Precisamos falar sobre o Kevin

Precisamos falar sobre o Kevin Lionel Shriver




Resenhas - Precisamos Falar Sobre o Kevin


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Bruna 13/01/2014

Livro bom, filme ruim
Primeiramente, queria dizer que o que me chamou atenção nesse livro foi a capa. Logo depois que eu soube do que se tratava eu PRECISEI comprar e ler esse livro. Infelizmente, esse capa com um ar "sinistro" que faz juz ao livro não existe mais, somente há para vender a capa do filme, o que é uma grande bosta.

O livro começa muito chato, os capítulos e os parágrafos são bem extensos, o que é cansativo e o que a Eva, mãe do Kevin, começa a contar no inicio é meio tipo.. foda-se, sabe? Se estende nessa chatice até la pela página 100, depois conforme Kevin vai crescendo e ganhando personalidade o livro vai ficando bom, então vale muito a pena a leitura.

Precisamos falar sobre Kevin não me surpreendeu muito, acho que eu esperava uma criança literalmente possuída por um demônio, sabe? Hahaha, mas é.. o Kevin fez coisas horríveis, sim, ela era uma criança/adolescente com uma extrema má índole e uma frieza que veio consigo desde o berço, sim, mas houve apenas duas partes da história onde fiquei bem indignada pelas coisas que o Kevin fez: durante o incidente sobre o olho da irmã e quando descobri o que ele fez com a família, porque era uma coisa que realmente não esperava. Deu um nó na garganta e não entendi porquê ele fez aquilo, e acredito que nem ele tenha entendido.

Durante a leitura do livro me ocorreram pensamentos de que talvez eu nunca queria ter filhos, visto ao fato de que ele "nasceu" assim, o que poderia acontecer em qualquer família. Me fez pensar que talvez a culpa pela qual algumas pessoas são tão ruins, não tenham caráter, enfim, não seja da criação, mas sim alguma coisa que vem de dentro, sabe? Que já nasce com a gente.

O mais decepcionante de todo o livro foi ao acabar ele com um gostinho de querer mais e ir correndo assistir o filme. Só para me decepcionar profundamente com o filme, com o enredo, com os personagens, que não eram nada do que eu imaginei na minha mente. O filme nem de longe mostra o que o livro mostra, os pensamentos de Eva. No filme ela parece uma mãe descasa, mas no livro entendemos o porque dela ser assim e é profundamente aceitável. Mas o mais palha foi que a cena mais importante não teve graça NENHUMA. A matança, famosa matança, chacina de Kevin, aonde ela está no filme? Faltou muita coisa.
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Rafaela 13/01/2014

O começo do livro é cansativo, com parágrafos enormes e apesar de ser composto de cartas, a linguagem não é simples, mas com avanço da leitura achei que a escrita maçante foi proposital.

Fiquei chocada com os relatos de Eva, como ela expõe sua rejeição ao filho de forma tão crua, e como Kevin é um garoto que não gosta de nada e de ninguém, ate sua relação com o pai é falsa, é apenas um teatro que ele usa para magoar sua mãe.

Mas ela não desiste de se conectar ao filho, nem quando ele destrói sua vida, mesmo no fim ela continua tentando entedê-lo,mas mesmo no final, eu fiquei pensando que Kevin estava era manipulando a mãe, e quanto mais sofrimento espera Eva.
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Livretando 20/01/2014

Resenha: Precisamos falar sobre o Kevin
Eva e Franklin formam um casal apaixonado, porém, durante o relacionamento já duradouro, divergem quanto a um assunto: ter um filho. Franklin sempre desejou ter uma criança, mas Eva sempre foi contra isso.

Eva, apesar se sentir feliz por estar em um relacionamento com Franklin, percebe que está faltando algo em sua vida, a saudade que sente do marido que vez em quando viaja, o fato de ver o marido feliz ao brincar com as sobrinhas e sempre falar da mãe de uma forma amargurada, fizeram Eva tomar a decisão de ter um filho.

