Lari Moreira 25/07/2020
Uma dosagem a mais do Fantasma ....
Primeiramente, admito que sou uma vítima de paixão platônica e além do normal por esse conto. O Fantasma da Ópera está de longe, entre as dez melhores histórias que já ouvi sobre. Com musicais espalhados pelo mundo inteiro, e retorno grandiosos em todos os países, o que poderíamos esperar deste livro?
Confesso que demorei um bocado para adquirir o livro, por pura e simples birra da minha criança interior que se decepcionou aos 6 anos no teatro, quando Christine abandona o Fantasma. Talvez aí comece o problema (haha).... mas Gaston Leroux entrou em cena para argumentar.
O escritor, Gaston Leroux, garantiu neste livro uma sucessão de provas e relatos que possivelmente (eu acredito haha) declaram a existência do Fantasma na Ópera Garnier em Paris, no século XIX. Ele associa essa série de dados, na contestação sobre a identificação do cadáver encontrado, durante as obras realizadas no local.
A história da venda do Teatro, a revelação de Christine Daaé e seu triângulo amoroso com Raoul de Chagny e o Fantasma, se desenvolve dentro de relatos de testemunhas, cartas, documentos e por fim o depoimento do Persa (na data limite, devo destacar), obtidos pelo escritor, que foi incentivado em provar os eventos trágicos da Ópera e resgatar o reconhecimento de amor existente entre dois queridos irmãos.
A suposição do triângulo entre os irmãos e a cantora lírica, garantiu uma composição de fácil compreensão para a sociedade, que seria uma jogada de mestre fenomenal para um evento que não deixou rastros......e acumularam no incentivo mestre para a pesquisa de Leroux.
A caracterização de Erick, com declaração de eventos passados garantiram a moldagem do monstro, além do homem de rosto desconfigurado. Ademais, os relatos dos esconderijos, projeções cenográficas, o lago (que ainda existe, obrigada Google Street!) e demais sistemas sensoriais, foram espetaculares para ressaltar o gênio do Fantasma, que mostra extremo conhecimento sobre materiais e a Ópera.
Salvo os momentos clássicos do triângulo, o sofrimento retratado por Erick e suas ações drásticas por amor, garantiram um suspense máximo que poderia envolver o fim trágico de diversas personalidades da sociedade francesa. De longe, algo que deveria ter sido retratado abertamente.
Poderia citar aqui também, o modo apaixonado e descontrolado do Visconde, cego aos perigos em busca do seu amor, ou até mesmo a Christine Daaé diante de decisões extremas. Porém, eles são personagens extremamente rasos e fáceis de solucionar.
“O Fantasma da Ópera” atendeu todos as expectativas, e sanou questões que são apresentadas superficialmente nas peças, entregando por fim uma visão de Erick como um apaixonado de gênio forte, porém misericordioso em relação aos desejos de Christine (meu amor por ele foi renovado aqui, nada vai mudar). As últimas páginas foram bem mais complexas que os dos atos teatrais, onde salvo o último capítulo, pudemos analisar o desfecho para o final já conhecido.