Daniel Vieira 28/01/2013
O ANTICRISTO
Sem dúvidas, até agora essa foi a melhor obra de Nietzsche que já li. É um livro de fácil entendimento, que não tem tantos termos de difícil compreensão.
Para quem acha que o autor inicia suas críticas pegando leve, engana-se. Logo na primeira página do livro, já se inicia as duras, violentas, impiedosas e irônicas críticas ao cristianismo. E em meio de tais críticas, no decorrer do livro, Nietzsche faz uma série de comparações do cristianismo com o budismo, que, segundo ele, é a religião mais verdadeiramente positivista e que mais se aproxima da realidade.
Fala de modo subentendido, a hipocrisia dos cristãos, nos quais praticam atos totalmente contrários daquilo que pregam, ou, nas próprias palavras do autor: ''anticristãos na ação''. Fala dos sacerdotes, papas e teológos, que segundo ele, a cada frase que pronumciam, eles não só se enganam, mas mentem. E que essa mentira, agora, não é por ''inocência'', e sim, por ''ignorância''.
Agora, partindo para uma opinião pessoal minha: praticamente, não discordei de quase nada que Nietzsche falou, mesmo que de maneira agressiva e violenta, fazem todo sentido. Porém, em meio de tantas críticas, há algo que eu sou totalmente contra: generalização (qualquer tipo). Em algumas partes, o autor deixa-nos a impressão que todos os cristãos agem/são/pensam do modo que ele caracteriza. Ele não usa termos do tipo ''a maioria'', ''alguns'', ''tais'' na hora de ''acusar'' (por exemplo, minha mãe é cristã, e nem por isso ela é o que Nietzsche diz que os cristãos são, pelo contrário, é uma pessoa de bons valores). Enfim, pelo menos pra mim, essa foi a impressão.
Posso resumi de forma simples e objetiva o livro, através de uma analogia: Nietzsche, no início e decorrer do livro, incorpora-se em uma espécie de advogado, onde ele faz sucessivas e verídicas ''acusações'', designada também aos seus ''cúmplices'' (seguidores de tal religião). E no final do mesmo, incorpora-se em uma espécie de juiz, onde ele bate o martelo, dando o seu veredito final e condenando, o que, segundo ele considera, a maior desgraça da humanidade: o cristianismo.
(Embora, mesmo eu não concordando que o cristianismo seja uma desgraça da humanidade, como o autor disse, e sim, a religião em si, não uma exclusiva)