Quincas Borba

Quincas Borba Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - Quincas Borba


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Naty 18/12/2016

"Quem nunca comeu azeite, quando come, se lambuza" "Ao vencedor as batatas"
O livro Quincas Borba de Machado de Assis é o segundo livro que leio dele. Além desses dois livros que li, só tive contato com o conto o Alienista que foi a melhor obra que li do autor.
Comecei esse livro com boas impressões e ercebendo várias tiradas sarcásticas do autor para com a sociedade a sua volta, mas acabei achando que toda essa história poderia ser resumida em um conto mais curto e com menos blá blá blá sobre Sofia, a mulher de Palha.
Não vou dar um breve resumo da história, pois isso qualquer um acha no google. Vou dar minha opinião sobre pequenas partes dessa obra.
Primeiramente, falarei sobre os personagens: essa foi uma das partes da história que mais odie e que mais amei, pois não dá para sentir empatia por nenhum dos personagens da história o que me leva tanto a uma certa chateação já que isso torna a história mais lenta quanto a uma interrogação. Será que Machado não usou desse recurso para mostrar as peripécias humanas. Acho que ele criou essses personagens que parecem tipificar o bem e o mal em partes diferentes para trazer ao leitor aquela interpretação de sociedade capitalista em que a boa vontade se mistura com os interesses pessoais e o dinheiro dá prestígio e amizades falsas.
Não concordo com muitas resenhas que dizem que o Palha apenas se aproveita do bom Rubião. É como eu disse no parágrafo anterior: cada personnagem tem seus pontos altos e baixos. Palha se aproveita, mas até que é sincero em alguns momentos mesmo que tudo fosse, indiretamente, para benefício próprio. O Rubião não é nada besta e já quer a mulher do colega, Sofia. Há certas justificativas para isso como o fato de ela ser muito sedutora e de seu marido gostar muito disso e se orgulhar de ter uma mulher tão linda.
A personagem que mais odiei foi a Sofia e o próprio Rubião. A Sofia porque eu cansava de ouvir seu nome permear a boca de todos os homens da obra mesmo eu não cupando totalmente ela por isso, seu marido tem muita culpa em tudo que aconteceu. Ela até fica com uma certa queda pelo Carlos Maria, outro personagem secundário da história. O Rubião torna-se louco por causa da mulher. O amor que ele nutre por ela é doentio e isso deixa qualquer pessoa chateada de ler.
Quanto à forma como o livro foi escrito, gostei bastante. O Machado tem aquela jogada de falar com o leitor e fazer críticas sociais tão incrustadas à obra que, para quem não é bom observador, suas brincadeiras com os sentidos de frases ou palavras pode se tornar imperceptível.
O humanitismo também permeia a obra como um todo já que ela está vinculada ao Quincas Borba, fundador dessa filosofia, e que também aparece no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. O final desse livro demostra muito essa teoria. "Ao vencedor as batatas". Com certeza Rubião não foi um vencedor.
A própria evolução da personalidade de Rubião projetada pelo autor é fantástica já que ele passsa de pbre professor para capitalista rico e isso meche muito com sua cabeça a ponto de ele se alegrar coma morte de Quincas Borba e de sua própria irmã. Esse capítulo inicial é um dos mais irônicos que já vi.
"Quem nunca cmeu azeite, quando come, se lambuza". Essa frase marca o que ocorreu na vida de Rubião: ele nunca tinha sido rico, mas, quando se tornou, lambuzou-se, apaixonou-se, enlouqueceu e morreu. "Ao vencedor as batas". E quem foram os vencedores? Palha e Sofia. A linda linda linda Sofia.
Queria saber porque Machado insere sempre, em suas obras, otema adultério. Parece que ele sofreu alguma vez na vida com isso. Todas as obras que eu li dele tem alguma coisa ligada a esse aspecto tão chato.
Por fim, saliento que esse livro deveria ser um conto. Tantas páginas falando sobre Sofia para quê? Tantas páginas falando da história de personagens secundários para quê? Se isso aprofundasse a história de maneira grandiosa, mas apenas dá a ela pequenos aspectos a mais.
O meio da história é a parte mais chata e só nas últimas páginas a história voltou ao ritmo das primeiras páginas para mim. No fim, foi uma obra que nem me entreteu nem me acresentou nada, mas é a vida né. Nem sempre se l~e o que se quer.
Diria para ninguém ler esse livro, pois há outros muito melhores do autor, mas, para quem ter que ler, tente olhar os pontos altos e continue. A vida é assim. "Ao vencedor as batatas".
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Marselle Urman 28/10/2016

Sem bandido nem mocinho
A vida como ela é. Sem embelezamentos nem poesias, esse realismo miserável que enche de frustração o leitor.

