douglaseralldo 12/01/2024
10 Considerações sobre Maus, de Art Spiegelman, o livro censurado nos Estados Unidos da América
1 - Publicado originalmente nos anos 70 (Volume I) e 80 (Volume 2), Maus, de Art Spiegelman foi um grande sucesso de público e crítica, recebendo, inclusive, o prestigiado Prêmio Pulitzer. A história em quadrinhos resgata a história familiar de Spiegelman, narrando a história de seus pais durante o Holocausto, sendo desde então, considerado importante documento de memória desse nefasto momento da história humana sobre o planeta. O livro, consenso de crítica, nestas voltas que o mundo dá, foi mais uma das obras a sofrer com a nova ascensão do nazifascismo deste século XXI sendo proibido em diferentes escolas norte-americanas; nisso uma pergunta que não quer calar, afinal, porque censurar uma narrativa acerca do holocausto? Qual o interesse nisso? Neste post, compartilhamos nossas considerações sobre o livro, algumas, talvez joguem luzes sobre esta terrível onda de retrocesso que temos vivido;
2 - Como dissemos, Maus trata-se de uma história em quadrinhos pela qual, seu autor, de modo um tanto íntimo e pessoal tenta entender o holocausto a partir da memória e da vivência de seu pai, Vladek. Nesse sentido, temos uma narrativa biográfica na qual não apenas as lembranças de Vladek reconstituem a guerra e o Holocausto, mas também a, por vezes, tumultuada relação entre pai e filho. De certo modo, podemos conceber a iniciativa de narrar a história familiar ao mesmo tempo um documento da história, mas também uma forma de Art lidar com seus próprios monstros ao tentar compreender os monstros do pai;
3 - Deste modo a narração vai sendo elaborada em camadas e tempos distintos, de um presente em que Art e Vladek encenam a própria criação da narrativa e a memória de Vladek reconstruída a partir dos encontros entre pai e filho. São essas memórias que trazem os horrores por qual passou Vladek e sua esposa, as perdas e as condutas de sobrevivência nem sempre as mais tranquilas. Esse passado revisitado pela memória que perceberá o leitor ascende sobre o Vladek do presente com muita força, porque, afinal, ninguém sai ileso ao tocar o horror de modo tão íntimo;
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