Germinal

Germinal Émile Zola




Resenhas - Germinal


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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Germinal, de Émile Zola - Nota 10/10
Confesso que essa foi uma leitura que comecei sem saber muito o que esperar… E para a minha felicidade, entrou para a lista de melhores do ano (e lá no topo)! “Germinal” é um clássico da literatura mundial e foi uma das obras responsáveis por inaugurar o naturalismo. Acho que a maioria aqui estudou o tema na escola, mas vale lembrar que no naturalismo uma grande preocupação do escritor é de escancarar os problemas sociais da época, retratando a realidade de maneira mais crua possível e o ser humano em sua condição animalesca.

E é justamente isso que encontramos em Germinal: as condições subumanas dos trabalhadores de uma mina de carvão, na França do século XIX. Quando Étienne chega à cidade de Montsou para trabalhar na mina, sua voz de insatisfação passa a servir como um gatilho para aquela massa de pessoas que se humilha diariamente para sobreviver. Até a mina de carvão é retratada pelo autor como um animal: durante todo o dia, a Voraz vai engolindo os trabalhadores, se alimentando do suor e da carne humana.
Para conseguir deixar a descrição da vida dos trabalhadores o mais fiel possível à realidade, Zola passou dois meses vivendo e trabalhando como um mineiro. Realmente o autor consegue transportar o leitor para aquele subsolo quente, sujo e perigoso. E não só isso: a vida daqueles trabalhadores também é retratada para dentro de suas casas pobres, em que as relações familiares e sociais são preenchidas de conflitos e miséria. Quem nasce na aldeia está condenado a trabalhar desde criança nas minas até o dia em que os olhos se fecham de exaustão.

A construção dos diferentes personagens também faz de “Germinal” um daqueles romances que envolvem o leitor. É difícil não sentir compaixão pela dor, pela fome e pelo frio que vitimam os trabalhadores, enquanto os patrões levam uma vida de luxo e ostentação. Apesar da forte crítica social, a leitura é muito prazerosa, oferecendo ao leitor a possibilidade de aprender e refletir com um incrível romance histórico.

Recomendo MUITO!

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Rodrigo.Moritz 24/02/2020

Um livro clássico
Uma ótima leitura sobre as condições de trabalho da época. Livro forte, mas sendo um livro clássico, a escrita pode ser considerada datada.
Recomendo a leitura.
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Débora Teixeira 30/01/2020

Entendo sua importância...
Confesso que esperei gostar mais dessa história. Há coisas muito boas e quando eu pegava o ritmo de leitura, eu não queria mais parar. Porém, após um determinado tempo de leitura, eu ficava completamente exausta dessa história. Sem contar sobre conseguir pegar o ritmo de leitura antes de ficar exausta. Só de pensar nisso eu já me sinto cansada. Rsrs.

Bom, eu cheguei à conclusão que o personagem principal dessa história é a mina Voreux. Depois vem as pessoas de fato, como o Estêvão e os Maheus. E que vida terrível de todos os carvoeiros, mas principalmente dos Maheus. Quando eu pensava que iria parar de acontecer desgraças na vida deles, mais uma coisa acontecia. Principalmente nas duas últimas partes do livro.

Essa leitura, apesar de muito dificil, foi muito boa para mim. Primeiro para me fazer pensar em algumas coisas que eu raramente pensaria em outra circunstância, e eu adoro quando as coisas me causam isso, é muito esclarecedor. E, segundo, eu definitivamente não gosto dos livros do naturalismo. Eu já havia lido "O Cortiço", de Aluisio Azevedo e havia detestado e abandonado varias vezes antes de finalmente conseguir concluir a leitura. E eu só não fiz a mesma coisa com esse livro porque eu sabia que se eu o abandonasse, eu nunca mais iria retomar a leitura. Claramente essa história é uma grande inspiração para O Cortiço. Porém, isso não significa que eu não irei mais ler livros dessa escola/movimento literário, afinal de contas, eu tenho outros desses livros em casa que eu comprei e não sabia disso. Mas se eu puder evitar ter contato com eles no futuro, eu vou fazer o possível.

