Nica 08/04/2014Simplesmente PERFEITOBelleville é o romance de estreia do meu querido amigo Felipe Colbert na Editora Novo Conceito. Ano passado, eu tive a honra de ser leitora beta do autor e pude me deliciar com as belas linhas dessa história doce e apaixonante.
Quando o Felipe me convidou para ler seu novo romance, fiquei super feliz. Já tinha tido a oportunidade de ler, em primeira mão, outro livro seu - que foi um sucesso também -, e fiquei lisonjeada por poder participar desse agora.
Belleville é uma história linda, gente. Honestamente, essa é uma das resenhas mais difíceis que estou escrevendo. Me envolvi e me identifiquei demais com a história de Anabelle e Lucius. Confesso que ele não me conquistou de cara. Mas, aos poucos, foi me convencendo... rsrs... Já Anabelle, ela me prendeu logo nas primeiras linhas com seu jeito doce, com sua pureza, com sua simplicidade e seu amor incondicional.
Felipe foi ousado ao escrever um romance em dois tempos. Algo que poderia ter dado ou muito errado ou muito certo, como foi o caso. Nas curvas páginas de Belleville, conheceremos a história de Anabelle, uma jovem de 18 anos, que vive em Campos do Jordão no ano de 1964 e está passando por um momento delicado: acabou de ficar órfã. Com uma velha casa para morar e seu fiel escudeiro, o gato Tião, Anabelle passará por poucas e boas.
Já sem esperanças de que as coisas melhorem, ela decide deixar uma carta, contando o desejo de seu pai: terminar a construção de Belleville, uma montanha-russa de madeira. A menina coloca a carta dentro de uma caixa e a enterra em seu jardim. Desejando em seu coração que alguém, um dia, termine o que seu pai começou e possa realizar o sonho dele.
O ano agora é 2014. Lucius, um estudante universitário de Matemática, está pela primeira vez por sua conta e risco, em um lugar totalmente novo, sem amigos e sem a proteção do pai. Ele acaba indo morar na velha casa que pertencera à família de Anabelle, por ter um aluguel bem mais em conta do que o normal e não se localizar tão distante de sua faculdade.
Ao avistar uma velha construção de madeira, Lucius se sente atraído por ela. Instantaneamente. Com isso, ele resolve se aventurar pelo terreno da casa, encontrando um celeiro velho, cheio de ferramentas e uma moto Vespa, muito famosa nos anos 60. Contudo, o que mais lhe chamará a atenção é a inacabada montanha-russa de madeira.
Fascinado por ela e pela história que ela parece esconder, Lucius começa a procurar mais atentamente coisas que possam explicar o porquê de ela ter sido abandonada pelo caminho. Numa de suas buscas, ele encontra a caixa com a carta de Anabelle, a jovem que um dia vivera ali. Sem saber direito o porquê, ele resolve responder a mesma...
Eis que Anabelle recebe a resposta de um estranho, Lucius, que diz está lendo sua carta 50 anos depois. Como isso é possível? Estaria alguém brincando com a garota? Causando ainda mais sofrimentos para um coração sem esperanças? Ou será que Lucius estaria ficando maluco, alucinando que uma jovem que vivia nos anos 60 estaria, de fato, se comunicando com ele?
Em uma envolvente história de amor, amizade, mistério e magia, Felipe Colbert nos envolve e fascina com essas duas personagens de anos tão distantes, mas com o mesmo desejo e intensidade em seus corações.
O livro é narrado em primeira pessoa, os capítulos alternando entre Lucius e Anabelle, fazendo com que possamos conhecer muito bem as duas personagens e suas histórias. Todos os sentimentos são muito palpáveis, tanto os bons quanto os ruins. Principalmente no que diz respeito à Anabelle. Fiquei com pena da menina, com raiva do seu nojento tio Lino e com vontade de trazer ela pra minha casa, pra cuidar e amar, como a uma filha mesmo.
Belleville é uma montanha-russa sim, mas de emoções. Você vai se pegar sentindo amor, esperança, raiva, aflição, ternura, compaixão... Terá vontade de rir, vontade de chorar, vontade de fazer justiça com as próprias mãos... E isso tudo em uma tacada só! Sim, porque eu D-U-V-I-D-O que você vá conseguir largar o livro depois de ler o primeiro capítulo (que começa com a carta de Anabelle).
Belleville me fez lembrar um pouco de A Casa do Lago, filme protagonizado pelos atores Keanu Reeves e Sandra Bullock. Mas, depois que conversei com o Lipe e refleti sobre ambas histórias, posso afirmar que a história de Ana e Lucius é MUITO melhor e bem mais tocante, sensível e real.
Emocionante, fascinante, envolvente e mágico, são palavras simples demais para descrever tudo o que Belleville é. Se eu fosse você, não perderia mais tempo e iria logo me aventurar nessa montanha-russa de madeira e de emoções.
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http://www.draftsdanica.com.br/2014/04/resenha-belleville-felipe-colbert.html