Emanuel.Müller 23/08/2022minha estanteBoa resenha! Concordo, é bom que se leia estas obras quando se tem uma maturidade maior, após o colégio. Acredito que a escola pode gerar o conhecimento a respeito do livro, mas a compreensão é melhor desfrutada na fase adulta do que na própria adolescência, creio eu.
Quanto as descrições de Paulo, de fato, ele às vezes é bem cansativo em suas descrições, mais enfatizando em certos momentos, os sentimentos do que o fato em si.
Mas eu acredito, Bruno, que Paulo, diferente dos narradores de outras história de José de Alencar, descreve as sensações, pensamentos e sentimentos mais que os outros, como uma forma de reviver na memória os momentos que ele passou com o grande amor de vida, Lúcia. Acredito que ele queria reviver na memória, o próprio fala no início do livro que lembrar é como reviver.
Por esta razão, acredito eu, que ele não foi tão direto aos fatos, porque ele queria adentrar as suas sensações e sentimentos. Temos que lembrar que Lúcia não foi a única que mudou durante o livro, o próprio Paulo foi mudando, deixando de ser o homem egoísta que era para se tornar um homem mais compreensivo e amoroso para com a sua amada. Creio que as percepções dele vão sendo revistas no decorrer do livro, dado estas mudanças.
Acredito eu que possa ser esta a razão ou uma delas para que Paulo escreva desta forma.