Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma

Rebb.Rocha 18/05/2021

triste visionário
"?Aquele Quaresma podia estar bem, mas foi meter-se com livros..."

Ao escrever a mais recente biografia de Lima Barreto, a historiadora Lilia Schwartz o descreve como um Triste Visionário. Tal qual seu criador, a Policarpo Quaresma também cabe esta alcunha.

Como uma espécie de Dom Quixote, Policarpo sonha grande e de maneira revolucionária. E, bom brasileiro que era, de modo que "errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo", Policarpo tinha esperança e a mantém quase ingênua através dos capítulos.

O triste fim do Major Quaresma, adiantado pelo título, se dá pela decepção do patriota com a própria pátria. A descoberta de um país que pouco correspondia às suas demasiadas leituras e que, decerto, jamais fora construído ou seria almejado com base em um projeto coletivo. ?A pátria que quisera ter era um mito.?

A literatura de Lima Barreto possui caráter militante, sendo um grito de protesto contra o ridículo tecido social brasileiro, que, através de grandes nós e boas costuras, estabelecia as estruturas de poder e "estamentava" dos pormenores aos grandes impropérios.

Aline Salmon 17/05/2021

Mais que atual. Necessário
Um livro escrito há mais de 100 anos atrás que é capaz de ter fazer comparar em vários momentos com os dias atuais. Isso é genialidade.
Imagina se cada brasileiro tivesse só um
Pouquinho do nacionalismo e patriotismo de Policarpo Quaresma? Onde estaria o Brasil? Se cada um de nós acreditássemos realmente nessas terras, nas pessoas, na grandiosidade desse país e se fizéssemos de tudo para melhorar ?
Um livro questionador, sarcástico, ácido e irônico. Cinco estrelas, favoritado , aplaudido de pé! Que escritor visionário foi Lima Barreto...

Marisa.Monteiro 14/05/2021

"A todo instante e a toda hora vinha aquele ? 'porque, quando você se casar?' ? a menina foi se convencendo de que toda a existência só tendia para o casamento. A instrução, as satisfações íntimas, a alegria, tudo isso era inútil; a vida se resumia numa coisa: casar.?

mateus maciel 13/05/2021

Resenha: Triste Fim de Policarpo Quaresma
Lima Barreto expõe, nesse livro, uma República que já nasce fadada ao fracasso. Enquanto o personagem principal, apesar dos radicalismos, amava e acreditava nas potencialidades da nação, nas suas riquezas naturais, na sua cultura e no seu povo, outras personagens eram indiferentes em relação ao Brasil e não possuíam um sentimento de pertencimento.

Policarpo, assim, é ridicularizado pelos demais. Aqueles que estavam no poder, ou que aspiravam o poder, são retratados como oportunistas, que pouco se importavam com o coletivo, ou seja, almejavam o espaço público apenas para o êxito próprio e fins pessoais.

A linguagem, por fim, é de fácil entendimento e a obra possui passagens cômicas e histórias paralelas muito legais. Recomendo.

Ana 12/05/2021

Que livro! Que final!
Mesmo sabendo de como ia terminar, gostei muito dos capítulos finais!

Lima Barreto é um autor sem sombra de dúvidas muito a frente de seu tempo e uma leitura atualíssima! Ainda gosto mais de Isaías Caminha, mas quero ler mais sobre o autor, completamente necessário resgatarmos em nosso tempo.

Amanda 11/05/2021

Perfeito!
?Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria,nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios?.

Policarpo é um homem de ideais, patriota (lê-se ufanista), estudioso de sua terra, tenta sempre ensinar para as pessoas a história do Brasil e suas peculiaridades como a terra abençoada com solos férteis, diversidades de frutas, músicas e costumes próprios que foram perdidos e precisavam ser lembrados. Mas a sua luta pela valorização da pátria acabou trazendo grandes problemas para ele (Ele sofria e eu também).

Lima Barreto tratou temas muito importantes de forma incrivelmente simples e de fácil acesso. Trouxe personagens mulheres muito fortes retratando a questão do casamento na época, como era visto pela sociedade e através das lentes das próprias mulheres, por exemplo, desmitificando a obrigatoriedade do casamento, com a irmã de Policarpo, Adelaide, que se sentia completa sem ter se casado.