Não mais que Eça, fique claro.

Tive dó de Quincas Borba, grande homem, grande filósofo do Humanitas que soube pobremente escolher seu herdeiro.

Dó de Quincas Borba, o cão de olhos remelosos, que nada teve na vida depois da morte de seu homônimo, senão abandono e pancadas.

Dó de dona Tonica, vítima de um preceito da sociedade ao qual se rendeu.

Dó até de Sofia, frívola porém reta - senão de pensamento, de ações - que era pouco mais que um bibelô para seu marido.

Agora de Rubião e de Maria Benedita, não consegui ter piedade. Dele que sofreu de amor não correspondido, porque desde que saiu de Barbacena só fez idiotices. E dela porque escolheu sua prisão, seu conto de fadas, e se recusou a acordar..até o fim da narrativa pelo menos.

Parece triste? Não é. É tudo muito engraçadinho.

A ironia, permeada de humor do tio Machado é que faz valer a pena ter que engolir os usos da sociedade escravocrata do Rio de Janeiro de 1870.

SP, 28/10/2016
Monique 29/10/2019minha estante
só de eu ver o jeito que ele trata o cachorro, percebo que a derrota é certa.




Maira Giosa 06/10/2016

Apesar de ser um ótimo livro - como todos do Machado de Assis - não recomendo àqueles que nunca leram nada do autor. Primeiro por se tratar de uma "continuação": um dos personagens é o mesmo que aparece em Memórias Póstumas de Brás Cubas (embora as histórias estejam muito pouco ou quase nada relacionadas).

A única semelhança entre as duas obras é a fina ironia de Machado de Assis, sempre destilando sua verdade sobre a cruel realidade da época. Com uma capacidade impressionante de abrir seus personagens como cadeados, Machado constrói uma narrativa enervante, de tão irônica - em certos pontos, é como se sentíssemos toda a frustração transbordando pelas páginas.

Indispensável para quem quer conhecer mais de um dos nossos maiores escritores.

site: https://www.instagram.com/livrosdamaira
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Elisa 20/09/2016minha estante
Esse livro me fez debulhar em lágrimas, belíssima resenha.




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Mayda Ribeiro 26/08/2016

Quincas Borba
Muito Bom.
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MAURO FIGUEIREDO 06/07/2016

Rubião: entre coroamentos e descoroamentos, o retrato do ocaso de uma aristocracia
Poderia falar qualquer coisa sobre os escritos do Grande Mestre Machado, mas o que me chama a atenção ao ler, pela terceira vez, o romance Quincas Borba, é o seu fino senso de humor, seu sutil tom irônico e sarcástico. Sobre a ironia, Oscar Wilde certa vez disse: irony is wasted on the stupid. De fato, a ironia se dá em um nível metafórico, e a leitura que se faz das metáforas exige um certo conhecimento de mundo. Foi também Oscar Wilde que disse: sarcasm is the lowest form of wit and the highest form of intelligence. Os espelhos de metáforas em Quincas Borba remetem a uma série de construções paródicas, irônicas e sarcásticas. Tais recursos permitem que a obra seja lida no nível do sintagma ou do paradigma.

Ao deparar, logo no primeiro parágrafo, com conceitos aparentemente tão intricados, o leitor pode fazer de mim mal julgamento, achando que prometo e não cumpro, vez que, em postagem neste mesmo espaço, mencionei meu conceito acerca de resenhas que são escritas com o mero pretexto de se demonstrar o nível de erudição de seu autor. Uma resenha literária não necessita ser empolada, hermética ou “científica”. Não mudei de opinião, devo advertir-lhe, caro leitor.

No entanto, creio que os conceitos de sintagma e paradigma contribuem para elucidar aspectos curiosos de Quincas Borba. Fatos e eventos que ocorrem no nível do sintagma, dão-se por uma relação in praesentia. Em outras palavras, todos os elementos necessários para sua compreensão podem ser encontrados no presente, no texto, no aqui e agora. Por outro lado, no eixo do paradigma, as relações são feitas com coisas extratextuais, foras do texto ou do contexto do aqui e agora. São relações in absentia.

