O Cemitério dos Vivos

O Cemitério dos Vivos Lima Barreto




Resenhas - O Cemitério dos Vivos


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Clio0 06/03/2015

Esse é um livro doloroso. Não apenas referente ao estilo de escrita, vocabulário ou qualquer coisa assim, mas também ao fato de que Lima Barreto expõe algo que até hoje é tratado com a ponta do pé aqui no Brasil.

Não é preciso ser um ativista militante, muito menos alguém que se sente mal só de pensar em cruzar com alguém com doenças mentais (ou neurológicas, ou qualquer outro termo empregado). Nos afastamos do que consideramos doente, e nada nos assusta mais do que a doença emocional ou psicológica.

Francamente, esse não é um livro para se ler esperando similaridade a crueza de O Cortiço ou ao universo semionírico de Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago. O Cemitério dos Vivos ocupa um lugar a parte e merece ser lido por si só.
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Sorvetinho 30/04/2021

Uma obra incompleta, mas perfeita
Nunca havia lido um livro parecido. Um diário de um paciente de um hospício, que depois de muitos anos vividos, sente os arrependimentos da falta de amor por sua esposa, o arrependimento de não tê-la valorizado quando viva e só depois de sua morte, reconhece a pessoa incrível e maravilhosa que tinha ao lado.
É relatado a rotina dos dias no hospital e as interações bizarras com os demais internos.
Quem dera o Lima Barreto tivesse tido mais tempo pra concluí-la.
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Roberta 14/10/2023minha estante
Deve ser bom!


Pedróviz 14/10/2023minha estante
Roberta, esse livro não é dos melhores, mas li e não me arrependi.




Ronnayse 10/07/2022

O Cemitério dos Vivos é uma obra autobiográfica de Lima Barreto, que relata seu período de internação no Hospital Nacional de Alienados no Rio de Janeiro, entre 1919 e 1920.
Entre as duas internações de Lima Barreto, em seus momentos de lucidez, escreveu o Cemitério dos Vivos (obra inacabada). No livro ele retrata suas vivencias, dores e descobertas a respeito de si e do outro. As injustiças e preconceitos sofridos por quem chega (ou passou) por ali (o hospital).
Interessante perceber também entre os relatos que o Lima Barreto como como foi o seu contato com os livros quando estava interno e como foi desenvolvendo sua escrita e seu estilo literário.

"Ah! A literatura ou me mata ou me dá o que peço dela."

"É indescritível o que se sofre ali."

"Conversar com os colegas era quase impossível. Nós não nos entendíamos."

"Os nossos sentimentos nunca são lógicos, por isso mesmo não são simples."

"aquela quase morte em vida"

"O hospício é bem construído e seria adequado, se não tivesse quatro vezes o número de doentes para que foi planejado."

"Há homens que, durante uma existência inteira, não demonstram o mínimo sinal de loucura e, ao fim da vida, perdem o juízo.
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marcuss 19/03/2014

