Vozes de Tchernóbil

Vozes de Tchernóbil Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - Vozes de Chernobyl


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Kety 23/06/2021

É uma leitura pesada composta de dezenas de relatos que fazem o leitor sentir como se estivesse conversando e ouvindo histórias de como pessoas tiveram uma vida pré-Tchernóbil para que depois se tornassem o povo de Tchernóbil.

São relatos de esposas, cientistas, jornalistas, liquidadores, políticos, fotógrafos, professores e tantas outras pessoas comuns que vivenciaram esse acontecimento de formas diferentes, com informações distintas. Pessoas que conheciam a guerra e foram preparadas para enfrentar a guerra, mas não um desastre nuclear.

É um livro impactante que nos faz tentar imaginar como foi enfrentar tudo isso sem entender de verdade a gravidade da situação, tendo que abandonar seu lar e perder entes queridos. Além dos animais que foram deixados para trás e sacrificados...

Não é uma obra fácil de absorver, mas é necessária e não deve ser esquecida.
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Thaisi.Piazza 09/11/2024

Bom, porém cansativo.
O primeiro relato é muito impactante, me fez chorar. No entanto, depois de um tempo os monólogos começaram a ficar repetitivos, o que tornou a leitura bastante arrastada pra mim. Que é uma obra importante, é incontestável. Recomendo intercalar com uma leitura mais fluida, assim será menos cansativo.
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Elani Araújo 29/11/2020

Livros que devem ser lidos antes de morrer
Não ficção e jornalistico. Apresenta falas cruas dos que de fato sofreram e sofrem com o descaso em torno do acidente em Tchernobil. Leitura forte mas muito necessária. Organização dos textos está impecável.
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Qnat 21/06/2021

Esse livro não fala apenas de Tchernóbil, mas fala de resistência, de família, de militarização, de governo, preconceito, sonhos, medo, lembranças... ou seja, da humanidade.

A escrita de Alexievich é única. A forma que ela retrata as entrevistas e relatos em palavras, é incrível. Estamos lendo um livro, não há imagens, trilha sonora, sons ambientes, expressões faciais... E ela sabe lidar muito bem com isso. Sílaba a sílaba, pontuação a pontuação, ela tece sentimentos que apenas uma mestra na arte de escrever poderia.

A tradução está incrível também. E não deve ter sido nem um pouco fácil esse trabalho!
Jorge 30/01/2022minha estante
Você pontuou bem. Os tradutores devem ter tido muitas horas de trabalho duro nessa obra. São muitas vozes narrando e cada uma com uma personalidade diferente. O trabalho de tradução ficou realmente muito bem feito.




Gabi 15/03/2022

?A vida é bela, mas é uma
merda que seja tão curta.?

Meu segundo contato com Svetlana Alexievich, Vozes de Tchernóbil traz relatos relacionados ao desastre nuclear ocorrido em abril 1986, perto da cidade de Pripiat, norte da Ucrânia. Os monólogos falam sobre a dor da perda de entes queridos, do preconceito sofrido pelos moradores, das mentiras contadas pelo governo, etc. Não é fácil ler esses relatos, a leitura é dolorosa mesmo quando feita aos poucos, mas o livro é excelente, recomendo muito.
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Ri :) 29/08/2020

Duro envolver-se com histórias reais. Sobre um acidente nuclear, então!?!? Vozes de Tchernóbil não precisou de delongas para me emocionar. Página por página, relato por relato, imaginando em cada vírgula o sofrimento de tanta gente inocente, admirando profundamente a coragem (e inocência) dos que ofereceram a própria vida a serviço dos seus. :(
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Alessandra.Adams 13/07/2021

Sem dúvidas uma obra impactante. Repleta de relatos fortes que revelam os sentimentos e sofrimentos de pessoas que tiveram as suas vidas transformadas radicalmente por esse desastre.
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Dry 02/05/2024