Aqui vai um exemplo que pretende elucidar o ponto que levanto no parágrafo anterior. Tomemos a sequência dos sintagmas que seguem em “a vaca foi para o brejo”. Pois bem, tal sequência expressa um sentido textual, ao qual chegamos sem que necessitemos buscar elementos in absentia, fora do texto em si. Assim, ao lermos a frase do exemplo no nível do sintagma, concluímos que uma vaca caminhou, provavelmente por sua livre e espontânea vontade, em direção a um alagadiço, ou lodaçal, do qual, provavelmente, teve que ser resgatada. Se, por outro lado, lermos a frase do exemplo no eixo paradigmático, buscando recursos extrínsecos ao texto em si, e voltando o olhar para o nosso conhecimento de mundo, chegaremos à conclusão de que algo, algum plano ou procedimento, deu muito errado, de forma praticamente irreversível.

Quincas Borba pode ser lido nos dois níveis, e cada nível de leitura, certamente, produz um romance distinto. Assim, julgo mais prático, tanto em termos de retórica textual, como para questões de didática, que minhas impressões da leitura de Quincas Borba sejam expostas em dois níveis, a saber: o sintagmático e o paradigmático.

Rubião, logo sabemos, é professor primário, homem simples e sem recursos. Abandona a escola de meninos - provavelmente, filhos livres de escravos - da qual cuidava e vai oferecer seus préstimos como enfermeiro do rico e filósofo excêntrico, Quincas Borba, que possui um cão que atende pelo mesmo nome. Com o tempo, Rubião converte-se no único e fiel ouvinte do excêntrico e erudito filósofo, que, em vão, tenta lhe ensinar sua filosofia, o humanitismo:
— Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância;mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição;a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
Novamente, se lermos o trecho acima transcrito no nível do sintagma apenas, ficamos com um aparente paradoxo. Como o vencedor fica, no final, apenas com as batatas? Que tipo de prêmio é esse?

Mas, acabamos, talvez, creditando a bizarrice da falta de lógica aparente da parábola à mente delirante do filósofo. Descatamos, assim, o nível de sentido que a mesma narrativa pode adquirir ao empreendermos uma leitura no eixo do paradigma.

Com a morte de Quincas Borba, o filósofo, Rubião fica como seu herdeiro universal. No trecho destacado abaixo, o narrador expõe a grande reviravolta que se dá na vida de Rubião:

Tão simples! tão claro! Olhou para as calças de brim surrado e o rodaque cerzido, e notou que até há pouco fora, por assim dizer, um exterminado, uma bolha; mas que ora não, era um vencedor. Não havia dúvida; as batatas fizeram-se para a tribo que elimina a outra, a fim de transpor a montanha e ir às batatas do outro lado. Justamente o seu caso. Ia descer de Barbacena para arrancar e comer as batatas da capital. Cumpria-lhe ser duro e implacável, era poderoso e forte. E levantando-se de golpe, alvoroçado, ergueu os braços exclamando:
— Ao vencedor, as batatas!

Fica evidente que a atitude de Rubião revela sua inocência. Ele lê a narrativa do seu defunto mentor apenas no nível do sintagma e, ao proferir a frase profética, atrai para si toda a desgraça futura. Um pobre diabo, que passara quase toda a vida na provinciana Barbacena, de posse de grande fortuna, ruma para a corte do Rio de Janeiro, terra dos políticos, dos bacharéis, dos engenheiros, dos industriais, dos comerciantes, dos oficiais militares, dos dândis, das belas e jovens senhoras cocotes, com trejeitos, caprichos e passatempos para abreviar as horas ociosas do dia. Rubião, caminha, feito uma ovelha, para o covil dos lobos. Há, aqui, certamente, um olhar sobre o personagem de Barbacena que não oculta a existência de um forte preconceito na aristocrática Corte do Rio de Janeiro acerca de indivíduos que não compartilham dos seus refinados gostos e escolhas. Apesar de o Brasil ser periférico em relação à Europa, vista como modelo de padrão estético, cultural e artístico, o Rio de Janeiro, como a Capital, detém uma posição de centralidade. É, por assim dizer, o centro da periferia, ao passo que Barbacena, terra natal do Rubião, não passa da periferia da periferia.

Antes mesmo de desembarcar no Rio de Janeiro, ainda no trem em Vassouras, Rubião sela o seu destino ao morder a isca da beleza da Sofia e ser fisgado pelo seu esposo, jovem comerciante necessitado de capital para alavancar seu projeto de fortuna e ascensão social.

Um leitor da Barbacena daquela época veria no erro cometido por Rubião uma advertência. A corte não era lugar para um provinciano cheio de dinheiro. No nível desse sintagma, é previsível o desenrolar da trama e o fracasso do projeto de Rubião, de arrancar e comer as batatas da capital.