A marca da escrita
É preciso levar em consideração que é possível uma real ligação entre a biografia e a produção literária para compreender O cemitério dos vivos de Lima Barreto.
É preciso entender que o escritor esteve no hospício e na sua incapacidade de trabalhar devido a um impossível movimento de escrita num ambiente conturbado, ele fez a obra em pequenos fragmentos, demonstrados na primeira e segunda parte da obra (como se fosse possível cavar a obra dada e encontrar ali seu esqueleto). Fragmentos de pensamentos, de narrativa, de descrição e indiscrição diante do fato de que um homem por um motivo qualquer precisa estar privado ou precisa ser privado da convivência em sociedade.
Mas o que é o mais importante é o movimento que se realiza para a terceira parte do livro, O cemitério dos vivos propriamente dito, em que todo o fragmento se torna literatura e não notas (como se um não pudesse ser o outro, no movimento moderno (sic) de hibridismo que se estabelecia ou deixou-se estabelecer).
Ler esta edição da maneira em que se encontra, mesmo com todos os problemas de revisão ou edição, é como desvendar o escritor por trás da obra, é como se ele piscasse nos dizendo: eu estou aqui e no ímpeto da minha necessidade de escrever ficção e não autobiografia, eu risco meu nome e mudo a experiência vivida em experiência com-aparência-de-vivida. Uma "xoxota estética" como diria Silviano Santiago em Histórias Mal Contadas.
Não importa o que se passa de verdade entre as partes da obra, o que permanece é essa inaudível verdade com relação à vida e a memória:
"[...] A nossa vida é breve, a experiência só vem depois de um certo número de anos vividos, só os depósitos de reminiscências, de relíquias, as narrações caseiras dos pais, dos velhos parentes, dos antigos criados e agregados é que têm o poder de nos encher a alma do passado, de ligar-nos aos que foram e de nos fazer compreender certas peculiaridades do lugar do nosso nascimento. Todos os desastres da minha vida fizeram que nunca eu pudesse manter uma inabalável, minha, a única propriedade que eu admitia, com as lembranças dos meus antecedentes, com relíquias dos meus amigos, para que tudo isso passasse por sua vez aos meus descendentes, papéis, livros, louças, retratos, quadros, a fim de que eles sentissem bem que tinham raízes fortes no tempo e no espaço e não eram só eles a viver um instante, mas o elo de uma cadeia infinita, precedida de outras cadeias de números infinitos de elos."
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Damufre 26/10/2020

Mas uma obra excelente do Lima Barreto . Longe do cotidiano politico e social que os seus escritoa tratam, este romance lida com o contexto de tratamento de pessoas com deficiência e narra de forma rica e histórica a experiencia do autor no hospício no início do sec XX.
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Henrique 29/08/2020

O próprio Lima Barreto sob o microscópio
Este bom livro começa de forma impactante: "Estou no Hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. Estive no pavilhão de observações, que é a pior etapa de quem, como eu, entra para aqui pelas mãos da polícia". Sem delongas o autor nos transporta para um mundo de vergonhas, de miséria e de degradação. Muito do que se fala pode ser confundido com a vida turbulenta e triste do próprio Lima Barreto, que também sofreu com a doença mental e o vício.
É fácil percebermos e nos identificarmos com as angústias do autor/personagem: "eu podia ter sido tanta coisa nessa vida".
É uma excelente leitura que leva até o mais bruto de nós à reflexão.
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Gaitista 13/11/2021

Interessante
Uma obra deveras interessante! O autor é internado em hospício para loucos e vai escrevendo seus pensamentos, sentimento e reflexões da vida que viveu até lá.
É contada algumas histórias de outras pessoas de lá, tudo sendo o que é ouvido, mas é interessante o olhar semi lúcido de alguém dentro de um espaço insano.
Uma leitura mais que recomendada
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marinão 28/06/2023

Cemitério dos vivos
O livro se trata de o diário de Lima Barreto durante sua internação psiquiátrica, aborda assuntos pesados que ocorrem dentro do mesmo e como seus personagens chegaram até lá.
Em um momento você se identifica com algum dos doentes ou mesmo a melancolia.
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Alessandra359 13/05/2021

Cemitério dos Vivos
A avaliação das razões pelas quais muitos são levados ao hospício ,pelo protagonista, que passa pela experiência. Excelente texto , desperta no leitor a vontade de se aprofundar, de refletir sobre o tema. E reler o livro em outro momento. Gostei muito.
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wiereniczz 08/01/2022

