Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Ana Paula 15/05/2020

Policarpo meu filho, nós te entendemos...
Policarpo Quaresma, grande defensor do Brasil. Quando estava lendo não deixei de pensar nas marionetes verde e amarelas que vemos nas manifestações pró-Bonoro. Acredito que Policarpo sentiria vergonha delas. Ele acreditava num país moderno, desenvolvido e de gente boa. Foi surpreendido por um sadismo, ignorância e atraso. Lima Barreto além de tecer críticas legítimas à sociedade brasileira da época, fizera previsões do sentimento de frustração de uma geração inteira. "E era assim que se fazia a vida, a história e o heroísmo: com violência sobre os outros, com opressões e sofrimentos." Ainda com essa frase verdadeira: "Como é fácil na vida tudo ruir!".
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Karina599 14/05/2020

Atual. Relevante. Reflexivo. Provocante. Assertivo Perspicaz
A história de Policarpo me traz duas reflexões: a primeira é sobre como o termo "nacionalismo" se tornou uma coisa tóxica, uma imagem da exaltação do ódio em nosso país. Porém Policarpo mostra que só quer amar sua própria pátria e valorizar tudo que há de bom aqui no Brasil (e que, diga-se de passagem, não é pouca coisa), mas ele é visto como louco por isso. Esse paralelo da insanidade também pode ser traçado nos dias de hoje em que aqueles que alegam tanto amar o Brasil, as bandeiras, as camisetas da seleção. A mim parecem todos insanos em querer declarar tanto esse amor a pátria, mas deusificar tudo que há fora. Considerar que o progresso está apenas no exterior é um erro. Claro que ajustes devem ser feitos, mas o começo deveria ser a valorização do que já temos aqui. Bom, essa é a primeira lição: Policarpo transparece pra mim o sentimento do verdadeiro nacionalismo, de uma forma exacerbada, porém verdadeiro. 

A segunda reflexão é como seu espírito patriota é traído pela própria pátria. Espelho da primeira reflexão que aborda como os "falsos" patriotas estão sempre interessados em seu próprio sucesso. É uma realidade triste para Policarpo, assim como hoje em dia esses fotos "patriotas" todos os dias são traídos pelo representante que escolheram. Que prefere muito mais por sua população em risco visando apenas seus benefícios próprios. 

O mais triste é a realidade com que Lima Barreto retrata a sociedade brasileira. Mas, principalmente, como essa realidade permanece tão atual. 

Sua leveza no discurso não deixa de refletir os horrores das paixões egoístas, além de deixar de forma discreta, porém bastante evidente o racismo presente na sociedade antes, e que ainda ocorre. 

Obra de grande relevância dado o contexto atual de nosso país, o autor aborda questões para reflexões mais profundas. Recomendo a todos para um entendimento, mesmo que superficial, da mentalidade por trás desses chamados "patriotas".
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Acsalf 13/05/2020

Um livro clássico extremamente divertido, onde você vai querer acompanhar a história de policarpo quaresma.
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carolmc_ 13/05/2020

Muitas semelhanças com o momento atual
A ingenuidade de um patriota o levou a um lugar no qual ele jamais pensou que pudesse estar.
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Alipio 07/05/2020

Triste Fim de Policarpo Quaresma
Pode uma obra literária servir de fonte na investigação histórica?
Como fonte da produção cultural de uma época, a literatura expressa o pensamento do autor diante do momento histórico a qual a sociedade está vivendo e constitui uma verdadeira caixa de ressonância para alguns temas da vida citadina.
Lima Barreto, explorou vários gêneros literários, escrevendo crônicas, contos e romances. Explora em suas obras, a visão dos homens simples e sem distinção social como protagonistas de suas histórias e o uso de uma linguagem mais próxima do colonial na narrativa em favor da sensibilidade do leitor.
" Triste fim de Policarpo Quaresma" é um romance pré- modernista lançado em 1915, que tem como protagonista o " major" Policarpo Quaresma, funcionário público, nacionalista exarcebado, idealista e ansioso para resolver os problemas do seu País. Defensor ferrenho da cultura de seu País propõe que o Tupi Guarani seja a lingua oficial.
A obra de Lima Barreto, ganha uma dimensão política e social, sendo um porta voz das mazelas da jovem República
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Wallace.Cardoso 05/05/2020

O visionário Quaresma
Lima Barreto escreveu uma obra incrível! Cheia de críticas sociais, com personagens interessantes, com muitos toques de comédia e com um "quê" filosófico. Em diversas partes do livro a gente consegue, parar um momento a leitura, para refletir em tudo que foi dito, na profundidade das palavras e sua aplicação em nossas vidas.
Durante a leitura, mas sobretudo no final, eu percebi a grandeza e importância dessa história. Que nos faz pensar nas nossas escolhas, nos nossos grandes sonhos, nos motivos que nos faz sonhar, na forma que buscamos para realizar o nosso sonho e na relação 'Valor Vs Dor', aquilo que se paga, aquilo que se sofre para termos a conquista ou pelo menos uma aproximação dos nossos objetivos. Pois nem sempre o prêmio da chegada é o que a gente imaginava.
"Como é fácil na vida tudo ruir!" - Policarpo Quaresma
Vale muito a leitura, é um livro bem curto e mesmo sendo um pouco sem graça no começo, logo a trama embala e você se envolve (pelo menos foi assim comigo)!
Aproveitem o dia! ;)
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Fernando 05/05/2020

