estudados de todos os tempos, e que ainda hoje gere polêmica.

Em 1969 o livro ganhou uma versão cinematográfica igualmente genial:
https://youtu.be/DsMm3uG5iRU

A obra de Mário de Andrade já se encontra em domínio público e “Macunaíma” é facilmente encontrado em PDF:
http://bd.centro.iff.edu.br/bitstream/123456789/1031/1/Macuna%C3%ADma.pdf


Eu tive a sorte de ler uma esmerada edição da Agir, que traz ao final um “Dossiê Macunaíma”, contendo vários rascunhos do autor sobre sua obra, de onde extraí as seguintes pérolas:

“Quanto a algum escândalo possível que o trabalho possa causar, sem sacudir a poeira das sandálias, que não uso sandálias dessas, sempre tive uma paciência (muito) piedosa com a imbecilidade”.

“Quanto a estilo, empreguei essa fala simples tão sonorizada, música mesmo, por causa das repetições, que é costume dos livros religiosos e dos contos estagnados do rapsodismo popular. Foi pra fastarem de minha estrada essas gentes que compram livros pornográficos por causa da pornografia.”

“Não sei ter humildades falsas não e se publico um livro é porque acredito no valor dele. (...) Principalmente disso vem o orgulho tamanho que possuo e me impede completamente qualquer manifestação de vaidade.”

“Outro problema que careço explicar é da imoralidade. Palavra que seria falso concluir pela imoralidade e pela porcariada mesmo que está aqui dentro, que me comprazo com isso. Quando muito admito que concluam que me comprazo... com o brasileiro.”

E viva Macunaíma! Viva Mário de Andrade! Viva a Literatura Brasileira!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/01/macunaima-mario-de-andrade.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Juuh 25/06/2023

Macunaíma: o herói sem nenhum caráter
Essa resenha vai ser curta e grossa, porque até agora tô tentando digerir essa bomba.

Mário, queria muito poder te defender, mas que livro foi esse? Personagem chato, desinteressante, monótono e com enredo fraco. Não gostei da forma que o livro foi desenvolvido e muito menos da história em si. Foi uma tentativa exacerbada e prolixa de trazer uma referência folclórica, mas acaba mais confundindo do que ajudando. Me decepcionou.
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Marcos 18/05/2024

Um livro bem interessante
Macunaíma é um livro bem interessante, com muito bom humor. Uma mescla de lendas e mitos com o cotidiano dos brasileiros, uma completa bagunça. Recomendo ler com o auxílio de um dicionário para não perder nenhum detalhe da história. Leia o livro de mente aberta, pois será muito divertido.
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Amanda.Monteiro 22/04/2024

O herói as avessas e caótico. Seria ele a cara do Brasil?
Macunaíma é um personagem marcante da literatura nacional. Índio retinto, feio e preguiçoso, roda os quatro cantos do Brasil em busca do amuleto deixado pela sua amada que se foi. Ao longo da sua jornada vira peixe, vira cachorro do mato, vira príncipe, vira branco... bem Brasil do Brasil, fazendo de tudo para ter o seu muiraquitã de volta.

        Ler esse livro foi um grande desafio para mim, sendo bem sincera. Muitas vezes a narrativa pareceu confusa, principalmente pela mistura de elementos mágicos e folclóricos com uma linguagem prolixa carregada de referências.

         Entendo perfeitamente a relevância da obra, levando em consideração o que Mário de Andrade estava buscando trazer para a literatura nacional (busca pela identidade literária que transbordasse brasilidade). Mas também acredito que talvez ele tenha se empolgado demais. Achei a essência da história até boa, mas a construção da narrativa é tediosa e confusa. Demorei para pegar no tranco e não curti tanto assim. 
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Marivan 25/05/2020

O livro é uma saga de um herói que reflete o povo brasileiro do momento em que foi escrito, um povo sem caráter e que buscava antes de tudo suas conquistas pessoais e nada tinham a ver com a sociedade como um todo. Ele mistura a história e as lendas indígenas.
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Thalia.Mutuana 27/02/2022

Escrita em menos de uma semana, a inovadora obra de Mário de Andrade, importante expoente do Modernismo no Brasil, viria a ser uma das mais relevantes representações do movimento antropofágico idealizado por Oswald de Andrade.

