São Bernardo

São Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Carlos Cesar 24/07/2013

S. Bernardo é um romance que narra as agruras do homem do nordeste a procura de se firmar como cidadão. Como em Vidas Secas, onde o homem está sempre se movimentando, buscando o precioso líquido, em S. Bernardo, este vai-vem também se faz presente, não em busca, necessariamente, de água, mas, o que parece pior, de encontrar meios de se firmar no seu habitat.
Paulo Honório, o personagem-narrador, deixa tal movimentação muito clara nas várias digressões da trama onde vão e vem os amigos, os inimigos, os indiferentes e a amada Madalena que, não suportando tantas idas e vindas, se suicida. O Romance permite ao leitor, não nas entrelinhas, mas nas linhas, descobrir que os movimentos da mente, quando dissociados da razão e maculados pelo sentimento, pode levar o homem a lugares distantes, ainda que sem sair do lugar e, consequentemente, a agir inadequadamente.
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Alaerte 19/07/2013

Graciliano conta a história de Paulo, um homem solitário, rude, ciumento e que era capaz de passar em cima de qualquer pessoa para conseguir seus objetivos.

Adquiri a fazenda São Bernando, que leva o título do livro, sendo um lindo lugar onde fez sua vida ao lado da professora Madalena, que tem um fim triste.

Uma pessoa que não entende ou dá valor ao próximo, é fato que terá um fim como o de Paulo.
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Elaine 19/06/2013

Um homem de alma agreste
Esse talvez foi um dos livros mais sinceros que já li. Isto porque o protagonista e narrador, Paulo Honório, desfia sua vida de modo direto e duro, sem se ater a descrições minuciosas. São digressões de um homem forçado a escrever, para quem sabe entender-se.

Depois de tentar construir o livro com uma divisão de trabalho entre ele e seus amigos, o que não traz resultados satisfatórios, Paulo Honório ouve o pio de uma coruja e decide recomeçar a escrita, levado por uma força quase mística.

"Tenciono contar a minha história. Difícil. Talvez deixe de mencionar particularidades úteis, que me pareçam acessórias e dispensáveis.(...) De resto isto vai se arranjando sem nenhuma ordem, como se vê."

(pág. 11 e 12)

Assim, Paulo Honório nos conta sua vida. Ele teve uma infância e adolescência difícil, trabalhando no eito. Seu único desejo era se apossar da fazenda S. Bernardo, o que conseguiu à base de algumas trapaças. Até certa parte do livro, ele narra como conseguiu a fazenda, sua luta para cultivar as terras e as discussões políticas da época.

Os personagens secundários aparecem constantemente, mas não têm uma grande importância. A história gira em torno de Paulo Honório, de S. Bernardo e dos pensamentos do protagonista. E, como ele próprio explica, há fatos suprimidos, pois Paulo escreve o que acha interessante.

Na outra parte do livro, conhecemos mais a fundo sua rotina familiar. Paulo casa-se com Madalena, uma professora, com o intuito de formar uma família. Ela, uma mulher inteligente, logo vê as injustiças sofridas pelos empregados da fazenda. Quando Madalena tenta mudar a situação, seu marido não entende. Ele não aceita mudanças, seu meio sempre foi aquele: o patrão sempre pôde tudo. Sua rudeza foi causada pelo ambiente.

Tudo piora ainda mais quando Paulo Honório começa a desconfiar que Madalena o trai. A dúvida (imaginária) passa a atormentar a ambos e as pessoas que os rodeiam. Nesse período nasce seu filho, por quem ele não sente absolutamente nada.

Paulo Honório afasta todos e termina sozinho, o pio da coruja a acompanhá-lo. O retrato que traça de si é triste. A ironia é que ele, que sempre achou os livros desnecessários, escreve para poder acabar com a solidão dos 50 anos. E quando revê sua existência e todos os seus erros, percebe que só restou um vazio.

"O que estou é velho. (...) Cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada."

(pág. 216)

Arsenio Meira 02/05/2014minha estante
Perfeito Elaine. A compreensão do romance do mestre Graciliano, que se vivo fosse, exultaria (mesmo que de modo contido), com a percepção tão aguda e sensível de uma jovem e sagaz leitora.
Parabéns!