Depois de (como tantos) ter tido um contato precoce com Lima Barreto, em tempos de escola, hoje, com quase 30 anos, aventuro-me novamente em suas palavras. E finalmente tenho o entendimento de seu brilhantismo; do motivo que faz de Quaresma um clássico.
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Bruna 04/05/2020

?Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza fica amedrontado, sentindo que o germe daquilo está depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa é absurda de nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após.?
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Denise.Marreiros 03/05/2020

Enfim conheci o primeiro patriota do Brasil, em tempos como os que vivemos atualmente, isso não foi uma coisa boa. Ser patriota e ostentar a bandeira nacional tem me causado asco. Mas o livro é necessário, e interessante, fica ainda mais interessante se você estudar um pouco do contexto que o autor quis mostrar e as críticas que ele faz ao longo do livro. Triste fim de Policarpo se mistura ao fim triste de muitos personagens, inclusive do Brasil.
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analu 30/04/2020

UERJ
Comecei a leitura de forma obrigatória, por conta do vestibular referente a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. E, por mais que o livro possua uma estigma de que "é ruim, de velho", ele é tão mais que isso.
Ao dar uma chance a obra de Lima Barreto, acabei me permitindo me apegar nos personagens e apreciando a paisagem descrita por ele.
Foi uma sensação muito boa ler um livro e sentir a identificação, foi muito forte ler e saber "nossa, eu conheço esse lugar."
Porém, deixando de lado os assuntos sociais, digo com tranquilidade que o livro é ótimo e de arrancar lágrimas!
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Suellencristina13 29/04/2020

Eu vejo um museu de grandes novidades...
O que dizer desse livro escrito por Lima Barreto e publicado pela primeira vez em 1911 em folhetim? Talvez ?atual? seja a palavra que melhor descreva essa obra. A historia se passa no RJ de 1893 (+/-) e relata a vida de Policarpo Quaresma: entitulado major pelo jeitinho brasileiro, que tinha um amor e orgulho incondicional pelo nosso país. Tamanha a sua admiração, que achava que todos deveriam aprender tupi guarani (sim, a língua), pke ela é 100% brasileira (refletindo, errado ele naum tava). Quando pensei em escrever essa resenha, me imaginei escrevendo sobre como eu gostei que outros personagens tbm tiveram suas histórias contadas com seus pensamentos e considerações (romance polifônico, talvez?!); ou como ele aborda os primeiros anos de República no país; ou como o autor descreve um RJ suburbano, que me faz sentir saudades. Entretanto só consigo pensar que poderíamos ser mais como nosso Major, amantes desse solo que habitamos e incapazes de presenciarmos injustiças, a ponto de dar a cara a tapa e sofrer as consequências em prol de um futuro melhor. ?E esse seguimento adiantaria alguma coisa? E essa continuidade traria enfim para a terra alguma felicidade?? Sim, Policarpo Quaresma, adiantaria!
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Hemy Gomes 27/04/2020

"O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não."
Policarpo, também conhecido como Major Quaresma, é um homem solitário (mas vive com sua irmã Adelaide) e peculiar. Inteligentíssimo, tem uma vasta biblioteca em casa, é pontual em seus hábitos, meio anti social -- e chamado de esquisito pelos seus vizinhos. Acima de tudo isso, Policarpo é patriota e quer o bem da sua nação, sabe tudo sobre o Brasil e busca servi-lo como pode.

Já não bastava ter uma biblioteca com livros brasileiros, estudar todos os aspectos do Brasil, aprender tupi-guarani, querer usar costumes indígenas, consumir e possuir somente coisas nacionais, Quaresma agora decide aprender a tocar violão e cantar modinhas (pois era o gênero que mais combinava com a cultura brasileira) com Ricardo Coração dos Outros. Partindo disso, ele começa uma busca por uma festa com elementos brasileiros para ajudar o general Albernaz -- que quer uma festa apenas para chamar a atenção e casar logo suas filhas.

Atitudes como essa eram comuns para Policarpo, que sempre buscava agir para concretizar suas ideias para melhorar o Brasil -- e ai de quem falasse mal do Brasil perto dele! Até que um dia, Policarpo arranja uma grande confusão ao enviar um documento em tupi para o fórum e fazer uma petição para que o tupi-guarani seja a língua oficial do país e o resultado disso tudo é uma internação no hospício. Depois de alguns meses recluso, Policarpo "volta ao normal", mas sua afilhada Olga acaba colocando uma ideia nacionalista de volta na sua cabeça e ele decide vender sua casa e comprar um sítio abandonado na área rural para ser agricultor e aproveitar as terras férteis do Brasil.

