Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...




Resenhas - Úrsula


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Denise.Marreiros 09/03/2024

Que honra conhecer essa história, que felicidade poder encontrá-la meio que sem querer.
Tão inocente e apaixonante o amor de Úrsula e essa história cheia de tragédias, maldade e fé.
A dor e o desejo da autora por justiça e seu desejo de tornar os negros escravizados humanos foi emocionante.
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Alysson.Bezerra 06/03/2024

Pérola da Literatura Nacional
Ursula é uma obra cativante e que precisa ser mais conhecida.
A linguagem rebuscada e exagerada, característica do período romântico, pode passar a falsa impressão de que o livro é um mais um clichê literário. Contudo, a obra surpreende a cada página.
O cunho abolicionista é marcante, as personagens negras são bem construídas. É uma obra que oferece um retrato bastante único da escravidão no Brasil.
A narrativa cheia de reviravoltas prende o leitor até o final. É uma obra de leitura obrigatória!
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Joyce 05/03/2024

São 3 contos e um tanto de poemas. Eu particularmente gostei bastante, principalmente pelo valor da obra em si. Escrita em um período em que as mulheres tinham pouco acesso a educação e aos estudos, principalmente uma mulher negra. Úrsula é o primeiro romance abolicionista do período e Maria Firmino dos Reis é a primeira escritora negra da história do Brasil. Ela também foi a primeira mulher a se tornar professora na região em que vivia e ainda foi capaz de construir uma escola mista, o que foi algo totalmente revolucionário.
Independente do conteúdo dos contos, só essas observações já são valiosas, porém a narrativa não fica para trás. O final de Ursula foi muito doloroso para mim, mas valeu super a pena.
E a poesia, embora com uma carga religiosa muito forte (típica do período) me encantou. Principalmente os poemas que ela escreveu para outras mulheres.
Dan 06/03/2024minha estante
Li "Úrsula" e amei! Apesar dos erros, dos pontos fracos do estilo, achei forte, sincero. Maria Firmina dos Reis escreve com tudo de si, se entrega ao seu ofício. Fica visível no texto sua força de caráter, suas virtudes. Isso foi o que me ganhou. Irei ler mais obras dessa mulher exemplar e certamente irei reler "Úrsula".




Lirio 02/03/2024

Muito enriquecedor
A primeira escritora negra brasileira de que se tem notícia, eu achei tanto o romance quanto os dois contos (não costumo gostar muito de poemas) muito interessantes. O último conto foi muito bom e considero a melhor obra deste livro. Acredito que seja leitura obrigatória para o arcabouço teórico de qualquer brasileiro.
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malumema 21/02/2024

Pertence ao seu tempo mas é atemporal
O livro narra a história dos desafortunados. Túlio, um escravo, encontra Tancredo desmaiado na floresta e o oferece abrigo para ele na casa de sua senhora. Lá, o último conhece Úrsula, sua mãe, Luiza B., e a escrava mãe Susana. Após o florescimento do amor de ambos, os infortúnios começam ao terem que lidar com os infortúnios impostos pelo mal.
Conhecidamente o primeiro livro abolicionista dentro de seus moldes, onde estaria essa questão? É o que permeia determinadas cenas da história, como a conversas histórica e revolucionária entre Túlio e mãe Susana. Ou quando Túlio conta a história de sua mãe para Tancredo. É um tanto surpreendente imaginar hoje, no século XXI, que ter um ex escravo ou afrodescendente refletindo em silêncio sobre qualquer tema era inovador na época da escrita desse romance e temos um Túlio perdido, com frequência, em seus devaneios. Esperava, no entanto, mais protagonismo desses personagens e suas histórias.
Pertencendo a escola Romântica, eu entendo o desenvolver da história e alguns aspectos, como a idealização das personagens, principalmente de Úrsula e Tancredo, ambos de coração puro e amor inimaginável, incapazes de uma maldade. O maniqueísmo se torna evidente na personagem do Comendador P., dono de um coração maléfico e incapaz de uma boa ação. Os personagens são planos dentro da limitação imposta pelo próprio movimento literário. Por fim, não posso deixar de comentar do final bastante decepcionante porém, totalmente esperado e idealizado, que me incomodou muito.
A leitura vale a pena devido o seu caráter histórico, a representatividade e as questões trazidas, que até hoje rondam a nossa sociedade, mas não posso deixar de fazer as ressalvas já postas nessa resenha para qualquer um que queira se aventurar.
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Rosa282 21/02/2024