O pior é que eu não sei o que me faz desgostar tanto dessa forma de escrita. Eu gosto que histórias tenham profundidade das pessoas. Gosto de descrição de sociedade. Gosto de coisas sobre política. Gosto do que realmente é possível acontecer. Das descrições nada filtradas e bem cruas dos acontecimentos. Mas, de alguma forma, o modo como esses dois escritores apresentaram suas narrativas não me agradaram. Espero que algum dos outros livros desse movimento possa fazer com que eu mude de ideia. Eu relmente espero que isso aconteça.
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Beatriz3345 04/01/2020

Um livro com uma história pesadíssima.
Aqui temos a situação precária de mineiros franceses que, por gerações trabalham na mesma mina, toda uma sociedade e costumes já estão afixados na vida dessa pobre gente: a falta constante de comida, situação precária, trabalho angustiante e insalubre, promiscuidade, entre outros.
Zola, o autor, para poder escrever essa obra o mais fielmente possível trabalhou por dois meses sendo um mineiro comendo e participando de todas as atividades desse pessoal para entender como viviam.
Na história, temos a personalidade mais marcante que é Etienne, um homem que foi despedido de seu antigo emprego por esbofetear um de seus superiores e que consegue ser admitido na mina em questão trazendo assim ideias subversivas para a população.
Foi a primeira literatura que me apresentou os aspectos conflitantes do marxismo x anarquismo, é uma obra divina, um clássico maravilhoso.
Só tenho que agradecer ao professor Clóvis da faculdade no primeiro semestre que nos apresentou esse filme e me despertou a curiosidade para o livro, foi uma experiência avassaladora porém triste. Obrigada!
Pandora 04/01/2020minha estante
Meu livro preferido de toda a vida!


Beatriz3345 04/01/2020minha estante
Está na minha lista de preferidos também ?


TgOliveira 05/01/2020minha estante
Sua resenha me deixou instigado.


Beatriz3345 06/01/2020minha estante
Uau, obrigada! Espero que goste se chegar a ler


Jussiê 20/01/2020minha estante
Tem uma adaptação ótima pro cinema também, com o Gérard Depardieu, vale muito a pena.


Beatriz3345 21/01/2020minha estante
Vi primeiro o filme e depois fui ler o livro, extremamente fiel a adaptação, também achou?


Jussiê 21/01/2020minha estante
Te confesso que ainda não li o livro! hehehe, mas tenho muita vontade, acho muito bom o filme.




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Lucas 27/07/2019

Senso de justiça x rebeldia: As entranhas da Terra como insumos do turvamento das diferenças entre teoria e emoção
Germinal, lançado em 1885, é, definitivamente, a mais substancial das obras do francês Émile Zola (1840-1902), o precursor do naturalismo dentro da literatura. Espelhando-se em seu conterrâneo Honoré de Balzac (1799-1850), que dedicou a vida a escrever uma "enciclopédia" literária da Franca do século XIX, em centenas de obras que compõem a universal A Comédia Humana, Zola buscou o mesmo ao agrupar todo o trabalho de sua vida em um único universo: Os Rougon-Macquart, uma coletânea de vinte obras escritas com um viés naturalista de uma família fictícia, cujos integrantes, espalhados nos mais diversos cantos da sociedade francesa, serviram como instrumentos para uma "varredura" narrativa/descritiva completa da época.

O integrante principal desta família em Germinal é Etienne Lantier, possivelmente um parente de Jacques Lantier, o protagonista d'A Besta Humana (1890), outra das obras da coletânea. A narrativa começa com Etienne caminhando sem rumo à noite no interior de Montsou, uma fictícia cidade do nordeste da França, situada ao lado de Marchiennes, esta real, distante cerca de 30 quilômetros ao sul de Lille, a maior metrópole da região. Sem esperança, com muita fome e frio, Etienne estava em busca de trabalho e acaba por conhecer Boa-Morte, um idoso que trabalhava no período noturno na Voreux, a maior mina de carvão da região que, na época, era rica em minérios (não fica claro em que período exato a narrativa se passa, mas as entrelinhas sugerem uma contemporaneidade com a data de publicação).

Boa-Morte (é explicado no romance a razão desse apelido peculiar) acaba por fazer a ponte com o núcleo narrativo principal, já que ele era o patriarca da família Maheu, que vivia na aldeia de Deux-Cent-Quarante , vizinha da Voreux. Seu filho, Toussaint (seu nome é citado uma única vez em todo o livro) tinha esposa e sete filhos, sendo um deles um bebê e uma outra menina deficiente física (a meiga Alzire). Os demais filhos também trabalhavam na mina, em especial Zacharie (o primogênito) e Catherine, a protagonista feminina da obra.

