A Relíquia

A Relíquia Eça de Queiroz
Marcatti




Resenhas - A Relíquia


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laura 24/04/2022

2.0
Li esse livro por causa da escola mesmo, porque não leria por vontade própria não. Literalmente ia precisar de uma renovada ali mas uma reforma total pra fazer algum sentido no presente porque a história em si é legal mas tem muita enrolação e não da pra entender muito bem pois é em português de portugal de 1800, qual o sentido disso? e ainda tem um capítulo inteiro muito longo de um sonho do principal sobre histórias da bíblia (???)
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Stella F.. 24/03/2022

Quanto vale a hipocrisia?
A Relíquia – Eça de Queirós – Klick Editora (O Globo) - 1997

O autor Eça de Queirós já tem uma vasta obra ao publicar “A Relíquia” em 1887. Um livro da fase realista do autor, onde assim como em outras obras, faz uma crítica social ao excesso de religiosidade, beirando à hipocrisia.

Aqui vemos um autor mordaz, sarcástico e bem-humorado, em uma obra que pode não agradar a todos, devido a conjecturas que faz em relação a alguns eventos sobre Jesus e sua ressurreição.

Na primeira parte do livro conhecemos Teodorico Raposo, que perde a mãe e depois o pai, que é filho de um padre. Após ficar órfão passa a ser criado pela tia Sra. Maria do Patrocínio das Neves (Titi). Uma beata ferrenha, muito rica, seca, velha, e cheia de problemas de saúde. Logo deixa claro ao Teodorico, que para conviver com ela tem que seguir as regras da igreja e não se envolver com mulheres, não se dar a relaxações. Paga seus estudos em Coimbra, e não tem nenhum afeto pelo sobrinho.

Teodorico entende logo, que para obter a herança da tia no futuro, deve “seguir” todas as regras, ser beato igual a tia e não se envolver com mulheres. Só que não. Ele a engana, dizendo que vai a todas as missas, que reza o tempo todo e na sua frente é uma coisa, e longe dela se mete em casa de prostituições e se envolve com várias mulheres. Toda vez que se atrasa para voltar para casa, inventa mil histórias. Na casa da tia convivem vários amigos, que a servem por ela ser rica e influente, principalmente religiosos, a quem ela doa muito dinheiro.

Na segunda parte do livro a tia sugere que ele faça uma viagem à Terra Santa, apesar de o desejo dele ser ir para Paris. Ela quer que ele vá nessa peregrinação para trazer para ela uma relíquia, um objeto santo, que faça com que ela melhore dos seus achaques. Ele vai muito desanimado, mas depois pensa que pelo caminho vai ter liberdade e conhecer muitas mulheres. A primeira parada é em Alexandria onde conhece Mary e ao se despedir dela, ela lhe dá um presente, sua camisola com um bilhete amoroso, envolta em um papel pardo amarrado com uma fita. Seu companheiro de viagem é um estudioso, um arqueólogo chamado Topsius, que está estudando a família de Herodes.

Quando chega a Jerusalém percorre vários lugares santos e vai ocorrer um evento interessante, um diferencial em relação ao restante do livro, que tem um viés mais cômico. Teodorico vai sair em busca da relíquia ideal para a tia acreditar que ele realmente merece estar em seu testamento. Caminhando por todos aqueles montes, templos, estradas, tendo contato com pessoas religiosas, resolve ao passar por uma árvore com espinhos, que tirando alguns galhos, poderia montar uma coroa de espinhos, tal qual usou Jesus em sua crucificação. E o faz, e a embrulha em um papel pardo com uma fita.

Mas aqui, o autor vai rever os eventos que estabeleceram o catolicismo: a expulsão dos comerciantes do Templo; o julgamento por Pôncio Pilatos, a pressão do povo para crucificar Jesus; e por fim a ressurreição. Teodorico vivencia tudo como se estivesse ocorrendo naquele momento, como se ele tivesse voltado no tempo e sentisse tudo à flor da pele. E aqui apesar de ser desdenhoso com à religião, parece ter um pouco de empatia, de compaixão por Jesus. E vai surgir uma dúvida em nós leitores, se Teodorico sonhou ou se o autor o transportou para outro tempo, porque um pouco antes de ele vivenciar tudo, estava sonhando e “acordou” ao chamado de Topsius.

Eu particularmente achei as descrições excessivas e o capítulo muito extenso, sendo cada indumentária e características físicas de todos que passavam pela trama descritas com pormenores. Eu considerei esse capítulo um pouco arrastado, e tive que ter persistência para continuar a lê-lo, o que não tira o mérito da originalidade dele, que vamos ver no futuro em outras obras com o mesmo viés crítico.