Um romance para pensar a sociedade e as várias forma de escravização
Como escrever um romance abolicionista em pleno século XIX, época de escravização e transição da colônia para um sistema imperial de governo no Brasil? Uma mulher negra, filha e neta de mulheres alforriados, Maria Firmina dos Reis teve essa coragem, perspicácia e inteligência necessárias para escrever um romance capaz de despertar o espírito abolicionista e ao mesmo tempo dar voz à personagens negros e escravizados, em um enredo, que em sua primeira camada conta uma história de amor impossível para personagens brancos, livres e de uma certa forma "bem nascidos". Um marco precursor para o romance brasileiro, que só teve reconhecimento timidamente ainda na segunda metade do século XX, ganhando notoriedade no século XXI.
Neste texto, Maria Firmina registra a desumanidade dos senhores de escravos, a coisificação humana amparada pela cor da pele que implicaram em constantes injustiças e apagamentos históricos; apresenta a crueldade do tráfico de escravos. Maria Firmina também expõe o poder exercido pelo patriarcado na condução até mesmo das vidas dos familiares, sobre quem o poder e subjugação também é exercido, filhos, filhas e esposas; além disso, a escritora aponta a desvalorização da mulher, que é entendida como um objeto, incapaz de pensar racionalmente, alguém sem desejos próprios. Engenhosamente a escritora apresenta estas relações sociais entre indivíduos brancos, que também podem representar uma forma de escravidão.
Os diálogos e fluxos de pensamentos realizados pelos escravizados no enredo, as vozes negras, demonstram o desejo de liberdade e também os significados que ultrapassam as cartas de alforria, ou posteriormente a lei a Áurea; trata-se da descolonização das mentes, do exercício da liberdade com condições para a dignidade de viver. A escrava Suzana em seu diálogo com o alforriado Túlio expressa de forma clara a liberdade e vida almejadas.
Apesar de ter sido silenciado por um longo tempo, após a sua primeira publicação, este romance ainda assim colaborou para impulsionar o desejo abolicionista no Brasil. Maria Firmina dos Reis, foi uma romancista, anterior à José de Alencar, homem branco, aclamado como precursor do romance brasileiro. Sem retirar os méritos das produções desse escritor, pois as conheço bem, diria que o título de precursor deveria ser dividido com Maria Firmina dos Reis. Felizmente essa talentosa escritora encontra eco na contemporaneidade nos estudos acadêmicos e reconhecimento na literatura brasileira em suas edições nas variadas editoras de livros no Brasil. Diga-se de passagem a edição da editora Antofágica está primorosa!!
Úrsula, não é um romance de ação, mas contém um enredo emblemático para pensar as ações da sociedade no passado, no presente e quiçá no futuro.
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moonlibrary 17/02/2024

Cara... não sei nem o que dizer!
A história 'residual' é muito mais importante que a história 'principal' desse romance que é não é só romântico como é SUPER ULTRA ROMÂNTICO.

Deixando claro que romantismo não é o meu forte posso dizer que foi uma tortura enorme as juras de amor desmedidas e eu li isso na força do meu ódio.
A escrita da Maria Firmina é ultra poética também, quando se trata de poesia relacionada a paisagem e ao tempo: eu adorei! Quando se tratou da violência racista desse país com algozes e senhores foi de uma escrita que passa bem a mensagem, esse país era e é violento com as pessoas negras. Quando se debruçou pela janela da alma das pessoas negras escravizadas foi de dilacerar o coração. Me vi completamente rendida ao que em minha opinião é o melhor capítulo do livro e que com certeza é uma mensagem que se sobrepõe ao final: o capítulo de Susana, mulher preta que deixa muito claro a Túlio (e espero eu que aos leitores) que gratidão não é deixar cair no esquecimento.