Como contraponto a este círculo de operários, há os gerenciadores da Voreux, os Hennebeau, que possuíam certo poder sobre a mina, mas estavam submetidos à verdadeira administração, oculta, sediada em Paris. Na maior parte do tempo, eles são apresentados como vilões da história, mas o patriarca da família possui certos dramas domésticos comuns. Há também os Grégoire, que eram acionistas de outras minas na região, mas que não se envolviam nas questões práticas da exploração dos minérios (eles representam, apesar da inocência e bondade superficiais, a face especulativa do capitalismo, que é um entrave a melhor distribuição de renda, por exemplo). Este núcleo mais "rico" é bem descrito com as suas hipocrisias e futilidades próprias.

Etienne serve como um elemento esclarecedor das condições absolutamente insalubres e perigosas envolvidas na extração de minérios. Ao colocar Etienne em seu primeiro dia de trabalho, a narrativa insere o leitor na pele do protagonista, com o seu desconhecimento de detalhes mais técnicos do trabalho a que tinham que fazer, bem como da divisão de tarefas que havia no fundo da mina. Se hoje, em pleno 2019, a extração de carvão e outros minérios é algo complexo e perigoso, o leitor precisa imaginar o quanto isso era penoso há cento e trinta anos atrás, quando não havia praticamente nenhuma automação e o trabalho era quase que totalmente braçal.

Assim, para que não se antecipem detalhes mais reveladores, o primeiro quarto da obra é sucintamente uma descrição ambiental interna da Voreux, que assim como a locomotiva Lison, da já citada A Besta Humana, adquire ares de protagonismo, especialmente para que o autor descarregue sua escrita naturalista. A mina é descrita como um ser vivo, que "se alimenta de carne humana", onde os operários atuavam "em suas entranhas para retirar o próprio sustento". Para o leitor mais leigo em termos de naturalismo literário, é preciso esclarecer que esse movimento, idealizado pelo próprio Zola, era uma intensificação do realismo, que vinha substituindo o romantismo mais pragmático que havia entrado em decadência a partir da década de 1850. Essa corrente (representada no Brasil especialmente por Aluísio Azevedo, em seu ótimo O Cortiço, de 1890) visava estabelecer o homem e sua personalidade como um resultado da influência que o meio social exercia sobre ele. Tal influência, na narrativa, era montada a partir de críticas sociais contundentes: em O Cortiço, a crítica principal se dirigia à ganância, quase animalesca; já n'A Besta Humana, a crítica narrativa de uma forma geral era mais direcionada à formação de uma personalidade que se tornava raivosa e até assassina quando se sentia ameaçada.

Em Germinal, Zola transcende esse aspecto mais interiorizado ao homem; abre mão de psicologias interessantes para direcionar seu ponto de reflexão a todo um escopo social, marcado pelo apego desmedido ao capital. A Revolução Industrial aumentou consideravelmente os ganhos dos donatários dos meios de produção, mas o acréscimo de riquezas não veio acompanhado de um ganho mais coletivo dos operários que eram peça indispensável a este avanço econômico. Isso, acompanhado da secular distinção entre capital e trabalho alimentou a veia crítica de Zola, que usa os personagens da obra para discutir e pormenorizar as diversas correntes de pensamento que se originavam a partir dessa crescente desigualdade.

Antes que o futuro leitor de mente mais prática tenha pensamentos preconceituosos a respeito desse discurso mais social, mais voltado a questões de rivalidade entre patrão e empregado, Germinal traz sim várias menções à obra de Karl Marx (1818-1883), o fundador do pensamento socialista, que gerou profundo impacto em Émile Zola. Todavia, a obra jamais deve ser evitada por isso. Zola conduz a narrativa a questões muito mais existenciais e profundas que a simples divisão entre pobres e ricos ou instruídos e analfabetos: o âmago das condições históricas que acabaram por conduzir àquele estado de total desigualdade é dissecado.