Ariadiny 27/05/2013

O livro São Bernado, inserido no contexto da seca no Nordeste,e escrito no período do movimento denominado Modernismo, o autor se assemelha um pouco à Machado de Assis e seu romance Dom Casmurro. A trama de Graciliano Ramos trata de uma história na qual o principal personagem é Paulo Honório, um homem que trabalhou na fazenda S ão Bernado quando mais novo e resolveu comprá-la do herdeiro das terras. Dando golpes para afundar Padilha, dono de São Bernado, Paulo Honório se mostrou um homem bruto e ranzinza, típico de quem mora no sertão.Pouco tempo depois de se casar é tomado pelo ciúme e torna a vida de sua esposa Madalena e a dele mesmo um inferno.A mulher dá a luz à um menino pelo qual o pai não tem afeição e pouco tempo depois se suicida. Paulo termina sozinho e amargurado, sem saber que sentido sua vida teve e decide escrever a história de sua vida, que é justamente o livro São Bernado.
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Fernando Franco 09/05/2013

Se eu colocasse aqui só o nome do autor já tava bom. Mas ressalto a cronologia do livro (a história é narrada pelo protagonista no futuro, escrevendo um livro sobre o que aconteceu no passado), a crítica sutil e metafórica a modelos político-econômicos (estes representados pelos personagens e suas ideologias), além de, claro, o regionalismo na narrativa do livro (palavras deliciosas que só se ouve no sertão!), que deixa tudo gostoso e engraçado. A linguagem e o uso de vocabulário não usual podem atrapalhar no começo, mas quando se pega o ritmo, não se para mais.
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pupa 30/04/2013

"...uma leitura simples e não muito criativa, é um daqueles livros bem comuns..."
De principio, quando se começa a ler "São Bernardo" você tem uma visão do livro, mas quando o segundo capitulo chega, aquela visão é derrubada bruscamente.
Não vou dizer que acontece uma incrivel revira volta, que muda toda uma trama já pré formada no livro, mas quando se lê, você consegue perceber isso na cara!
Em alguns momentos o livro não esclarece certas situações, a linguagem não é complicada, porem em alguns momentos ela pode ser dificultosa pelo fato de ser narrada por um sertanejo tipico e sem muito vocabulario culto(Paulo Honorio).
O livro é classico, uma leitura simples e não muito criativa, é um daqueles livros bem comuns, mas por favor, não pensem que estou menos presando a obra de graciliano, só estou dizendo que ela bem comum, extremamente diferente de "Vidas Secas" em varios aspectos, como na linguagem.
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Karla23 27/03/2013

O desabafo da armagura
A sensação que tive ao terminar de ler "São Bernardo" foi de um homem amargurado, solitário e infeliz mirando-se num espelho. A obra, narrada em primeira pessoa pela personagem principal, Paulo Honório, passa essa ideia de engasgo, de 'querer falar'.
Há mágoa nas palavras do autor, esta não se dá diretamente por motivo de peso na consciência por ter cometido tantos desatinos, sim por não ter sido bom o suficiente para manter a esposa feliz a seu lado.
Com um linguagem brusca e coloquial, com um tom seco e rude, Paulo Honório narra aos leitores o que julga relevante a respeito de sua própria vida. A impressão que fica é de que é, na verdade, uma conversa consigo mesmo. Um olhar-se para si. O dono de São Bernardo se contempla, detecta o grotesco em sua imagem. Conjetura, busca motivos, para infelicidade da esposa e para sua própria.
Destarte, "São Bernardo" é um desabafo sincero e sintético, entrecortado por pios de corujas...
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Haysam 14/03/2013

Romance "seco"
O Clássico de Graciliano Ramos , narra passagens na vida de Paulo Honório (protagonista). A leitura proporciona uma visão seca da sociedade em si , na qual se impõe a face da insignificância da vida.
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Allana209 28/02/2013

A vida é muito curta para me forçar a ler algo que não suporto.
Eu juro que tentei ler esse livro. Não foi uma, nem duas vezes.
Preciso lê-lo para a escola, como a maioria; sou uma das alunas mais "afobadas" e não abandono livros solicitados no colégio. Mas esse não desceu.
Simplesmente não consigo. Li outras resenhas, muitas pessoas gostaram, e me envergonho de não ter conseguido acompanhar o livro.
Mas é isso. Juro que "Vidas secas" eu lerei assim que for pedido.
Allana209 13/05/2013minha estante
Pronto. Depois de alguns meses, missão cumprida: li Vidas Secas. E sim, perdi o trauma do Graciliano.