Após algumas tentativas, Eva engravida de Kevin. Com uma gravidez de privações, além de ser a primeira gravidez, ela sentia-se pouco segura. Mas ainda assim, confia nas opiniões de que o nascimento do seu filho seria uma coisa mágica.

Meses depois a criança nasce e Eva logo percebe que há algo de errado com a criança, pois a mesma parecia não ter “gostado muito” de ter Eva como mãe. O garoto chora bastante e renega o seu seio como se fosse algo repulsivo. Mas seu marido, como sempre, arrumava uma desculpa para os atos de Kevin.

Com o passar do tempo as coisas não melhoram, a relação de Kevin com a mãe não é nada boa, sempre chorando e fazendo travessuras. Já com o pai, era sempre um amor de garoto e sempre era protegido por ele. Mas, 7 anos depois nasce uma linda garotinha, Celia, esta era claramente diferente de Kevin e se dava super bem com a mãe.

Sempre arrumando uma desculpa, o pai de Kevin o superprotegia quando o garoto aprontava as suas, mas a mãe sempre via tudo aquilo como uma afronta e percebia que o menino gostava da situação em que vivia e adorava fazer algumas maldades. Não gostava de muita coisa, com exceção de arco e flecha, seu “esporte” favorito. Esporte este que utilizou para o massacre em sua escola, matando alguns dos alunos dos quais o garoto detestava.

Com um final surpreendente, Lionel Shiver consegue, com todos os detalhes possíveis, contar a historia deste garoto que definitivamente não é o queridinho da mamãe.

É um livro bastante denso, com muitos detalhes, inclusive das mortes. A autora traz os conflitos psicológicos, principalmente da mãe, já que o livro é escrito através das cartas que Eva escreve a Franklin, sendo uma forma bastante interessante de contar a história. Mas também suscita a dúvida: “será que é isso tudo mesmo?”; pois mostra apenas a visão da mãe e não simplesmente um narrador neutro. Fica a dica de um ótimo livro.

site: http://livretando.blogspot.com.br/2012/02/resenha-precisamos-falar-sobre-o-kevin.html
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Marcela Mello 21/01/2014

Não dá para falar algo além de que "este livro é... perturbador"..

Através de Kevin Khatchadourian vemos até que ponto pode chegar o ser humano... mesmo ainda criança, adolescente... no ato da maldade, da crueldade.
Tudo, exatamente tudo o que havia no caminho de Kevin precisava ser destruído ou/e manipulado... Castigo para isso? Nada o aborrecia ou o agradava. Ele preferiria o calor do útero da mãe - que optava por ele não ter nascido - do que aquele mundo-nada-curioso, onde as pessoas faziam e repetiam coisas óbvias, para consequências óbvias...
Então, por que não se distanciar da mesmice e ainda lucrar com a fama, ao ser mais um - porém diferente - protagonista dos "Matadores da Escola"?
Quando o próprio Kevin diz à mãe: "Quando se monta um show, não devemos atirar na platéia", ele certamente não inclui as 9 vítimas da carnificina desse pequeno Robin-Hood-do-mal.
Não há como explicar. É um daqueles enredos que "colam" em seu cérebro, e jamais afastam de sua memória...
Não há como dizer que não é perturbadora essa história, não há mesmo...
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Leila 26/02/2014

Nossa um livro muito marcante. A família em questão é totalmente desestruturada, uma mãe ausente que mais pensava em si do que no filho, mas quando ela se dá conta disso não tem muito mais oque fazer. Um pai que defende o filho de todas as maneiras possível, mesmo que para isso tenha que dizer que a mãe está mentindo ou vendo coisas de mais. Se o filho já nasceu com tendências psicóticas não sei, mas que já era mentalmente ruim isso era. Frequentemente acontece isso nas famílias onde uma das partes, seja o pai ou a mãe, não aceitam que o filho seja perturbado e precise de ajuda psicológica, neste caso oque o pai faz acobertando o filho e deixando a mãe desacreditada torna-se um rombo na família. O final do livro foi surpreendente, nem passou pela minha cabeça o destino de algumas pessoas, recomendo a leitura.
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Laura Oliveira 18/03/2014