É relevante também mencionar a contribuição social que tais práticas deram a sociedade da época e que repercutem até hoje. Foi por meio de um discurso de maior repartição de riquezas, da busca por direitos iguais que nasceu a regulamentação de todo um sistema que se baseia na exploração da mão de obra alheia (com remunerações por vezes injustas) e no alcance de lucros. Numa sociedade tão sedenta por rotulações como a atual, tal conjunto de ideias é retrógrado e distorcido, mas foi a luta por tais valores que garantiram direitos como a delimitação da jornada de trabalho, o salário mínimo, o trabalho para adolescentes e adultos, o auxílio maternidade... Importante também que se registre que estes direitos foram surgindo aos poucos, somente no início do século XX e a intensificação das injustiças ocorridas na relação empregador x funcionário se deu por volta dos anos de 1860, com a Segunda Revolução Industrial. Temas como trabalho e salário adquiriram uma função social que antes era ignorada, graças à proliferação destes ideais de inclusão social e melhor distribuição de renda.

Germinal possui uma capacidade inigualável de gerar no leitor reflexões amplas, que expandem as dualidades e pontos de vista que são expostos no livro, o que explica essa fuga temática ocorrida acima. Mas o que torna Germinal tão especial é justamente essa capacidade de trazer reflexão sem que seja deixada a narrativa em sua parte fictícia em um segundo plano. O leitor, ao invés disso, sofrerá com Etienne, os Maheu e os demais integrantes da aldeia as agruras de um sistema nefasto, que priorizava lucros obtidos muitas vezes a partir da miséria alheia. Não só a miséria, mas o abandono, o preconceito, a prepotência e a arrogância romantizam a história e chocam, porque elas são a síntese do viés mais voraz e cruel do capitalismo, capaz de agir inescrupulosamente na manutenção do status quo de determinado segmento da sociedade.

Tal viés é baseado na hipocrisia, e até hoje encontra sustentáculos em ideias, como a de que o patrão, por empregar e remunerar funcionários, é tido como uma espécie de "salvador'' ou de ''pai'', o que é totalmente equivocado. Esse ponto, que também aparece em Germinal, assim como as razões para sua refutação, não corresponde, todavia, a essência da hipocrisia que Zola quis demonstrar aos seus leitores. Esta falsidade é por ele ilustrada por meio da Revolução Francesa, de 1789, que possui um misticismo (justo) que transcende os séculos. A história universal não nega que a queda da monarquia teve participação importante da burguesia e da camada mais pobre, mas, ao romancear certos aspectos, deixa algumas pontas soltas. Zola supre essa lacuna expondo quem realmente teve avanços sociais após o processo revolucionário. Esta sua ousadia é digna de nota, porque muitos foram os que escreveram sobre "Liberté, Egalité e Fraternité", mas poucos foram os que se preocuparam efetivamente em descrever para a posterioridade a aplicação e abrangência do lema da revolução na sociedade francesa a partir de então.

Mas a hipocrisia sempre se apresenta em duas faces, e Zola não ignora esta definição em Germinal. Ao partir de um discurso geral de inclusão, de desigualdade e do egoísmo que existia naquele contexto, ele exacerba os sentimentos da massa popular e a razão passa a se confundir com a emoção. Aliás, de uma forma geral, as sinopses da obra retratam essa divisão existente entre o socialismo (como forma de pensamento nascente àquela época, sem as distorções que o tempo e experiências malsucedidas causaram) e a anarquia. Por mais que a obra tenha inúmeros "chamados" à luta por ideais que garantiriam uma melhor condição de vida aos operários, o autor não se incomoda em também ilustrar o ponto mais radical desse discurso, onde o terrorismo supera o ideal ou a rebelião subjuga a greve. Todo esse quadro vai ficando sombrio aos poucos e a maneira sutil com que os próprios personagens lidam com essa transformação é transcrita de forma excepcional. Um exemplo disso é a esposa de Toussaint Maheu, que simboliza bem essa quebra de distinção entre o que se acreditava e a busca animalesca pela implantação dessas crenças. Outro símbolo disso é Etienne, que passa a conviver com uma série de dúvidas quanto à aplicação na prática dessas ideias de liberdade e igualdade. A trajetória individual de ambos os personagens é um elemento comprobatório da isenção parcial da narrativa de Zola, que, de fato, defende princípios esquerdistas, mas acusa os extremos, que, até hoje, sempre precisam ser condenados.