Nathália 17/08/2017minha estante
Pela graça. Eu vendo todo mundo falando bem tava sem crer q eu somente não tava gostando mds tô achando horrível. Ele fica 12 páginas falando q só escreve coisa podre e depois fica matando e torturando umonte de gente. Mas tenho fé que melhore mais pra frente jsbdudsjab




Lena 28/11/2012

Muito legal, conta a história de uma jovem professora qua se apaixona por um dos funcionarios da fazenda de seu pai, o mais legal mesmo é que ela tem o meu nome, como toda história de amor; ela sofre!
Bruno Oliveira 08/01/2013minha estante
O que?

Acho que você confundiu o livro, moça...




Israel145 07/09/2012

O segundo romance do autor de “Vidas Secas” é considerado por muitos um marco do movimento modernista por expor em suas linhas a vertente da linguagem coloquial. Nele, Graciliano Ramos incorpora o autor Paulo Honório que narra de forma melancólica suas desventuras, erros e fracassos desde a mais profunda miséria até a aquisição da propriedade São Bernardo, na qual praticamente gira todo o enredo do livro.
A obra sintetiza alguns problemas brasileiros como a pobreza, o coronelismo e a questão agrária, sem contar ainda a abordagem do tema “revolução” tão comum nos idos da década de 30. Produto desse meio, Paulo Honório, depois de uma vida eivada de erros e fracassos na esfera humana, contrastando com a sua ascensão social, deslancha numa comovente história onde a única paz que alcança é a que encontra durante a narrativa e escrita do livro que trata de sua própria vida.
Recomendo pra quem gosta do autor e do tema.
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Lara 04/09/2012

São Bernardo
A obra é classificada como romance psicológico, voltado para o interior das personagens. Entretanto, não se pode descartar o retrato da sociedade que é feito por Graciliano Ramos, ou seja, a realidade externa também é explorada na obra. A sociedade rural é mostrada com certo detalhe, a eterna discussão acerca da propriedade da terra, e outros conflitos sociais e até políticos, também aparecem com frequencia em S. Bernardo.

Em muitos momentos é enfatizado os aspectos ruins da sociedade, mas não de forma negativa (se é que isso seja possível), mas um despertar para os problemas do homem.

O romance é escrito em 1ª pessoa (é o próprio Paulo Honório quem narra) e abusa da metalinguagem, o que eu adoro e me lembra um pouco o fofo do Machado de Assis, e assim é a primeira frase dele: “Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.” (p. 07);

Na verdade trata-se das memórias de Paulo Honório (ele narra os fatos aos cinquenta anos de idade): “Há fatos que não revelaria, cara a cara, a ninguém. Vou narrá-los porque a obra será publicada com pseudônimo.” (p. 12). Adorei!!!!

A resenha completa está no meu blog:
http://livroscomcookies.blogspot.com.br/
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Dalva Sales 18/08/2012

Paulo Honório; sem família, quase sem memórias de infância, trabalhou desde novo em serviços pesados por pouco dinheiro, aprendeu a ler na prisão, e se põe a escrever para recordar a vida. São Bernardo é um Romance que fala sobre o homem do nordeste, das transformações da vida que pesada que lhe pesara na velhice. Fala da escrita, do conhecimento, da revolução, da ignorância e consciência, dos ciumes, das neuras... do arrependimento ocultado pelas barreiras grossas da pele calejada, da impossibilidade de refazer o passado.


Em nota particular sobre o livro comento que foi por obrigação que comecei a lê-lo e é com a mão da vergonha que cubro o passado e digo. O livro é muito bom, e Graciliano Ramos é um dos maiores escritores modernistas deste país. Super indicado.

=*
Gabriel George 19/09/2012minha estante
Sei como se sente. Me arrependi até o último fio de cabelo de criticar a literatura brasileira antes de ler "S. Bernardo", o qual li "por obrigação", pois haveria uma prova sobre o livro onde eu estudo. (:




TÁSSIA ROCHELLI 08/08/2012

São Bernardo
Paulo Honório é um personagem que age de acordo com os seus interesses. O seu primeiro objetivo é conseguir as terras de São Bernardo. E consegue, graças as suas artimanhas e perspicácia. Depois almeja construir família, para deixar herdeiros. Engana a pobre da Madalena, uma jovem professora, delicada e educada, cheia de qualidades belas, inclusive físicas. Quando enfim, Paulo Honório se casa e tem filho, passa a ter ciúme de Madalena com todos que frequentam sua casa, inclusive do Padre Silvestre. Sua desconfiança doentia faz com que Madalena definhe, e chega ao ponto de tirar a própria vida. O protagonista termina solitário na fazenda São Bernardo, pois foi esse fruto que plantou, diante suas atitudes grosseiras com todos que faziam parte de seu circulo de "amizades".

Leitura muito boa. Recomendo!
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