Ivonete 09/05/2024
Viver é melhor que sonhar?
Tido como livro mais romântico de Dostoievski; eu achei mais melancólico do que romântico.
No livro temos um personagem, chamado apenas de O Sonhador. O nome dele não é mencionado. Em uma das 4 noites brancas em que se passa a história (noites brancas refere-se a um fenômeno atmosférico em que o céu não fica completamente escuro), ele encontra uma jovem moça chorando, Nástienka.
Vai falar com ela, eles contam cada um a sua história de vida, e o Sonhador se apaixona pela moça.
O Sonhador é um sujeito extremamente solitário, sem amigos ou parentes, sem traquejo social. Ele conversa com os prédios e com a cidade, sonhando que entende suas dores e dilemas, e também imagina que as pessoas que ele encontra todos os dias são seus amigos, mas na verdade, nunca trocou uma palavra sequer com eles.
É bem triste na verdade.
Ele cria verdadeiros romances e amizades em sua imaginação. Ele tem uma fala empolada, parece o tempo todo estar interpretando um personagem, algo que ele criou para si.
No fim, assistindo e lendo algumas coisas sobre esse livro, me deparei com uma suposição que me intrigou....toda essa história será que foi real ou mais um sonho do sonhador?
Afinal, parece estranho um cara tão tímido e retraído ter tomado coragem para abordar uma mulher desconhecida na rua...
O livro tem sua beleza, repleta de melancolia e romantismo. O sonhador é um homem doce, respeitável, sensível e nutre um amor puro e sincero pela Nástienka.
Uma história de amor, com encontros e desencontros.
E o final...o que seria dos grandes escritores sem um final ambíguo?
Triste ou otimista?
Um minuto de felicidade plena é o suficiente para sustentar toda a vida de um ser humano?
Viver um grande amor e sofrer ou nunca tê-lo vivido?