Thiago275 13/07/2023
Existe ser humano melhor que outro?
Publicado pela primeira vez em 1866, Crime e Castigo é um dos romances mais famosos e mais importantes de Fiódor Dostoiévski.
Na trama, acompanhamos o jovem Raskólnikov, que se vê obrigado a interromper os estudos devido à situação de miséria em que se encontra. Apesar de receber algum dinheiro da família e de empenhar alguns bens a uma velha usurária, que lhe empresta dinheiro a juros abusivos, ele não consegue viver com dignidade.
No entanto, Raskólnikov é muito inteligente e tem ideias revolucionárias. O rapaz já defendeu em um artigo que a humanidade se divide entre as pessoas comuns e as pessoas extraordinárias, que podem transgredir a lei (humana e divina) sem maiores consequências.
Obviamente, ele se considera um homem extraordinário e, tanto para sair da situação de miséria quanto para provar a sua tese, resolve cometer um crime: matar a velha agiota. Ele leva a cabo o seu intento, mas é obrigado a matar a irmã da velha também, que aparece na casa quando ele está cometendo o primeiro assassinato.
A partir daí, Raskólnikov tem que lidar com as consequências de seu ato. Não como a pessoa extraordinária que ele pensava ser, mas como uma pessoa comum: remorso, infelicidade e paranóia o perseguem sem cessar, até que ele veja que terá que aceitar o castigo devido pelo crime que cometeu.
Não posso dizer que Dostoiévski seja um dos meus autores favoritos. Seus livros não me arrebatam. Mas é impossível negar a importância e a profundidade de um livro que discute a ética sob todos os pontos de vista, desde um assassinato até a prostituição; desde um casamento sem amor até o ato de tirar a própria vida.
Desde o século XIX, Dostoiévski nos confronta com a seguinte pergunta: existem seres humanos superiores? A depender da resposta, as consequências podem ser as piores possíveis. E Raskólnikov é o exemplo perfeito disso.