Na terceira parte do livro acompanhamos o retorno de Teodorico a Portugal com a relíquia tão preciosa para sua tia. Faz todo um suspense do que seria. Fica famoso pela cidade por ter ido à Terra Santa e quando assistimos ele entregar o embrulho de papel pardo temos uma surpresa e rimos muito de tudo. O feitiço virou contra o feiticeiro. Ele mesmo caiu no próprio engodo. E fica tão surpreso e sem ação que agora não consegue inventar uma história rapidamente, e a partir disso começa a sua decadência. Todos o julgam, e a tia o deserda, ficando a herança para amigos e um outro parente puxa-saco, o padre Negrão. Teodorico vai viver de ganhar o pão revendendo as outras relíquias que trouxe na viagem, ganhando dinheiro com a fé dos outros. E descobrimos um verdadeiro mercado de relíquias na cidade! Casa-se com a irmã de um amigo e assume uma vida de retidão e conclui que não foi hipócrita o suficiente, por isso perdeu a herança.

“Agora, pai, comendador, proprietário, eu tinha uma compreensão mais positiva da vida: e sentia bem que fora esbulhado dos contos de G. Godinho simplesmente por me ter faltado no oratório da titi – a coragem de afirmar!” (pg. 207)


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Vicente 09/03/2022

Adaptação divertida
A Relíquia é um dos maiores clássicos da literatura portuguesa. Eça de Queiroz não economizou no humor sarcástico e na ironia para retratar a sociedade da sua época. O cartunista Marchetti adaptou a obra em forma de graphic novel e fez um ótimo trabalho.
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D. João Gabriel 15/02/2022

Hipocrisia reina
Uma verdadeira obra-prima. Se José Saramago foi ?cancelado? com o seu ?Evangelho segundo Jesus Cristo? (1991), será se o Eça também foi com ?A relíquia?? Não conheço a forma como o livro dele foi recebido na época.

Há uma saga na qual Raposo, jovem bacharel em direito, busca ganhar a fortuna da tia solteirona. Ele é órfão e vive a custas dessa tia desde a morte dos pais. Mas o Raposo vive uma vida dupla, ?um pé na igreja e outro no mundo?.

Surge a oportunidade de viajar para Jerusalém as custas da tia, com a promessa de trazer uma verdadeira relíquia. Ele conseguiu agradar sua tia beata radical, ranzinza e severa com relação a religião e a moral?

Vale muito a pena! A única parte que achei enfadonha foi quando ele meio que viaja no tempo pra assistir a crucificação de Cristo, mas é uma das partes mais importantes do romance. Fora isso, muitas risadas e reflexões.
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Gabi 06/02/2022

Tragicômico
O livro conta a saga de Raposo para conquistar a tia e sua fortuna. A leitura é bem mais leve que a maioria dos livros de Eça, e garante boas risadas!
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Giovanna.Biazoto 22/01/2022

"A inutilidade da hipocrisia"
Confesso que estava com a expectativa baixa mas esse livro me surpreendeu de diversas formas.
Primeiramente, senti ódio real do personagem principal, o Teodorico, o que me fez ficar interessada em como ele ia acabar mesmo tendo alguns pontos entediantes na história. Torci o tempo todo pra alguém descobrir a vida dupla que ele tinha.
O enredo é super original então eu realmente não sabia como a narrativa iria se desenvolver. O trecho em que o Teodorico volta no tempo no dia em que Jesus foi crucificado foi muito interessante. Nessa parte, as várias referências da Bíblia podem deixar o leitor um pouco perdido ou desinteressado, mas quem tem pelo menos a base do conhecimento religioso já entende melhor o que está acontecendo e consegue pegar a genialidade de algumas cenas.
O final foi surpreendente e, pra mim, hilário!! Meu ódio passou lentamente para dó. Depois de tudo o que aconteceu, ele nem se arrependeu e ainda achava que tudo teria sido melhor com mais uma mentira, mostrando o quão pequeno ele ainda é no fim.
O livro é uma grande e bem feita crítica ao fanatismo religioso e à hipocrisia que ainda se encaixa nos dias de hoje.
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Hans, 10/01/2022

A relíquia, livro doido.
Simplesmente desencadeou em mim uma mistura sentimentos, ora ódio ora desprezo. Porém no final como um todo, esta porcaria despertou-me uma talvez inexplicável afeição.
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Jak 21/12/2021