Outras questões abordadas são: o patriotismo: reflexões do que é a pátria, a busca por uma origem pura; o racismo: a tentativa de inserir os negros e dá cidadania plena para a população negra brasileira; a política: a elite brasileira e os governantes pensavam em seus próprios bens, negócios e esqueciam-se do restante da população, entre outros.

E o final do livro, como o titulo já diz: ?O Triste Fim de Policarpo Quaresma? realmente foi triste, reflexivo não só para a situação do Policarpo, mas também na vida do leitor.

Sem dúvidas é o meu livro favorito do ano! Nunca vou esquecer-me de Policarpo e levarei todas as lições em meu coração.

Foi incrível participar dessa loucura (quem leu sabe do que estou falando hahah), ainda mais no tempo que em vivemos, é uma obra bem atual, apesar de ter sido escrita em 1904.

Camila 10/05/2021

O pobe do Quaresma
Um bom livro, com um traço de denúncia social bem forte, o que eu adoro. O título já entrega que o fim de Quaresma não vai ser nada feliz, mas ainda assim dá uma raiva tão grande! Os seus pensamentos finais são de dar pena. Muito triste ver que a trajetória ingênua dele marcada pela hipervalorização da cultura do país resultou no que resultou. Um personagem bem caricato e inocente, acho que não tem como não gostar dele.

Um clássico indispensável. Muito bom também para adentrar em questões históricas e políticas que marcaram essa época. Recomendo.

bellanoronha 10/05/2021

?? É bom pensar, sonhar consola.
? Consola, talvez; mas faz-nos também diferentes dos outros, cava abismos entre os homens??

Suh Oliveira 10/05/2021

Livro muito bom e muito bem escrito. De fato é um clássico da literatura.
Li a edição comentada o que facilitou muito o entendimento de várias passagens que tinham uma linguagem bastante antiquada e de difícil entendimento.
O enredo é muito bom embora eu tenha esperado mais do final, achei que daria par explicitar um pouco mais alguns pontos mas isso não diminuiu em nada o peso da obra.
Não é um livro que se lê rapidamente.

Matheus 08/05/2021

O que vinha a ser a pátria? Não teria levado sua vida inteira norteado por uma ilusão, uma ideia sem base, sem apoio?

Erica 07/05/2021

Achei a escrita muito floreada, palavras difíceis usadas só pra deixar o texto mais chique. Clássico do XIX, prefiro Machado.

Sophia 06/05/2021

Me surpreendi
Tinha que ler esse livro até amanhã para a escola, comecei a ler ele sem menor gosto (claro, ele tinha me obrigado a parar de ler Julia Quinn pela escola)

Bom, me surpreendi. O livro é muito bom, queria fazer uma resenha mais detalhada, mas tenho 14 anos e o livro embora gostoso é complexo e não conseguirei descrever suas críticas e lições.

Resumindo: Policarpo e todos os outros personagens me tocaram. Policarpo com seu patriotismo, Olga sendo diferente, Ricardo sempre à cantar e até mesmo Ismênia, a qual me chamou muito atenção, principalmente às críticas que Lima Barreto faz em questão à como o casamento era visto naquela época.

O livro é muito bom, talvez não pegue ele de novo por vontade própria (talvez), mas me surpreendeu e aí, ganhou meu coração.

Sávio 06/05/2021

O triste fim...
Em o triste fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto nos apresenta uma caricatura e ácida sátira da sociedade republicana, tão carente de valores nacionais e baseada em interesses particulares.

Gabriel 06/05/2021

Chato, confuso e final ruim
Esperei um história boa e interessante sobre um homem que era louco pela pátria. A única parte que eu realmente recebi foi a pátria, de resto foi uma leitura chata, com muitas partes extremamente confusas e personagens desinteressantes. E nossa, que final horroroso, odiei ele.

Lima sempre reclamava que não era aceito na ABL, agora entendo um pouco o porquê dele não ter sido.

Leandro.Battu 05/05/2021

Policarpo foi um patriota e defendeu energicamente o Brasil. Mas o que ele ganhou com isso? Apenas decepção e foi injustiçado. Depois de ler este livro eu me pergunto: será que é válido lutar por uma causa nobre?