spoiler visualizarRosi 29/10/2017
Uma discussão sobre a obra de Ferréz “Capão Pecado”
Reginaldo Ferreira da Silva, com o pseudônimo Ferréz. Este autor é considerado um dos grandes escritores da literatura periférica, e a sua produção recebe destaque, pois para ele é preciso que haja uma libertação da escrita no campo literário da periferia, longe dos pensamentos da elite branca e autoritária, traz em seus conceitos reflexões embasadas numa divisão da sociedade periférica que sempre foi explorada, execrada, e que precisa se levantar sair da inércia, serem defensores de sua própria história a partir de um olhar radical, é necessário a perda da inocência para que se apreenda que dentro da favela não existe somente violência e pobreza, mas pessoas que merecem destaques, é necessário que se apreenda que a periferia é um campo de construção de arte.
Amei o livro, é uma realidade que encontramos inserido dentro da nossa sociedade, para Ferréz a literatura marginal cunhou a expressão “literatura dos marginalizados” para caracterizar o tipo de literatura que não está excluída no mercado de trabalho, que não está se excluindo do cânone, mas que está sendo produzida por quem está excluído, social, econômica e literalmente. Ou seja, quando se escreve uma obra desse tipo, surge muitos interesses na obra, mas quanto ao artista que reside na periferia não é importante. Uma vez que, surge por meio dos leitores, curiosidade e vontade de saber mais sobre a produção do autor, sabe-se que a construção dessa obra não é interessante para muitas editoras, por ainda existir preconceito contra a produção literária marginal, principalmente para a elite e alguns meios de comunicação de massa.
O termo “marginal”, estabelece um jogo com a palavra, pelo fato de Ferréz ser oriundo da periferia. Então, assumir o lugar e a voz do marginal, com força suficiente para dar-lhes centralidade na dinâmica social, é subverter o mito de que “marginal” representa diversos aspectos tidos como negativos na sociedade, principalmente ligados ao roubo, ao crime e diversos outros tipos de violência. Por isso que a obra escrita por Ferréz é importante, já que pode abrir caminhos para muitos jovens que residem nesses locais. Uma abertura para novos escritores da literatura marginal, tanto escritores como poetas.
A obra Capão pecado, foi inspirado no livro Cidade de Deus. A diferença é que o escritor do Capão pecado, não mudou os contextos do romance, isto é os nomes dos personagens são os mesmo.
Esse personagem principal tem uma expectativa de vida, mas o sistema (sistema seria o que detém o poder) fecha as portas para ele, como para seu pai que é um alcoólatra, seus amigos que não tem expectativa de vida, por conta da situação, somente no fim do romance que a situação reverte e Matcherros consegue um trabalho. Rael tentará de várias formas não se envolver no mundo do crime, mesmo com sua situação difícil. Se apaixona pela namorada do seu melhor amigo, Paula, uma menina com seus aspectos de “boa moça”, mas no fim do romance, o leitor se surpreenderá com as atitudes da moça. Já que ela se envolve com Rael, mas tem um caso com um homem mais velho o patrão de Rael, seu Oscar. Paula abandona seu marido para viver com Oscar, consequência Oscar é morto por Rael, e desde quando trabalhava na padaria e na metalúrgica, Rael sempre foi dedicado. Atendia os clientes com muito carinho e sempre com um sorriso no rosto.