nanda_diniz 10/01/2021
"Pobre e infeliz Erik? Devemos lastimá-lo? Amaldiçoá-lo?"
O livro começa com o último show dos diretores do teatro, pois estes pediram demissão e estão deixando nas mãos de Armand Moncharmin e Firmin Richard. Nessa mesma noite uma pessoa morre, e também uma cantora sofre um acidente dando lugar para a estreia de Christine que faz uma apresentação deslumbrante. Tanto a morte quanto o acidente, a culpa recai sobre "O Fantasma da ópera".
Todos no teatro sabem sobre o fantasma e suas preferências, sua voz é ouvida em todo lugar, seu camarote reservado de n° 5 é utilizado exclusivamente por ele, ele recebe um salário alto todo mês, e quando suas regras não são obedecidas, ele se vinga, causando acidentes e prejuízos para aqueles que na ópera vivem. Apesar de tudo isso, ninguém nunca o viu. Se suas ordens forem obedecidas, o lugar fica em harmonia.
Personagens:
Os novos diretores acham que seus antigos proprietários estão pregando peças e que querem assustá-los, não levando a sério as recomendações do fantasma e nem acreditando na sua existência. Armand Moncharmin e Firmin Richard são sem dúvida o grande humor da história. Tirando um pouco a tensão que o livro carrega.
Raoul, é o personagem mais insuportável que eu já conheci. Chorão, burro, chato, dramático, e possessivo. Só faz besteira ao longo do livro, é um personagem pra mim que não teve utilidade. Ele é mais usado para causar ciúmes no fantasma e dar uma balançada na trama. Odeio o Raoul, é isso.
Christine é a típica personagem feminina bonita, ingênua, boazinha, honesta e burra também. (Mas ninguém supera o estúpido do Raoul). Apesar de tudo, eu tive simpatia por ela e por tudo o que ela passou, gostei dessa personagem.
Erik, O Fantasma da Ópera, pra mim é o melhor personagem aqui. Mas suas aparições são curtas, e ele acaba ficando como pano de fundo quase que o livro inteiro, o que acabou sendo frustrante para mim. Pois veja bem, o livro se chama O Fantasma da Ópera, porém quase não temos contato com esse personagem. Eu queria saber mais da história dele, das suas motivações para se tornar o que é. E sim, temos essas explicações, só que elas são rápidas, rasas até. A ausência do aprofundamento fez falta e me deixou um pouco chateada.
Voltando a falar dele: eu gosto de anti-heróis, e me dá pena as coisas que aconteceram com o "Anjo da Música". A feiúra fez com que ele se isolasse em um porão. Erik sabia fazer muitas coisas, era uma pessoa cheia de talento, com uma astúcia aguçada, com uma voz bela e sedutora, que fascinava até mesmo os homens, e mesmo aqueles que lhe odeiam ficam admirados, ele tinha tanto para oferecer ao mundo! Christine foi a única que tratou ele como um ser humano, e por isso ele se apegou tanto a ela, amou com toda a alma, ainda que esse amor seja prejudicial para todos.
Todo mundo fala que esse livro tem um triângulo amoroso, porém eu não vejo assim. Christine gostava do Raoul desde a infância, e ele dela. Teve um momento do livro que ela gostou do Erik, achou que amava ele, só que era paixão, e bastou ela conhecer ele de verdade (não falo pela aparência, falo as coisas terríveis que ele fez) que o coração dela deixou de ser dividido (isso menos da metade do livro) e passou a ser só de um homem. Acho os dois relacionamentos dela abusivo, entretanto com o Erik o abuso é mais descarado.
É uma ficção gótica da literatura francesa que fala sobre ódio, vingança, superstições, amor e preconceito. Eu esperava mais, confesso. No entanto, eu me diverti lendo essa história, gostei da experiência de leitura e das reflexões que isso trouxe para mim.
Boa leitura!