spoiler visualizarMilena 23/01/2024
Fiódor Dotoiévisk, Memórias do Subsolo.
Que livro fascinante, primeira vez que eu de fato, leio um livro do Dotoiévisk! Gostei muito da pauta ideológica e utópica que ele enquadra na história para se basear nos problemas de comunicação, pensamento, contraposição, consciente e subconsciente.
Problemas cada vez mais agravantes na sociedade atual, de fato, acredito que é por esse e outros motivos, que os livros dele são tão reconhecidos...
E bem... o que me fez ler exatamente esse livro?! Foi essa frase aqui!
"Só que o ser humano, as vezes, ama demais o sofrimento, ama até as raias da paixão, e isso é um fato. E, nesse aspecto, de nada adianta consultar a história universal; perguntem a si mesmos se os senhores são seres humanos e se viveram, porpouco que seja. No que diz respeito à minha opinião pessoal, amar apenas o bem-estar chega a ser indecente. Bom ou ruim, o fato é que, de vez em quando, quebrar alguma coisa também é muito agradável. Afinal, aqui,
eu não estou, propriamente, defendendo o sofrimento e tampouco o bem-estar. Eu defendo... eu estou defendendo minha extravagância e que ela seja garantida para mim, quando necessário."
PORÉM, ADVINHEM?!?!?! Essa frase era do mesmo livro, só que de outra editora??
.......Bom, marquei MUITA coisa, vou deixar algumas breves citações que achei mais interessantes...
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"Existem nas recordações de todo homem coisas que ele trata. Só revela aos seus amigos. Há outras que não revela mesmo
aos amigos, mas apenas a si próprio, e ass?m mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem
medo de desvendar até si próprio e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero. E acontece até o seguinte: quanto mais honesto é o homem, mais coisas assim ele possui."
"Realmente desta vez proponho já da minha parte uma pergunta ociosa: o que é melhor, uma felicidade barata ou um
sofrimento elevado?"
Deixai-nos sozinhos, sem um livro, e imediatamente ficaremos confusos, vamos perder-nos; não saberemos a quem aderir, a quem nos ater, o que amar e o que odiar, o que respeitar e o que desprezar..."
"Uma pessoa tem esperança até o derradeiro momento em que está
passando bem. É um autoconsolo. E isso traz vantagem para a patroa. Não se incomode, é assim mesmo; vende-se a alma e, além disso, fica-se devendo dinheiro, e você não ousará soltar um pio. E, quando estiver morrendo, todos vão abandoná-la e virar-lhe rosto; pois o que se poderá então obter de você? Ainda
censurá-la por ocupar um lugar de graça, por estar custando a morrer. Se pedir água, vão dá-la, mas com um insulto: "Quando é que vai morrer afinal, peste?"