Erick 28/07/2012 "Toda verdade é simples". Não é isso uma dupla mentira? (Trecho do Livro)
"Ninguém é responsável pela existência de um ser humano, por ele ser deste ou daquele jeito, por se achar em determinadas circunstâncias e nesse ambiente. A fatalidade de sua existência não pode ser desvinculada da fatalidade de tudo o que foi e que será. Ele não é efeito de um propósito especial, de uma vontade, de uma finalidade; como também não é um meio através do qual a sociedade pode realizar um "ideal de humanidade", um "ideal de felicidade", ou um "ideal de moralidade" - é um absurdo impingir à sua essência uma finalidade qualquer. Nós inventamos o conceito de "finalidade": na verdade, não há fim algum... O ser humano é necessário, é uma peça da fatalidade, pertence ao todo, ele está no todo - não há nada que o possa julgar, medir, comparar ou condená-lo, pois isso seria equivalente a julgar, medir, comparar ou condenar o todo. Entretanto, não há nada fora do todo! - Saber que não há responsáveis, que a maneira de ser não pode ser conectada a uma causa primária, que o mundo não é uma unidade nem como sensorium, nem como "espírito": só isso já é a grande libertação! - Basta esse pensamento para absolvermos de qualquer culpa o nosso devir... O conceito de "Deus" foi até aqui a grande objeção à existência... Negamos Deus, negamos a responsabilidade que se origina de Deus e, assim, redimimos o mundo."