Lisandra Sousa 06/05/2021
A ciência da dedução
Em "O Signo dos Quatro", segundo livro da série Sherlock Holmes, vemos novamente suas práticas de observação e dedução em ação. No pano de fundo, descobrimos que Dr. Watson e Sherlock são envolvidos em dois tipos de drogas: o amor e a cocaína. Me causa a impressão que Sherlock parece ser bipolar, momentos de bom humor e expressão criativa alternados por profunda depressão. O seu trabalho tem um grande peso em suas emoções (apesar dele dizer que as põe de lado nas inferências do caso, que também é verdade).
Quanto a história em si, confesso que não me senti envolvida pelo enredo. As explicações das últimas páginas não compensaram pra mim. Os únicos momentos memoráveis são os três primeiros capítulos e a perseguição à lancha. Vale a leitura pra quem tem interesse em ler toda a obra sobre o Holmes, não só pelos casos em si, mas como acompanhamento de suas relações e as do dr. Watson. O que desagrada é a escolha de determinadas palavras e expressões que Arthur Conan Doyle utiliza: transparece que ele considerava pessoas de diferentes etnias inferiores. Compreendo que a época da escrita era outra, mas é passível de crítica.
Em suma: leitura curta, aproveitável, mas abaixo da qualidade de seu antecessor.