Acho que pra esse livro cabe bem o refrão de cantiga por um ateu
" eu sei que dá verdade não sou dono
eu sei que não sei tudo sobre Deus
ás vezes quem dúvida e faz perguntas
é muito mais honesto do que eu"
De fato a única pessoa que se submete a uma mudança e evolução é justamente o que admite a sua falta de fé. No decorrer do livro ocorrer fatos fantásticos que deixam a dúvida de se aquilo realmente aconteceu ou foram viagens mentais do Teodorico, tendo a acreditar na última hipótese, que é reforçada com o dialogo marcante que ocorre no final do livro.
Em minha experiência como cristã lendo esse livro não senti uma ofensa direta, mesmo com passagens polêmicas, na minha interpretação, toda a narrativa é voltada para a percepção do Teodorico, mesmo que o livro não seja em primeira pessoa.
É um livro que critica a vida mantidas por aparências , uma vida cristã por aparências, de pessoas que adoram o Jesus de ouro, mas rejeita o próximo, que não enxerga Jesus no outro e ainda o usa como meio para enriquecimento e para manter o status e isso vai do clero aos leigos.
Isso é um perigo pra qualquer pessoa, não é uma exclusividade religiosa, somos dados a se apegar a certo confortos, em manter o status social e busca uma ascensão econômica e social, e muito melhor se ela for com a herança da nossa tia.
Enfim, é uma história sobre a hipocrisia social e que se mantém atual.
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livs 01/12/2021

chato.. chato... chato mil vezes
incrível como essa versão 'ora pois' e fracassada do machado de assis e do gustave flaubert, consegue escrever coisas tão sem graça, hiperbólicas e nada verossímeis.

se você quer morrer de tédio, quer ver oq é ir contra toda e qualquer palavra da poética aristotélica ou simplesmente é masoquista, leia isso.
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Maria 06/11/2021

Surpreendente
A história é antiga, em português de Portugal então foi demorada a leitura. O livro da editora panda books ajudou bastante nesse processo. Por um lado, Teodorico tenta se fazer de santo perante sua tia, D. Patrocínio, visando se tornar herdeiro de sua fortuna. Por outro, leva uma vida boêmia, sem religião e muitas curtições (escondidas, claro). Sua tia odeia homens que se metam com saias, só que Teodorico ama sua vida "secreta" de muitos prazeres mundanos. Poderia essa história terminar bem?
Apesar de certa dificuldade na leitura, eu particularmente gostei da história e me diverti em certos pontos.
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Rafa.Dulce 27/10/2021

Inutilidade da hipocrisia!
Apesar de ser um livro um pouco maçante, rico em detalhes, bastante descritivo, o final é mega surpreendente e vale toda a leitura cansativa da obra.
Eça de Queirós consegue transformar completamente o texto em um excêntrico e grandioso desfecho, além de nós fazer refletir sobre as máscaras que usamos durante a vida, nos mostrando que é impossível mantê-la para todo o sempre...
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Natine 04/10/2021

Os Detalhes...
Nesse livro, Eça consegue descrever as personagens até pelos nomes delas. Um gênio. Talvez a miragem não precisasse ocupar tantas páginas, mas nada como uma experiência.
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Deborah.Genovese 01/10/2021

Pena que é velho
A história desse livro em si é muito boa, mas não dá pra entender quase nada, e não é por falta do meu vocabulário, e sim porque é um português de Portugal de 1800.
jmelo1999 22/06/2024minha estante
Ora aí está, um livro de final do século XIX, mas também os dicionários ou uma simples pesquisa na internet podem ajudar a compreender?


Ander19 06/08/2024minha estante
O problema é você mesmo, imagina um cara desses lendo a ?Divina Comédia?, ou qualquer livro clássico.




Betânia 20/09/2021

A relíquia
Eça de Queirós usa uma narrativa rica em detalhes e emoção. Achei uma leitura um pouco cansativa e maçante, mas com pontos divertidos. O momento da revelação da relíquia é impagável.
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Braguinha 04/09/2021

O que dá pra rir, dá pra chorar.
Uma ficção fabulosa e muito interessante sobre um rapazinho português criado por sua tia ranzinza e religiosa ao extremo, que o envia para a faculdade. O jovem português tem seus prazeres carnais cultivados longe das vistas de sua tia, pois esta o quer para homem santo. Para isso, a velha está sempre ameaçando-o com a exclusão de sua herança milionária, sem a qual o jovem português não seria nada. É ótimo acompanhar as mentiras que o sobrinho conta para a tia afim de justificar suas escapadelas noturnas. Até que o jovem é estimulado a viajar para a Terra Santa e de lá trazer relíquias, sendo que uma delas é uma relíquia inconsequente que dá o título ao livro.
p.s.: existe um filme homônimo, porém que não tem nada a ver com o livro de Eça.

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