Em suma, Germinal incute no leitor uma torrente de reflexões de ordem social, capazes de instruir na mesma medida que chocam. Isso porque, sob o ponto de vista narrativo, a última centena de páginas (na excelente edição de 1981 da coleção da Editora Abril) é tão repleta de acontecimentos inesperados que consternam até mesmo o mais pessimista dos leitores. Isso torna praticamente impossível que se largue o livro nestes últimos capítulos. Na verdade, a obra toda é assim: o futuro leitor terá diante de si uma história crua, pesada em muitos momentos, mas que prende a atenção pela substancialidade narrativa, capaz de tratar de filosofias práticas e rebeldias animalescas num simples passar de páginas.
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regifreitas 16/05/2019

GERMINAL (1885), de Émile Zola; tradução Mauro Pinheiro.

A obra mais impressionante que li, até agora, neste ano!

Escrito em 1885, é o décimo terceiro dos vinte romances que compõem a série “Os Rougon-Macquart: História Natural e Social de uma Família sob o Segundo Império”, na qual o autor acompanha a vida de alguns membros dessa família, no ambiente social e político, da França do século XIX.

Esta obra em questão foca no dia a dia de uma comunidade de trabalhadores de uma mina de carvão, nos anos 1860, no interior da França, e suas precárias condições de vida. A situação chega ao extremo da tensão após a deflagração de uma greve por conta da redução dos salários. Os trabalhadores, exaustos, se dão conta da forma precária em que vivem e se revoltam em busca de melhores condições de trabalho.

Era o início da tomada de consciência da classe trabalhadora, e da sua organização política em sindicatos. Zola chegou a trabalhar durante alguns meses em uma mina para sentir na pele o ambiente que ele retrataria em sua obra; conviveu com essas pessoas, frequentou os mesmos lugares que elas. Muitas das situações do romance foram baseadas em fatos verídicos coletados pelo autor nessa fase de pesquisa.

GERMINAL é considerada a principal obra do Naturalismo na Literatura. Os seres são guiados dentro dos limites que as forças da natureza, a hereditariedade e o meio social lhes impõem, conforme pregava aquele movimento literário. O mundo retratado é marcado pela miséria, pela fome, pela exploração do trabalho, pela vivência em condições subumanas, levando essa gente ao desespero, à violência e à loucura. O final é arrasador, mas anuncia que as sementes da esperança lançadas aguardariam o derradeiro tempo da germinação.

Trata-se de uma crítica social contundente e atemporal. Uma obra forte e magistral!
ElisaCazorla 17/05/2019minha estante
Já quero ler :)


regifreitas 17/05/2019minha estante
vale muito a pena, Eliza!




Biblioteca Álvaro Guerra 27/03/2019

Um dos grandes romances do século XIX, expressão máxima do naturalismo literário, Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola pintou a vida política e social da época como nenhum outro escritor. Mostrou, como jamais havia sido feito, que o ambiente social exerce efeitos diretos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados.
Germinal é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo. É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo.
Germinal é o livro que inaugura e dá nome à coleção que reúne adaptações de grandes clássicos da literatura para o público jovem. A edição traz uma série de apêndices, com textos sobre a vida do autor, o contexto histórico e o Naturalismo na França e no Brasil.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535900408
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Lilian 11/03/2019

Recomendo muito!
Baseado em parte, nas greves de mineiros de 1869 e 1884, Germinal (mês da Primavera no calendário revolucionário francês) é um romance naturalista de 1885 de Émile Zola (1840-1902) que trata da luta entre classes. Este foi um livro marcante para mim, um pouco por ser de um gênero que eu não costumo ler, mas principalmente por ser bastante desolador. A narrativa conta a vida de uma comunidade de mineradores através da visão de um forasteiro que se junta a eles, Étienne. E diante da pobreza e das condições abomináveis de trabalho na mina, Étienne acaba por liderar uma greve que é reprimida violentamente. Para completar a tristeza, ao longo da história Étienne se apaixona por uma jovem que também trabalha na mina e esse amor é correspondido, mas ela já é comprometida e a miséria que os cerca não ajuda em nada. É uma leitura rápida, mas não leve e que eu recomendo bastante.

site: https://www.instagram.com/ebookcontumelia/
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Lorena Alhadeff 23/01/2019

Um soco no estômago, uma dor no coração!
??????????