"Por acaso há algo mais pavoroso que o homem?"
Não sei nem por onde começar essa resenha, pois tamanha leitura foi. Ouvimos falar por auto na escola sobre Chernobyl, sobre radiação e o quanto isso torna a sua volta tudo inabitável, mas nada conhecemos realmente da verdadeira história pela qual passaram os envolvidos: (Aldeias, animais, trabalhadores) e os impactos sofridos na vida de todos os seres, digo "seres", pois podemos dizer que dos seres humanos aos animais, ninguém saiu sem impactos nessa história.
Chernobyl foi e é história, para todo resto da humanidade, em tantos sentidos, desde a confiança cega dos moradores pelas autoridades, como pela inocência de se morar tão próximo de um reator e não ter a mínima noção do que o mesmo significa. Chernobyl foi um povo enganado, manipulado e deixado pra sofrer as consequências da própria falta de responsabilidade de quem podia fazer algo a respeito, foi um crime público!
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Ana Cláudia 03/10/2020

"Fui fazer um tratamento na Áustria. Lá tinha gente capaz de pendurar uma fotografia dessas em casa. Um menino com tromba, ou com nadadeiras em lugar de braços. E olhar a foto todo dia, para não esquecer os que estão mal. Mas quando você você aqui, percebe que nada disso é ficção científica, nada disso é arte, que é a vida. A minha vida."
Muito bom.
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Ana Lima 13/02/2022

Tava ansiosa pra ler esse livro há muito tempo, mas pra ser sincera boa parte do livro não me agradou tanto por conta da narrativa de alguns dos entrevistados
ta.cha 13/02/2022minha estante
Alguns monólogos são bem desconfortáveis mesmo, mas é interessante ver os pontos de vista diferentes ?


Nivia.Oliveira 29/03/2022minha estante
Em certo ponto o livro fica repetitivo mesmo. ... Talvez porque é tanta desgraça e angústia que cansa ou agente não dá conta...




Thiers.Neto 02/04/2021

Pequenas pessoas, grandes relatos.
Para quem gostou da série da HBO (Chernobyl, 2019), o livro traz mais detalhes e relatos de quem realmente sofreu na pele as consequências da explosão. Todos os monólogos são sofríveis, e a morte está sempre presente.

O mais interessante é ver que nos monólogos das pessoas comuns podem conter histórias incríveis.

"O que me interessa é o pequeno homem. O pequeno grande homem, eu diria, porque o sofrimento o torna maior. Nos meus livros, ele próprio conta a sua pequena história e, no momento em que faz isso, conta a grande história."

( Discurso proferido em cerimônia do prêmio Nobel de 2015, Svetlana Aleksiévitch)
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Camiyuki 26/04/2021

Uma leitura pesada e triste muitas vezes (confesso que chorei hahaha), mas de extrema importância para entendermos melhor esse triste desastre nuclear que se tornou um marco histórico. E olha que coincidência: acabei hoje, dia 26/04/2021, exatos 35 anos depois do ocorrido...
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becka 25/07/2020

Impactante
Em primeiro lugar: preparem-se pra divagação, porque é isso que essa resenha vai ser.

Esse livro é importante. Eu gostaria de ressaltar isso o máximo possível, a história não pode ser esquecida; não só para não se repetir, mas porque é importante. Nunca podemos esquecer isso, algo tão importante assim.

Cada relato me deixava mais triste, mas não é sobre isso. Eu me senti lendo um livro de ficção científica enquanto lia este livro e é uma sensação estranha porque, em alguns relatos as pessoas citam a ficção científica, um deles fala sobre como adorava física e ficção científica e depois viveu tudo aquilo. E isso me fez refletir sobre o que me diverte, sobre o que diverte as pessoas em geral; é um prazer saudável gostar de coisas que refletem tanto da vida real sem parar pra refletir o quão real é o que estamos lendo de vez em quando? É um questionamento que me fiz, pois amando ficção científica e lendo bastante, as vezes me esqueço que isso acontece. Muito já aconteceu e a crueldade humana pode exceder limites que nunca pensamos que poderia.

E me fez pensar também sobre como a crueldade é algo mais complexo do que se pensa, sim o governo é irresponsável. Mas essa é uma afirmação simplista, olhando a situação sob um aspecto maior, mesmo que não justificando tem tantas questões que podem ser abertas sobre isso.

Pessoas não são simples, ações também não. O livro fala sobre o fatalismo que o ser humano tende a ter, outra coisa que também me fez pensar muito. No apagamento de situações como essa, que em parte foi apagada pela mídia e pelo governo, mas também foi apagada por todos nós. Afinal, é difícil e desconfortável falar sobre coisas horríveis assim não é? Mais fácil ignorar ou falar sobre como se fosse um show de tv, se distanciar de algo que aconteceu é muito fácil mais fácil do que lidar.

