A Relíquia

A Relíquia Eça de Queiroz
Marcatti




Resenhas - A Relíquia


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Deysiane 05/11/2024

Logo que comecei percebi que o livro teria críticas à religião, como em O Crime do Padre Amaro, portanto achei que seria repetitivo. Mas estamos falando de Eça de Queiroz, um gênio da literatura *mundial* ; minha vã e infundada apreensão desapareceu dentro de poucas páginas.

Em A Relíquia, o leitor é levado a vislumbrar a mente dissimulada de Teodorico, que mente sem escrúpulos para conseguir o que ele mais quer: herdar a fortuna de sua tia religiosa. A facilidade com a qual ele finge ser tão devoto quanto ela me fez dar altas risadas ao mesmo tempo que me fez refletir sobre a hipocrisia, a comodidade, a falsa servidão, a vaidade etc.

"Até a cruz, a forma suprema, tem perdido entre os homens a sua divina significação. A cristandade, depois de a ter usado como lábaro, usa-a como enfeite. A cruz é broche, a cruz é berloque: pende nos colares, tilinta nas pulseiras; é gravada em sinetes de lacre, é incrustada em botões de punho; e a cruz realmente neste soberbo século pertence mais à ourivesaria do que pertence à religião..."
iFreaZy 06/11/2024minha estante
Que resenha ótima!!
Já vou adicionar esse na lista das obras dele que eu quero ler. Grande Eça de Queiroz. Não vejo a hora de começar a ler as obras.


Deysiane 07/11/2024minha estante
Obrigada ? os livros dele são muito bons




Israel145 17/10/2024

Nada deixa a desejar
A Relíquia (1887), de Eça de Queirós, narra as aventuras de Teodorico Raposo, cuja vida começa de forma tranquila até a morte de seus pais, que o deixa sob os cuidados de sua tia, Dona Patrocínio. Dona de uma considerável fortuna e profundamente católica, a tia exerce enorme influência sobre o sobrinho, e Teodorico logo se vê preso entre dois mundos: de um lado, o desejo de desfrutar os prazeres mundanos, e de outro, a necessidade de fingir uma devoção religiosa constrangedora para agradá-la.
Eça de Queirós constrói a trama com seu característico humor fino, ácido e sagaz, apresentando diversas situações cômicas em que Teodorico se envolve, quase sempre em busca de aventuras amorosas, mas constantemente temendo que sua tia descubra suas traquinagens e o deserde. A narrativa ganha força quando Teodorico decide viajar para Jerusalém, a mando de Dona Patrocínio, com a missão de trazer de lá uma relíquia sagrada. Sua esperança é impressionar a tia e garantir a tão desejada herança.
Durante sua viagem à Terra Santa, o leitor é presenteado com uma demonstração magistral do talento de Eça para o realismo fantástico. Teodorico é transportado para o cenário da crucificação de Cristo, onde se torna uma espécie de testemunha dos eventos, desde o julgamento até a ressurreição. Essa passagem da obra é repleta de ponderações históricas e críticas sutis, em que o autor apresenta sua própria visão dos acontecimentos bíblicos. A mudança no tom narrativo lembra obras como O Mestre e Margarida (1967), de Mikhail Bulgákov, e Três Contos (1877), de Gustave Flaubert, que também mesclam história e ficção com maestria.
O desfecho é hilário e inesperado, quando Teodorico retorna a Lisboa carregando relíquias sagradas em sua mala, apenas para enfrentar uma reviravolta que encerra a trama de forma brilhante. A Relíquia confirma o lugar de Eça de Queirós entre os maiores autores da literatura mundial, estando à altura de suas obras mais consagradas, como O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878), Os Maias (1888) e A Cidade e as Serras (1901).
Leitura recomendada para quem aprecia um clássico repleto de ironia, crítica social e toques de fantasia.

Nota: 4/5
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lendoantesdemorrer 25/09/2024

Ajoelhou e não foi para rezar
Se eu pudesse resumir o livro em uma frase seria: foi atrás de Jesus e encontrou Maria Madalena pelo caminho...