Macunaíma (1928) é uma rapsódia que se desenrola de forma antológica, reunindo, além do folclore contido na tradição oral, representações das culturas e variações linguísticas presentes em diversas regiões brasileiras.

Em Macunaíma, somos apresentados ao herói “de nossa gente” que cujo nome dá título ao romance. O herói dessacralizado do povo brasileiro, segundo o próprio autor, simboliza a falta de caráter presente na nação (CAMPOS, 2017). Por isso, o herói de nossa gente é um herói que, mesmo preguiçoso, é perspicaz ao se ver diante de situações conflituosas, representando de forma cômica e irônica o famoso “jeitinho brasileiro”.
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marcelo.batista.1428 03/07/2021


Com o objetivo de conhecer os clássicos brasileiros do século passado é que cheguei a esse livro.
Já sabia que não seria uma leitura tranquila, pois não sou um apreciador de narrativas onde a realidade e a fantasia se misturam, e sabia que iria encontrar um pouco disso na obra. Também não criei grande empatia pela personagem principal, que para além de individualista, tem alteridade zero.
Até que me diverti em algumas passagens, geralmente quando o nonsense é levado ao extremo e a comicidade aparece. Mas teve momentos que a leitura ficou maçante e aí eu soltei um “ai que preguiça”.
Mas valeu a pena conhecer essa obra que é uma referência, e saber do que se trata nas muitas vezes que se ouve falar ou se lê a respeito do famoso herói sem caráter.
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Silmara.Alencastro 22/01/2021

Depois que li sobre o autor entendi melhor a obra! É uma alegoria da história do Brasil.
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Senhora D. 07/01/2010

Uma obra de caráter nacional e antropofágico é a rapsódia Macunaíma, de Mário de Andrade. Em Macunaíma sentimos o povo que habita as terras brasileiras. Originou-se do aproveitamento de lendas indígenas, mitos, anedotas populares e elementos do folclore nacional.
O protagonista – o herói sem nenhum caráter – é uma personagem amorfa que o prazer e o medo vão conduzindo pelos mais intrincados caminhos. Desde o nascimento, em plena floresta amazônica, até a chegada em São Paulo, Macunaíma passa por uma série de aventuras cômicas, lembrando muito bem o gênero picaresco. Na grande cidade, procura o talismã que Venceslau Pietro Pietra (o gigante Piamã) lhe havia furtado. Acompanhado de seus dois irmãos, Maanape e Jiguê, consegue o talismã depois de muito esforço. Volta, então, para a Amazônia, onde participa de novas aventuras e morre. Macunaíma, depois da morte, transforma-se na Constelação Ursa Maior.
O herói apresenta traços bem definidos ao longo do texto, como a preguiça, o deboche, a irreverência, a malandragem, a sensualidade, o individualismo e o sentimentalismo. Entretanto, o caráter do herói muda de um episódio para outro, o que justifica qualificá-lo de “herói sem nenhum caráter”. Vale notar que muitos dos defeitos e qualidades de Macunaíma são atribuídos ainda hoje como parte do caráter do brasileiro. Macunaíma é uma expedição pela cultura nacional, uma tentativa de colocar em discussão a identidade brasileira através de folclore e literatura.
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Rebeca 10/06/2023

O livro em si é bom. O problema é quando você vai ler só por causa da escola (meu caso) e não entende nada porque esse livro é... Mais emoção do que razão. E as girias de décadas atrás também não ajuda. Acho que pra realmente gostar eu teria que ler mais umas duas vezes, o que não vou fazer.
amy! 20/06/2023minha estante
que dor tbm to lendo por causa da escola:(




Marcos Antonio 25/08/2020

O Herói
Uma viagem pelo clássico da literatura Brasileira.
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