Pensei que este livro seria difícil de ler, temia ser enfadonho, pois o tema revolucionário não é o meu favorito.
Mas encarei e tive uma das maiores surpresas literárias de minha vida! Já conhecia Zola através de A Besta Humana (que adorei!) e a leitura de Germinal aumentou minha admiração por sua escrita!!! Que livro bem escrito, que personagens bem estruturados, que técnica de continuidade maravilhosa! Não há um fio da meada que fique fora do lugar, tudo o que é exposto tem um motivo, até mesmo as longas descrições sobre o trabalho dos mineiros e sobre a estrutura da mina tinham seu motivo, e não eram cansativas, pelo contrário, eu ansiava saber mais para mergulhar mais profundamente na história.
Tive o coração partido pelo destino de alguns, me revoltei com maldades e injustiças, me envergonhei com a frivolidade de outros. Fui ?sugada? pelos acontecimentos!
Por causa deste livro agradeço e valorizo ainda mais cada refeição, cada copo d?água, meu teto, meu trabalho, minha infância, minha família, meu lar, minha vida.
Ainda hoje existem ?mineiros? em nossa sociedade, eles estão mais perto de do que imaginamos. Observei situações tão atuais, tão brasileiras! Como os mineiros, ainda hoje, sangramos e nos deterioramos lentamente diante da corrupção e injustiças em nosso país...
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kiki.marino 09/12/2018

Os personagens de Zola são tao viscerais e reais,a realidade nua e crua,uma luta de classes que nunca acaba onde o "pobre ser humano" sempre perde,o que é humanidade?Como viver sem dignidade por um pedaço de pão? São reflexões e sentimentos que me deixarão com o coração angustiado...
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Bruno Venâncio 10/09/2018

Uma grande crítica social.
Para aqueles que já leram "A Besta Humana" de Zola ou pretendem ler, saibam que Germinal é dissonante em aspecto de uma história cheia de suspense e dúvidas, é uma história mais descritiva que tem suas reviravoltas, decerto, mas que não prende o autor no que vai acontecer em seguida, mas sim na condição humano daquele agora, daquela página. A obra que aborda a vida dos mineiros franceses na França pós 1789, contou com um estudo de campo de Zola das minas francesas, bem como de um conhecimento das teorias socialistas que emergiam no período, é uma obra crítica que leva a uma reflexão dupla, a primeira e relação ao operário e sua vida sem perspectiva, baseada em trabalhar, se embriagar e fazer filhos para seguirem o mesmo ciclo de vida, a segunda em relação a burguesia e como (em alguns casos) o dinheiro não compra a felicidade. É uma crítica ao sistema capitalista e seus problemas estruturais que até hoje danificam a sociedade, ao mesmo tempo que é uma crítica a sua alternativa, ao sistema socialista, que além da utopia, é permeado por falhas estruturais da natureza humana e sua sede de poder, de se destacar, de estar acima do outro.
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Michelle.Danielle 25/04/2018

Duro
O germinal ? Emile Zola
Um livro naturalista (neste mesmo estilo temos o Cortiço). Sendo assim o autor descreve claramente, e sem firulas, um cenário caótico e deprimente da França no Sec XIX.
Etiene é um forasteiro que chega a Montsou em busca de emprego, de pão para comer, de algo para se aquecer. Etiene se depara com uma exploração cruel dos mineiros. Ali muitos dão a vida dentro das minas e mal conseguem alimentar sua família. Crianças morrem trabalhando na mina, e outras morrem de fome em casa.
A maior perda quando alguém morre é a falta do dinheiro que ela traz para casa. Todos vivem juntos e misturados. Não tem muita higiene porque a situação não permite. Vivem como animais, e são considerados como animais.
Vivem em um casebre, uma vide de miséria, Dividem as migalhas do pão.
Não possuem assistência médica, não possuem dignidade.
Do outro lado nós temos os exploradores, famílias ricas vivendo do sangue alheio.
Etiene chega e com o tempo cria a esperança de um mundo melhor para todos, onde eles viveriam dignamente. A idéia não é má, mas como o poder pode corromper o homem, o orgulho e a vaidade. Bom as coisas saíram errado, e uma multidão faminta em fúria pode ser capaz de atrocidades.
A greve estoura, barbaridades são realizadas por ambas as partes. Mortes. Vingança ou justiça!!
Livro sensacional. Forte, cenas muitos pesadas e uma realidade cruel. Uma realidade que ainda existe hoje em algum lugar.
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