A trama acompanha Teodorico Raposo, um personagem que, em essência, vive entre dois mundos: o da devoção forçada imposta pela sua tia, e o seu desejo pela vida boêmia

charme da obra está na crítica afiada à sociedade, principalmente na falsa moralidade das pessoas, que muitas vezes usa a religião como máscara para seus próprios interesses e desejos egoístas. a trama brinca com essa dualidade moral, expondo como as pessoas são moldadas pela necessidade de parecer virtuosas

Isso se mostra através do raposo que para conquistar a herança de sua tia rica precisa provar sua devoção religiosa, e sai em viagem para a terra santa com a promessa de trazer algo sagrado para sua tia, porém as coisas não saem bem como planejado.

No fundo, a relíquia que Teodorico traz em sua viagem não é só um objeto; é o reflexo de quem ele é e do quanto as aparências e intenções se distorcem em meio à sociedade moralista.

(Poxa Raposão você só tinha uma missão, sabe não era difícil)
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Rafa 06/09/2024

O livro começa bem, mas as últimas 20 páginas são as melhores e resumem bem toda a história e o que o autor queria dizer com a obra. O problema mesmo é o meio absurdamente arrastado e por muitas vezes repetitivo.
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Camila Felicio 03/09/2024

Não é o melhor do Eça
O livro é divertidíssimo, tem passagens sensacionais! No entanto, achei certas partes muito prolixas que poderiam ter sido feitas de forma mais resumida e direta.
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jmelo1999 26/06/2024

?Dizer sempre que sim à titi?
Que dizer sobre este magistral livro? Toda a presença de Teodorico e da tia Patrocínio, desde as aventuras românticas com Adélia e a brilhante Mary de York? Dizer sempre que sim à Titi, mesmo que implicasse calcorrear cada caminho santo da Terra Santa. Este livro reflete o génio de Eça de Queiroz
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giipultz 25/06/2024

Foi uma tarefa árdua terminar esse livro
Como é um clássico, fiz um esforço para ler até o final. Sinto que todo o meio do livro, onde o personagem principal chega em Jerusalém, poderia ser substituída por 1 folha.
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Angélica Irwin 22/06/2024

Uma leitura engraçada com um plot twist que eu não estava preparada rsrsrsr mas tradução não é boa
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panisetcircense 02/05/2024

A história é interessante, dei risada em várias partes e gostei de acompanhar as histórias de teodorico, mas a narração e descrição realista nunca esteve tão presente como nesse livro.
provavelmente não leria esse livro por livre e espontânea vontade, mas como uma leitura da escola serviu para mostrar as características da escola literária e a crítica ao catolicismo e à sociedade da época.
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Eduardha 20/02/2024

Gostei da leitura! Acho que poderiam ter alterado algumas palavras para deixar a leitura mais fluida, porque isso me atrasou muito
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Margarida.MagalhAe 07/01/2024

A Relíquia
Li o livro pois precisava de o ler para uma apresentação de português, o que me fez ter preguiça de o ler. Todavia, o livro é engraçado, interessante e humorístico. Se não fosse pelo prazo da apresentação, leria com mais vontade. Possivelmente lerei mais tarde!
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Gabriel1994 09/12/2023

Raposo ou Raposão?
Esta foi minha primeira leitura de Eça de Queirós e confesso, foi divertida.

Em A relíquia somos apresentados a Teodorico Raposo, um jovem órfão que recebe os cuidados de Dona Patrocínio das Neves, sua abastada tia, carinhosamente chamada de "Titi". Beata (e ranzinza ) em tempo integral, D. Patrocínio impõe à Teodorico uma vida eclesiástica e principalmente CASTA, alertando-o para ficar longe de "saias".

Conforme o rapaz vai amadurecendo e suas potentes barbas começam a brotar, seu desejo natural o leva a procurar os prazeres do mulheril de Lisboa recebendo a alcunha de Raposão.
Contrariando os mandamentos da sua velha tia, Teodorico precisa manter uma vida dupla de devoto e devasso. Se subordinando a isso apenas na esperança da Titi lhe deixar uma boa herança quando bater as botas.