Nos momentos em que Quaresma não é o foco da narrativa, a vida de outros personagens é explorada com críticas sutis, como os militares que se vangloriam da profissão (ainda que não tenham lutado em lugar nenhum), os jovens cuja formação dá um enorme "quê" no jeito que são vistos pelas pessoas, as tolas jovens de personalidade fraca que tem o casamento como único objetivo de vida, a miséria daqueles que vivem em cortiços nos subúrbios e a situação difícil dos negros, além da cegueira da burguesia local para todos esses problemas.

Pouco tempo depois, após o casamento de Quinota (filha de Albernaz e irmã de Ismênia, a noiva abandonada e que acaba enlouquecendo e morrendo), Ricardo vai visitar Quaresma e acaba se empolgando com os minutos de fama que ganhou ao tocar suas modinhas na vila -- tanto que esteve disposto a abrir mão da música para ter um cargo político. Olga se casou e também foi com o marido visitar o padrinho, que continua empenhado em fazer sua terra frutificar, tanto que nem uma invasão de formigas saúvas o fez desanimar. 

Policarpo acaba surpreendido com a desconfiança de algumas pessoas da vila, que pensavam que sua caridade tinha a ver com motivos políticos, e com a ideia que seu nome ainda tinha uma certa fama por aí. Doutor Campos e Antonino, políticos locais, tentam fazer Quaresma se envolver na política, mas ele está decidido a não se meter com esses assuntos e isso faz com que os dois homens se vinguem dele com intimações absurdas. Porém, a Revolta da Armada faz com que Policarpo tenha com o que se envolver, pois sua uma ideia patriota de mudar a administração do país (e que voltemos à monarquia) surgiu em sua mente.
Na capital, Rio de Janeiro, os próprios militares se divergem quanto aos seus ideais: uns apoiam a república, outros têm um saudosismo pela monarquia, ainda outros (os positivistas) querem dar um fim nos revoltosos. Das pessoas próximas de Quaresma, Olga, sendo uma mulher de ideias, se demonstra uma "revoltosa" -- ao contrário de seu marido charlatão por quem ela não se interessa mais. Enquanto isso, Policarpo encontra Floriano e se decepciona com sua tamanha preguiça e tamanho desprezo e desinteresse pelo seu cargo e pelas coisas do país -- tanto que ignorou completamente o memorial que Quaresma escreveu para ajudar a impulsionar o Brasil. Major Quaresma acaba se tornando realmente major e passa a comandar um destacamento onde até Ricardo Coração dos Outros está presente como cabo. A Revolta se estende ao longo do tempo e acaba se tornando um entretenimento para a população, que até já se acostumou com os tiros corriqueiros, mas ainda é motivo de sofrimento e desesperança para o nosso patriota. 

Policarpo acaba se ferindo em um dos combates e fica com a consciência pesada por ter matado alguém na "guerra de trogloditas" e a partir daí, ele se decepciona com a vida e com os ideais pelos quais tanto se sacrificou. Depois de um tempo fora, Policarpo recebe a função de carcereiro e isso traz ainda mais desgosto e decepção para ele, que percebe que absolutamente ninguém tem a mesma motivação que ele. Exercendo esse cargo, ele percebe as injustiças feitas no governo com a prisão e a execução de pessoas aleatórias -- inclusive dele mesmo, considerado traidor depois de mandar uma carta ao presidente como protesto. Ricardo Coração dos Outros fica sabendo do acontecido e, desolado, tenta ir atrás dos conhecidos de Policarpo para buscar ajuda para soltá-lo, mas todos se recusam a se envolver na história - exceto Olga, que decide ir até o presidente para tentar salvar o padrinho, mas sem sucesso. Olga acaba percebendo que é melhor deixar que Policarpo morra como um herói, com seu orgulho intacto -- e assim, o nosso herói do Brasil é executado.

Li esse livro para a escola e me surpreendi. Lima Barreto escreve muito bem e os ácidos e sutis comentários através do narrador são uma das coisas mais incríveis do livro. Me apeguei muito à inocência e personalidade de Quaresma e à força e empoderamento de Olga, fora Adelaide e Ricardo, que mesmo não aparecendo tanto, também nos fazem ter afeição por eles. Policarpo realmente não merecia esse triste fim, mas sim, toda a felicidade do mundo.

Nota 5 de 5
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Lara 24/04/2020

História datada em tempos de Marechal Floriano Peixoto, o patriota Policarpo Quaresma vive as suas desventuras em defesa do que acredita de um jeito que me prendeu a leitura. Recontando a história aos meus verbalmente, a riqueza de detalhes vinha a tona devido a toda a oferta feita por Lima Barreto nesse clássico. O título traduz a indignação pelo fim que levou nosso protagonista.
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