o livro é muito melhor do que eu esperava! amei a escrita do lima barreto e fiquei muito emocionada com a história. o fato do personagem principal, vicente, se arrepender de não ter amado propriamente e até mesmo não ter vivido o relacionamento dele como deveria ter sido - conclusão que ele mesmo chegou - me tocou muito. nunca vou conseguir me acostumar em como as relações funcionavam antigamente e como elas eram apresentadas nas obras literárias. o descaso de vicente com a mulher é tão frustrante. além disso, também é frustrante a história dele com a literatura, mas não achei isso tão relevante na obra. agora, o que mais chama atenção e o que é o foco principal do livro: o hospício. simplesmente uma obra literária atemporal justamente pelos relatos do cotidiano do lugar. acho que todo mundo deveria ler esse livro, pra se colocar um pouco no lugar das pessoas que vivem esse mundo (apesar de o personagem ter ido pro hospício por alcoolismo, mas como é livro antigo a gente releva kkk). enfim, não falei nada com nada mas leiam!! bom demais.
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Marcus 30/07/2016

Retrato de um Brasil que pouco muda
A vida bateu forte em Lima Barreto. O autor nasceu em 13 de maio de 1881, ironicamente exatos sete anos antes da Lei Áurea, que, ao menos no papel, decretou o fim da escravidão. Em 15 de novembro de 1889, quando ele tinha oito anos e meio de idade, foi proclamada a República.

Nem uma mudança nem outra alteraram em nada a vida de pessoas como Lima Barreto, descendente de escravos. A monarquia acabou, mas não os privilégios da aristocracia, nem o preconceito contra negros e mulatos, que acompanhou toda breve vida do autor, que chegou a pensar em suicídio aos 15 anos de idade.

A perda prematura da mãe para a tuberculose e do pai para a loucura obrigaram Lima Barreto a abandonar a faculdade a fim de sustentar a família. As portas de fecham, as humilhações se sucedem, e o autor vai buscar conforto na boemia e no álcool.

Lima Barreto começa a trabalhar em redações de jornais, revistas, publicações acadêmicas e anarquistas. Sua principal e mais conhecida obra –Triste fim de Policarpo Quaresma – chegou ao mercado sob a forma de folhetins publicados no Jornal do Commercio.

Mas a vida desregrada acaba levando-o a sucessivas internações no Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro. É o "cemitério dos vivos" que dá titulo à obra, referência a uma localidade na China que teria sido reportada por um diplomata ocidental. Nela, portadores de hanseníase (lepra) eram deixados para sobreviver da maneira que pudessem.

O relato que Lima Barreto faz através do personagem-narrador Vicente Mascarenhas é dolorido. O ambiente de decadência física e mental mescla alcoólatras, epiléticos, doentes de fato e por “opção” – assassinos de esposas e companheiras que por conveniência se passam por “loucos”.

O autor faz o retrato triste de pessoas e situações, homens, mulheres e crianças, médicos e funcionários que vivem à margem do mundo dos "normais". Ele é mais um “louco”, mas está atento a registra tudo com sua prosa de vanguarda e contestadora para a época.

Lima Barreto morreu em casa em 1922, aos 41 anos, de um ataque do coração. Cemitério dos Vivos foi publicado em 1919 e está em domínio público. Ainda que fosse preciso pagar, a leitura desse romance pré-modenista é necessária para entender o Brasil. Sendo gratuita, é obrigatória.

site: blogbeatnik.blogspot.com
Adriano 07/11/2016minha estante
Ótima resenha !



Priscila 28/07/2019minha estante
Amigo, pode me dizer qual a referência do livro que faz a analogia do nome e desse lugar na China? Estou lendo o livro e também a biografia escrita pelo Franscisco de Assis, e ainda não encontrei essa informação. ? muito importante pra mim saber a fonte. Se puder me informar, agradeço de coração.




wxlfstar 23/12/2022

incrível e muito triste. acabei consumindo muito material nessa temática e mexeu demais comigo, tudo que envolve esse tratamento que recebiam é pavoroso
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Ludmila 24/10/2021

Adorei o livro! Uma história simples e profunda, com lembranças e arrependimentos de um homem que vai parar no hospício por seus problemas com álcool (sim, no início do século XX era assim).
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