Entre devoção, devassidão e muita descrição, chegamos ao ponto onde realmente se faz valer o título do livro: Dona Patrocínio das Neves incumbe ao sobrinho ir numa viagem ao oriente médio, mais precisamente à Jerusalém, fazer o caminho de Jesus e trazer-lhe alguma relíquia de grande valor. A contragosto, Teodorico aceita a empreitada na intenção de ganhar prestígio com a titi e um bom lugar no seu testamento.

Parando por aqui para não dar spoiler, a leitura deste livro foi divertida em 90% e virtuosa nos 10% finais. A escrita está em português de Portugal e se tratando de um livro do séc. XIX, muitas (muitas mesmo) palavras requerem uma pesquisa para saber o seu significado, mas nada que atrapalhe ou impeça de assimilar o conteúdo.

Outra sacada genial de Eça de Queirós foi atribuir os nomes das personagens conforme sua personalidade. Por exemplo: Dona Patrocínio das Neves tem esse nome por ser rica, patrocinar a vida de Teodorico e também por manter a pureza da castidade. Por outro lado, Teodorico que tem o sobrenome Raposo, é chamado de Raposão quando está se regalando com alguma garota ou metido em alguma brava aventura.

Finalizando, este foi um livro legal, divertido e em certo ponto, agregador.
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Tati.Lima 02/11/2023

O livro narra a história de Teodorico um homem que tem aquela vibe malandro da Lapa. O cara quer ter dinheiro a todo custo, mas tem alergia a trabalho, quer levar vida de rico, viver na gandaia cercado de mulheres e metido em jogatina. gosta de tudo que o dinheiro tem de bom para oferecer: bebidas,
jogatina, mulheres. Então ele acha q a grande chance de sua vida é virar o herdeiro da Bruna de sua tia, uma beata chaaasata pra kct. Mas a mulher, tb tá no ponto mais alto da escala do "Ninguém Merece"... invejosa, fofoqueira e rabugenta. Só q a senhora, está com a saúde frágil, e o nosso nobre picareta, resolve passar a perna na própria tia, tentando se passar por bom moço, para ganhar sua confiança. E pior q consegue. Quando a senhorinha tá a ponto de fazer a passagem, pede pra ele ir à Jerusalém trazer um pouco do sangue sagrado de Jesus, para curá-la. E o Teodorico, q nem em Jesus acredita, diz q vai fazer e acontecer pra conseguir o sangue na terra sagrada. E isso da muito pano pra manga, o homem aprova todas as picaretas, imagináveis e possíveis. E ainda arma uma situação q " Socorro deus"...sem spoiler ok.. . O livro é interessante, mas a linguagem é mega arcaica, teve muita coisa q tive de pesquisar pra entender. Mas vou ser sincera, não foi minha melhor leitura do Eça, teve momentos q ele ficou meio cansativo. Mais pra reta final, porq de início ele é muito bom. É um clássico, não sei precisar a data, mas creio q seja um dos primeiros livros do Eça. Não sei se estou falando besteira, mas é uma obra pra quem curte aqueles clássicos raiz... sempre irei elogiar Eça, porq ele é maravilhoso. Enfim, um bom livro.
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Beatriz 15/10/2023

Vale tudo por dinheiro
Teodorico Raposo foi criado por sua tia rica e beata, D. Patrocínio. Para ficar com a herança dela, ele finge ser o mais santo de todos os beatos, enqto na verdade é o completo oposto. Um dia sua tia resolve manda-lo em uma peregrinação pela terra santa e isso irá mudar a vida de Teodorico e o impulsionar a escrever esse livro.

Pra mim esse livro é superior ao Crime do Padre Amaro, apesar dele ser menos instigante. A crítica nele é muito mais ferrenha, direta, ampla e crua.
Além disso, nesse livro Eça afronta a própria religião, ao estilo do Evangelho Segundo Jesus Cristo do Saramago.
Além disso, não faltam as ironias do autor, q tão maravilhosamente enfeitam suas narrativas e nos fazem rir. E apesar de ter 200 anos, esse livro é muito atual e acredito que muitos vão encontrar esses personagens por aí no mundo.
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