Estranhamente e desconfortavelmente perfeito.
Senti incômodo do início ao fim. Incômodo por nunca ter questionado as convenções que ensinam o caminho para a vida perfeita. Será que existe mesmo uma forma correta de ser feliz? Existe um jeito certo para amar? Agora posso responder que não. Por mais planejadas que sejam as ações, o resultado nunca é o que se espera. Acredito que a única solução para esse problema é não se forçar a nada. Não se forçar a dizer que ama quando não é verdade. Não se forçar a dizer que está satisfeito com as coisas quando na verdade não está. Não se forçar a abrir mão de seus objetivos para realizar os de outra pessoa quando não está preparado para isso.
Fácil? Não para mim. Sei que reconhecer o erro não quer dizer que ele será corrigido, muitas vezes por covardia ou acomodação. Mas ler PFSOK me fez pensar bastante sobre isso. Espero que eu tenha peito para mudar.
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Tayná Coelho 19/04/2014

Incrível!
"- Quando a gente monta um show, não atira na plateia."

Esse foi um dos primeiros livros que li esse ano, ainda em janeiro, por indicação da minha amiga Juliana (que, aliás, sempre me indica livros incríveis).

Foi uma leitura muito difícil e muito intensa desde o início. Eva, mãe de Kevin reconstitui toda a trajetória da vida de Kevin em cartas destinadas a Franklin, seu marido e pai de Kevin. Percebemos logo de início, pelo tom das cartas, que ambos não estão mais juntos, devido ao que Kevin fez. Sabemos que ele cometeu algum tipo de massacre escolar, como o de Columbine, mas não conhecemos a verdadeira natureza do ataque até o fim do livro.

Preciso dizer que o livro é incrível, mas me deixou extremamente amedrontada. Sob a perspectiva que Lionel nos dá em seu livro, apesar da culpa dos pais no que Kevin veio a ser, fica bem claro que ele já era um menino mau. Talvez se o comportamento de ambos os pais fosse outro, ele não tivesse ido tão longe, mas certamente já se observava maldade nele desde o início.

Vou tentar construir um pouco do perfil dessa família aqui sem dar nenhum spoiler. A mãe, Eva, nunca quis engravidar e era muito feliz com sua vida de editora de um guia de viagens. O pai, Franklin, sempre quis ter filhos e acabou conseguindo convencer Eva. Porém, vemos que desde o início, Eva nunca amou o filho, mesmo quando ele ainda estava em sua barriga, vemos uma rejeição por ele enorme. Enquanto Franklin, desde sempre, fecha os olhos a tudo de errado que o pequeno Kevin faz. Kevin, por sua vez, é uma criança (e ouso dizer que quando bebê já era assim) extremamente dissimulado e manipulador. Enquanto leva a mãe e todas as babás contratadas a loucura com seus gritos ensurdecedores, basta o pai chegar para que ele se transforme em uma criança dócil. Esse perfil será levado por ele ao longo da vida: fazendo de tudo para irritar a mãe e sendo o filho perfeito para o pai. Esse comportamento ambivalente de Kevin acaba por afastar seus pais. Franklin acha Eva fria demais com o filho e Eva considera Franklin condescendente demais.

Lionel traça um perfil muito claro dos atentados ocorridos em escolas norte-americanas, fazendo um paralelo com a história narrada no livro.

A pergunta perturbadora que ficou na minha mente por muito tempo, depois que li esse livro foi: existe só um culpado? Seria Kevin mau por natureza? Ou talvez a rejeição da mãe foi sentida por ele e o tornou assim? Seria o excesso de cuidado e de proteção do pai culpado também? Alguma coisa poderia impedir o final trágico desta história?

Eu não tenho respostas para essas perguntas, mas indico o livro a todos (o filme também é incrível, vale ressaltar).

site: http://olhandoporai.com/2014/04/19/resenha-precisamos-falar-sobre-o-kevin-lionel-shriver/
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Karol 24/04/2014

Eu terminei Precisamos falar sobre o Kevin há quase um mês, mas não consegui vencer a preguiça para vir aqui falar pra vocês sobre o livro. Fora que esse blog é quase uma fênix, né? Voltando do nada, quando a gente menos espera e panz. Faz parte.