É um livro que me fez sentir tristeza, me fez refletir e me causou desconforto, o que eu particularmente gosto.
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Cynthia 08/04/2021

Um livro impactante e emocionante. Contar a história de um evento histórico a partir do ponto de vista das pessoas "normais" ouvindo seus relatos é fascinante.
Mesmo sem ter conhecimento prévio do desastre nuclear foi possível perceber o impacto gigantesco que teve para as populações atingidas.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 20/05/2016

Svetlana Aleksiévitch - Vozes de Tchernóbil
Editora Companhia das Letras - 384 páginas - Tradução direta do russo de Sônia Branco - Lançamento 19/04/2016.

Quando soube da escolha da escritora e jornalista bielorussa Svetlana Aleksiévitch para o prêmio Nobel de Literatura de 2015, logo imaginei que a Academia estaria priorizando mais uma vez algum tipo de mensagem política em detrimento da própria literatura. Essa opinião devia-se, em parte, ao desconhecimento do trabalho da autora, inédita (e desconhecida) em nosso país até aquele momento e também pelo fato de um trabalho jornalístico documental sobre fatos reais, por mais importantes que tenham sido, não ser comparável a um texto literário de ficção. Bem, eu estava redondamente enganado. O livro representa um texto jornalístico sem dúvida, mas a literatura transborda de cada página, com a força e o sofrimento do povo soviético, assim como em um romance de Dostoiévski.

A extensão da catástrofe de Tchernóbil ainda é pouco conhecida no ocidente. A Central Elétrica Atômica, localizada em uma região próxima à fronteira com a Bielorrúsia, sofreu no dia 26 de abril de 1986 uma série de explosões em um dos seus quatro reatores. Altos níveis de radiação foram registrados no dia seguinte na Polônia, na Alemanha, na Áustria e na Romênia e, alguns dias depois, no restante da Europa. Esses níveis de radiação se espalharam rapidamente por todo o globo, com registros no Japão, china, Índia, Estados Unidos e Canadá. No entanto, os efeitos mais devastadores ocorreram na Bielorrússia com 485 aldeias perdidas, setenta delas sepultadas sob a terra para sempre de forma a conter a propagação radiativa. Hoje, um em cada cinco habitantes do país vive em território contaminado. Em decorrência da exposição da população às doses de radiação, a cada ano cresce o número de doentes de câncer, de deficientes mentais, de pessoas com disfunções neuropsicológicas e com mutações genéticas. O que dizer então dos efeitos nos "liquidadores", homens encarregados de minimizar as consequências do acidente no reator e que foram convocados para apagar o incêndio, construir o sarcófago que isolou o reator danificado e enterrar todos os vestígios de contaminação local (casas, carros, todo tipo de objetos e a própria terra na sua camada superficial). Um dos primeiros depoimentos do livro é da viúva de um dos bombeiros que combateu o incêndio inicial na Central Atômica.

"O meu marido começou a mudar; cada dia eu via nele uma pessoa diferente... As queimaduras saíam para fora... Na boca, na língua, nas maçãs do rosto; de início eram pequenas chagas, depois iam crescendo. As mucosas caíam em camadas, como películas brancas. A cor do rosto, a cor do corpo... Azulada... Avermelhada... Cinza-escuro... E, no entanto, tudo nele era tão meu, tão querido! É impossível contar! Impossível escrever! E mesmo sobreviver... O que salvava era que tudo acontecia de maneira instantânea, de forma que não dava tempo de pensar, não dava tempo de chorar. (...) Eu o amava! Eu ainda não sabia como o amava! Tínhamos nos casado havia tão pouco tempo... Ainda não tínhamos tido tempo de nos saciar um do outro... Andávamos na rua, ele me tomava nos braços e me girava. E me beijava, beijava. As pessoas passavam por nós e sorriam. (...) O processo clínico de uma doença aguda do tipo radiativo dura catorze dias. No 14º dia, o doente morre. (...) Muitos vão morrendo. Morrem de repente. Caminhando. Estão andando e caem mortos. Adormecem e não acordam mais. Está levando flores para uma enfermeira, e o coração para. Está no ponto de ônibus... Estão morrendo, e ninguém lhes perguntou de verdade sobre o que aconteceu. Sobre o que sofremos, o que vimos. As pessoas não querem ouvir falar da morte. Dos horrores... (...) Mas eu falei do amor... De como eu amei." Liudmila Ignátienko, esposa do bombeiro falecido Vassíli Ignátienko.