"Túlio, meu filho, eu as amo de todo o coração, e lhes agradeço: mas a dor, que tenho no coração, só a morte poderá apagar! ? meu marido, minha filha, minha terra? Minha liberdade?".

Esse capítulo por si só demonstra a força que a autora tinha nas mãos e é exatamente por isso que acho que perpassa o final do livro.

Portanto termino essa resenha dizendo que o que há de residual nesse romance é o próprio romance. O principal aqui é a existência da população negra tanto na ficção como na realidade, mãos negras trouxeram essa obra a vida! Pontuando a mancha indelével que é a escravização de pessoas negras no Brasil, não há nada mais significativo que isso.
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Bru 11/02/2024

Exagerado
Sei que o exagero é uma característica intrínseca das obras românticas dessa época, mas fez com que eu não levasse a sério a história e a obra em vários momentos. Como que um cara vê a sobrinha uma vez e passa a amá-la no mesmo momento? É totalmente irreal. Os comentários sobre a obra e a autora no início também estragaram minha experiência. Não sei o sentido de contar milhões de spoilers logo no início. Comecei a leitura do livro em si já sabendo tudo que aconteceria. Seria melhor se os comentários estivessem ao final. Apesar disso, é um livro rápido de ler e, mesmo tendo uma linguagem rebuscada, possível de entender. Também reconheço a importância da obra e gosto da magia dos clássicos de transportar o leitor para uma época diferente.
Lala 13/02/2024minha estante
Dica: nunca leia os textos introdutórios da Penguin antes de ler o livro, SEMPRE tem spoiler. Aprendi isso quebrando a cara, agr em qualquer livro leio os textos de apoio por último, acho nada a ver fazerem isso, poderiam deixar como posfácio que seria mto melhor




Julia6763 10/02/2024

Um clássico gostoso de ler
O enredo do livro é bem característico do romantismo, muitas vezes me senti em um universo parecido com Iracema. Mas o jeito como Maria Firmina construi os personagens escravizados torna o livro mais que especial. Demorei um pouquinho para finalizar por causa da rotina, mas é uma leitura rápida.
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LeonardoFM 01/02/2024

Minha opinião a respeito de Úrsula não importa.
Tendo a não dar nota a livros no fingimento de uma plena capacidade de rotulação, avaliação e análise objetiva. Essas duas estrelas e meia também não dizem respeito ao que acho do livro, e aí vão-se as duas maneiras mais comuns de classificar. Eu, na minha máxima consciência de ser um parvo e um bocó que inicia relativamente agora na literatura e na vida, dou notinhas pela experiência de ler o texto e gostar ou não. Mais uma vez, não necessariamente de gostar ou não do livro, mas sim de gostar ou não de ler o livro.
Essa distinção é algo que apresento com os panos quentes de quem está concluindo a faculdade de Letras este ano e ficou tentado a ler Úrsula pelo que chamamos no meio científico de "vergonha na cara". Úrsula é o primeiro romance escrito por uma mulher brasileira, que crime eu estaria cometendo se não lesse para minha formação enquanto leitor? E que pecado maior ainda seria omitir a existência desse texto para meus futuros alunos e, principalmente, minhas alunas de Ensino Médio. Meio que não importa a ambivalência que sinto sobre a experiência de ler Úrsula, que é um texto que acerta e erra em mesma medida (na minha opinião) e isso o torna uma leitura bem bem bem opcional para esses alunos hipotéticos. Não vejo como algo que os fará ler mais literatura brasileira. Mas eles ficarão sabendo por mim? Com toda certeza. E tecerei linhas e linhas de dissimulação para convencer que é uma obra-prima e que no seu período livre eles deveriam prestigiar a leitura desse clássico (incontestável) e inovador (incontestável) e importantíssimo (incontestável) livro, mesmo que o veja como um agrupado de papel meio preenchido de romantismos que desgosto e meio recheado de uma crítica eternamente contundente e prosa densamente lírica. O que há de melhor e pior no Romantismo.
Minha opinião a respeito de Úrsula não importa, e justamente por fazer tão pouco dela, dou-me o direito de ser a vozinha ignorável na multidão do Skoob.
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Laikui 30/01/2024