Vamos lá então. Precisamos Falar sobre o Kevin é um romance psicológico da americana Lionel Shriver. A autora nos conta a história de um daqueles garotos-bomba que surta um dia e mata vários colegas de escola e uma professora, mas ela nos conta isso do ponto de vista da mãe desse menino, Eva Katchadourian. O livro tem uma narrativa epistolar, ou seja, é um apanhado de cartas que Eva escreve para seu marido Frank, após o atentado que seu filho realiza na escola, onde ela tenta analisar quais os motivos que levaram Kevin a se tornar “um daqueles garotos Columbine”.

O livro demora um pouco pra engrenar, pra ser bem sincera. As cem primeiras páginas são sofríveis, mas depois melhora bastante. A autora monta Eva como uma mulher que tem uma imagem muito culta e viajada de si mesma, e aos poucos ela própria vai desconstruindo toda essa montagem, percebendo que talvez a culpa por Kevin ser o que é ou ter feito o que fez, não seja apenas dele, mas também dela, da sociedade que os cerca, da cultura americana, etc.

A leitura demorou em engrenar, pelo menos para mim, porque tive extrema dificuldade em me identificar com a Eva. A pessoa que ela aparenta ser no início da narrativa é extremamente enfadonha e Kevin, da maneira mais bizarra possível, traz certa humanidade pra ela. É essa humanidade que começa no segundo terço do livro e faz com que a experiência da leitura se intensifique.

Precisamos falar sobre o Kevin é um livro pra ser lido e refletido. É diferente do que estou acostumada a ler porque efetivamente traz algo para se pensar e, como é óbvio, não tem um final feliz. Questiono muitas vezes a minha própria opção de ler, na maioria esmagadora das vezes, coisas alegres e superficiais. O ser humano precisa refletir sobre a vida de vez em quando e a leitura traz isso. Privar minha própria mente dessa reflexão talvez seja um erro, mas isso é assunto pra outro post.

Leitura recomendadíssima. Mas se vocês forem como eu, que se deixam levar emocionalmente pelo que estão lendo, evitem ler esse livro em momentos ruins. Só vai piorar a situação.

site: http://www.literatura-pop.blogspot.com/2014/04/precisamos-falar-sobre-o-kevin-lionel.html
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Ana Karina 28/04/2014

Instigante, verdadeiro e reflexivo!
Após o filho Kevin de apenas 15 anos cometer um chacina, matando onze pessoas na escola onde estudava, a sua mãe EVA começa a escrever uma série de correspondências que mais parece um diário de sua vida até aquela data.
Nestas correspondências, ela mergulha juntamente com o leitor em desde dúvidas corriqueiras diárias até as mais profundas. Ela se culpa pelo que aconteceu, lembrando que não queria ser mãe, mas no entanto se dedicou de corpo e alma desde que soube que estava grávida.Relatando assim o dilema mãe/profissional.
Ela culpa o sistema, a sociedade consumista e imediatista e questiona todo o modo americano de ser em várias passagens. Ela faz uma alusão, ao que me parece a piramide de Maslow, que tendo suas necessidades satisfeitas o ser humano pode buscar satisfação em desejos sombrios.
Ela também acredita que o filho nasceu com uma índole ruim e cita passagens que desde o berço ele já realizava maldades.
É um livro que nos leva a refletir todo conjunto de fatores que pode levar a um adolescente de 15 anos cometer assassinato em série.
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Renata 10/05/2014

Pesado, pesadíssimo por sinal. A realidade nua e crua servida em bandeja. Não há dramas, não há lamúrias, não há desculpas; somente a descrição dos fatos (e que fatos!!!) e sentimentos. É extremamente doloroso ler este livro, no entanto, ele tem um poder que inebria o leitor não o permitindo mais parar de lê-lo. Um livro que não nos permite neutralidade: passamos pelo ódio, revolta, pessimismo, pena, dor (só não passei pelos bons sentimentos).
Um dos MELHORES livros que já li. Recomendadíssimo !!!!!!!!!!!
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Carla Martins 12/05/2014