Svetlana em seu discurso proferido na cerimônia de recebimento do prêmio Nobel, destacou que não estava sozinha e sim cercada de centenas de vozes que a acompanhavam desde a infância. Também que a verdade não se sustentaria num só coração, num só espírito. Que ela é fragmentada, múltipla, diversa e dispersa pelo mundo. Talvez, a explicação para tamanha carga emocional do texto esteja no fato de que a própria autora também é uma das testemunhas de Tchernóbil. O seu depoimento é mais uma das múltiplas vozes no livro que tentam explicar a catástrofe e seus efeitos na vida e morte da população local. Nós, brasileiros, podemos entender muito bem quando ela desabafa, neste mesmo discurso, sobre algumas afirmações que ouviu do povo russo, tais como: "não se encontra uma pessoa honrada entre nós, mas santos sim", uma afirmação que explica como os políticos são capazes de provocar guerras, gerar perseguições políticas (durante o stalinismo, por exemplo) e outras tragédias históricas, das quais Tchernóbil é apenas mais uma representação.

"Tchernóbil é um enigma que ainda tentamos decifrar. Um signo que não sabemos ler. Talvez um enigma para o século XXI. Um desafio para o nosso tempo. Tornou-se evidente que, além dos desafios religiosos, comunistas e nacionalistas em meio aos quais vivíamos e sobrevivíamos, nos aguardavam novos desafios mais selvagens e totais, embora ainda ocultos aos nossos olhos. No entanto, depois de Tchernóbil algo se deixou entrever. (...) Na noite de 26 de abril de 1986... Em apenas uma noite nos deslocamos para outro lugar da história. Demos um salto para uma nova realidade, uma realidade que está acima do nosso saber e acima da nossa imaginação. Rompeu-se o fio do tempo... (...) Teria sido mais fácil nos acostumar à situação de uma guerra atômica como a de Hiroshima, pois sempre nos preparamos para ela. Mas a catástrofe aconteceu num centro atômico não militar, e nós éramos pessoas do nosso tempo e acreditávamos, tal como nos haviam ensinado, que as centrais nucleares soviéticas eram as mais seguras do mundo, que poderiam ser construídas até mesmo na Praça Vermelha. (...) Hoje cada bielorusso é uma espécie de 'caixa-preta' viva, registra as informações para o futuro. Para todos. (...) Eu levei muitos anos escrevendo este livro. Quase vinte anos. Encontrei e conversei com ex-trabalhadores da central, cientistas, médicos, soldados, evacuados, residentes ilegais em zonas proibidas. (...) Tudo o que conhecemos sobre o horror e o medo tem mais a ver com a guerra. O Gulag stalinista e Auschwitz são recentes aquisições do mal. A história sempre foi a história das guerras e dos caudilhos, e a guerra se tornou, como costumamos dizer, a medida do horror. Por isso as pessoas confundem os conceitos de guerra e catástrofe. Em Tchernóbil, pode-se dizer que estão presentes todos os sinais da guerra: muitos soldados, evacuação, locais abandonados. A destruição do curso da vida. (...) Destino é a vida de um homem, história é a vida de todos nós. Eu quero narrar a história de forma a não perder de vista o destino de nenhum homem. (...) Antes de tudo, em Tchernóbil se recorda a vida 'depois de tudo': objetos sem o homem, paisagem sem o homem. Estradas para lugar nenhum, cabos para parte alguma. Você se pergunta o que é isso: passado ou futuro? Algumas vezes, parece que estou escrevendo o futuro..." Entrevista da autora consigo mesma sobre a história omitida e sobre por que Tchernóbil desafia a nossa visão de mundo.

Literatura ou jornalismo, isso não importa muito quando nos deparamos com a importância de uma catástrofe nuclear (difícil chamar apenas de acidente) sem precedentes na história. Uma obra que está fundamentada na força necessária para a superação e sobrevivência do sofrido povo soviético. Finalmente, um alerta para o mundo sobre a importância do uso controlado e pacífico da energia atômica. Um livro que emociona pelo seu humanismo e é indispensável para entender e refletir melhor sobre o nosso tempo.
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