Uma leitura necessária
O enredo principal da obra reúne todas as características típicas do estilo literário do romantismo brasileiro: um casal apaixonado tem seu amor ameaçado por um grande vilão que disputa pela guarda e pelo afeto da moça pura, bela e frágil. Além disso, forte presença de marcadores linguísticos temporais do século 19, emocionalismo, sofrimento amoroso, narrativa ágil, presença de elementos da natureza que se fundem com os estados emocionais dos personagens, etc.

Mas o grande valor desse que é o primeiro livro de Maria Firmina dos Reis se revela muito mais pelo contexto que envolve a gênese de sua obra do que propriamente pelo roteiro em si. O descortinar de um mundo paralelo à grande e arrebatadora história de amor entre os personagens principais - a escravidão- aparece pela primeira vez na ficção brasileira. Ou seja, muito antes de Castro Alves, a autora já denunciava a questão da escravidão e a luta pela abolição.

Por meio de toda uma galeria de personagens secundários, com voz própria e conscientes de sua mazelas - com especial destaque para Mãe Susana, Túlio e Antero - a autora joga luz sobre a questão que durante quase 4 séculos oprimiu populações inteiras. É o que se pode observar no registro da memória da África para os escravizados que vivem no Brasil; bem como a descrição do navio tumbeiro e as condições de vida dos escravizados na fazenda; além dos relatos dos instrumentos de tortura com que os escravos são supliciados. (Esses elementos poderiam, inclusive, ter sido melhor aprofundados na narrativa).

"Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos às praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez, a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de água." (p.68)

Assim, por ter sido o primeiro romance escrito por uma mulher, e uma mulher negra. Por ter sido esta a primeira obra abolicionista brasileira, concebida num contexto social e cultural em que a escrita era privilégio quase exclusivo dos homens. E por ter-se mantido "desconhecido" de estudiosos e do público em geral até 1962, é tão importante conhecer e reconhecer o valor da escrita de Maria Firmina dos Reis.
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Beatriz Leonor 29/01/2024

Um clássico precursor do abolicionismo!
É o primeiro livro publicado por uma mulher no Brasil, em 1859. Maria Firmina é preta, nordestina e percursora do abolicionismo.

O livro é um romance e sendo sincera o romance em si não é o foco (pelo menos pra mim), além de que, para nós leitores do século XXI seria apenas mais um clichê. Mas se focamos no ano que foi escrito, onde é a primeira ficção que da voz aos escravos, que detalha suas vivências antes da escravidão e seus sentimentos, colocando-os par a par entre brancos e negros na narrativa.

Outro ponto interessante aqui é que temos um mocinho que foge das regras patriarcais da época colonial, que é abolicionista e que também se preocupa com a vontade de sua amada.

Acho que todos deveriam dar uma chance nesse romance, ele vai te surpreender.
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viih 29/01/2024

Úrsula; Maria Firmina dos Reis
Romantismo, escola literária do século XVII/ XIX. cheia de hipérbole, extremo amor ou extremo ódio; nunca foi uma fase que me mas agradou de estudar e nunca tive interesse de ler os escritores da época, acho que, por conta de saber que boa parte dos autores daquela época eram europeus
indiferentes, ao sofrimento brasileiro - seja as indígena ou escrava apesar da primeira fase do romantismo "exaltar" o Indio e a Terceira (e última fase) buscar justiça social.
Mas ao ler Ursula de Maria Firmina dos Reis, neta de escravos, professora e maranhense, uma mulher que se impôs em 1860, quase 30 anos antes da ?abolição da escravidão" me faz me apaixonar por esse livro e pela escrita.
De maneira clara, objetiva e sensível ela narrou sofrimento dos personagens fictícios, ao expor a crueldade de filhos serem separados dos pais e o sequestro que ocorria de alguns ainda em seu continente de origem-Africa-, que provavelmente são histórias que ela viu e ouviu na época.
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