Estremamente perturbador
Mais em: http://leituramaisqueobrigatoria.blogspot.com.br/

Demorei mais do que de costume para ler esse livro. Levei exatos 10 dias. Não só por conta da densidade da leitura, mas porque ela me tocou fundo de uma maneira tensa, me desestruturou, me deixou agoniada e bastante chocada, muitas vezes. Depois que nos tornamos mães, acho que acabamos sentindo na pele um pouco da dor de toda mãe. Pelo menos, é assim que eu me sinto. Sempre fui de me colocar no lugar dos outros e, com relação à maternidade, talvez por conta do amor louco e do senso de responsabilidade que sentimos em relação àquele ser dependente de nós, esse "costume" de me colocar no lugar e de sentir um pouco a dor/alegria/decepção/orgulho do outro seja meio perturbador.Tendo em vista a história desse livro, é perturbador demais.

Eva é uma mulher independente e bem sucedida profissionalmente, exatamente como eu. Adorava viajar e curtir as noites dando risada e bebendo um bom vinho, exatamente como eu. Até que planeja e decide engravidar, exatamente como eu. Depois disso, tks God, as semelhanças acabam. Kevin, seu filho, já nasce despertando algo sombrio em sua mãe. Já nasce desafiando-a, rejeitando seu leite, chorando o dia inteiro e fazendo birras em atitudes - que são muito piores que as birras de palavras e chiliques - sempre que podia.

Ele tinha um olhar de lado, um meio sorriso sarcástico. Mostrava-se muito inteligente e dissimulado desde cedo, acendendo em sua mãe um alerta vermelho que ela tinha medo de ser falta de amor, falta de instinto materno. E se culpava por isso, muitas vezes. Que situação horrível você ter um filho e não se identificar em nada com ele! Que triste você não sentir nada de harmonia na família que você construiu. E o pior ainda é ver, diante dos seus olhos, a ruptura do seu casamento por conta da opinião do pai de Kevin de que Eva perseguia o filho, era exagerada e não dava valor para o bebê maravilhoso que eles tinham em casa.

Franklin só esqueceu de levar em conta que instinto de mãe nunca erra.

No começo, a história foi um pouco difícil de seguir por conta da linguagem um pouco mais formal da autora, que sempre acaba distanciando um pouco a história do leitor. Depois que acostumei, tudo fluiu normalmente, e no decorrer da história tudo vai ficando cada vez mais denso e sombrio. Kevin é um daqueles espíritos perturbados que já nascem com vontade de fazer o mal, não importa o que os pais tentem fazer para mudar isso. Mas, mesmo assim, deve ser um carma surreal ser mãe de alguém assim, a quem você se dedica, dá amor, tenta educar e que, no fim, só consegue devolver desprezo e malignidade.

Como o livro é grande e eu sentia que teria muito choque durante a leitura, não aguentei esperar e fiz algo que NUNCA faço. Quando estava na metade do livro, dediquei uma noite a assistir ao filme. Por um lado foi uma experiência boa, que fez eu mergulhar mais na história, por outro foi ruim, porque já sabia a grande surpresa e reviravolta do final. Mesmo interrompendo o livro na metade, vendo o filme e voltando ao livro, achei o livro INFINITAMENTE melhor.

A descrição da matança a flechadas dos colegas escolhidos a dedo por Kevin foi muito bem narrada no livro. O conflito de sentimentos daquela mãe, depois do segundo choque do dia, descobrindo que seu filho é um assassino ainda muito pior do que ela tinha imaginado, foi de cortar o coração. Dá mesmo para perceber que a autora, uma psicóloga, realizou um extenso trabalho de pesquisa da mente e do comportamento desses jovens responsáveis por chacinas que abalaram o mundo, para então traçar o perfil de Kevin. Essas matanças em escolas são até citadas no livro, que foi bem original em focar na mãe do assassino, ao invés de falar apenas do jovem, como tantas outras obras. Porque que o criminoso tem um parafuso a menos, a gente já sabe, mas ninguém nunca pensou como é ser mãe de uma pessoa assim.
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