Rubião instala-se em uma mansão na Praia de Botafogo, ornamentada com as mobílias e peças mais caras, a ostentar seu poder econômico. Sua casa é frequentada por um séquito de aproveitadores, não necessariamente homens poderosos e influentes, como o próprio Rubião parece supor, mas indivíduos à procura de almoço e jantar, caros licores e charutos gratuitos. Isso parece ficar evidente no trecho abaixo:

Carlos Maria chamava-se o primeiro, Freitas o segundo. Rubião gostava de ambos, mas diferentemente; não era só a idade que o ligava mais ao Freitas, era também a índole deste homem. Freitas elogiava tudo, saudava cada prato e cada vinho com uma frase particular, delicada, e saía de lá com as algibeiras cheias de charutos, provando assim que os preferia a quaisquer outros. Tinha-lhe sido apresentado em certo armazém da Rua Municipal, onde jantaram uma vez juntos. Contaram-lhe ali a história do homem, a sua boa e má fortuna, mas não entraram em particularidades. Rubião torceu o nariz; era naturalmente algum náufrago, cuja convivência não lhe traria nenhum prazer pessoal nem consideração pública. Mas o Freitas atenuou logo essa primeira impressão; era vivo, interessante, anedótico, alegre como um homem que tivesse cinqüenta contos de renda.

Uma leitura que se dê no eixo do sintagma revela um retrato historiográfico interessante da sociedade da burguesia ascendente do Rio de Janeiro da segunda metade do Século XIX. É, decerto, um momento marcante na história da civilização brasileira: novos sujeitos ascendiam ao poder. A aristocracia escravocrata dá lugar a uma nova classe de burgueses formada por industriais, comerciantes e profissionais liberais.

Sempre que uma classe que ocupava um lugar inferior na escala social ascende, com seus egressos tomando os nichos deixados vagos pelas classes tradicionais, há, naturalmente, um choque entre culturas, valores e hábitos.

A seguinte passagem ilustra bem esse choque entre culturas,:
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, — primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.

Para poder ser aceito como membro da nova classe ascendente, Rubião confia suas escolhas ao amigo Palha. Como um novo rico e provinciano que era, saído de Barbacena, Rubião naturalmente se sente em desvantagem com relação aos valores estéticos da corte. No entanto, se lhe falta o domínio dos códigos da nova burguesia da Corte do Rio de Janeiro, sobra-lhe dinheiro, que flui, em abundância, das mãos desse pária, desse “intocável”, nessa sociedade carioca da metade do século XIX, que se orgulha e se esforça por parecer ilustrada, frequentadora de teatros e óperas, capaz de citar provérbios em latim e entender as tabuletas em francês das lojas.

Nesse ambiente, o simplório milionário Rubião sente-se um peixe fora d’água e não hesita em angariar, por meio de gestos marcados por grande prodigalidade, a aceitação e simpatia dos seus novos amigos.

O personagem provinciano não domina os códigos vigentes na Capital, e ouve com atenção todos os contos do Vigário que lhe contam. Segundo o próprio Machado de Assis, “o conto do vigário é o mais antigo gênero de ficção que se conhece”.

O pobre Rubião apaixona-se perdidamente por Sofia, esposa do Palha, que além de amigo, torna-se também seu sócio. Sua paixão o leva a cometer gestos ousados e inconvenientes. Porém, o marido, a receber dos próprios lábios da jovem e galanteadora esposa a revelação acerca das investidas desastradas do Rubião, decide fazer ouvido de mercador e vistas grossas ao incidente, já que tinha planos de fazer uso do capital do incauto para se aprumar na vida.

E não são apenas os convivas habituais, Palha e sua esposa Sofia, que dele se aproveitam. Camacho, um advogado medíocre, jornalista delirante e aspirante a político, lhe toma uns bons bocados para investir em seu jornal messiânico, que, obviamente, nunca alcança sucesso. Tudo isso faz sob a promessa de alçar o deslumbrado Rubião ao posto de Deputado.

O amor idealizado que Rubião nutre pela esposa do Palha acaba contribuindo para leva-lo ao delírio. A passagem que segue torna evidente a falta de domínio do mineiro dos códigos vigentes na capital:
— Vou denunciar seu marido, minha senhora; é homem de muito mau gosto.
Rubião parou.
— Por quê? disse Sofia. — Tem este seu retrato na sala, continuou Carlos Maria; a senhora é muito mais bela, infinitamente mais bela que a pintura. Comparem, minhas senhoras.
— Como ele diz aquelas coisas tão naturalmente! pensou Rubião, em casa, relembrando as palavras de Carlos Maria. Desfazer no retrato só para elogiar a pessoa! Note-se que o retrato é muito parecido.

De fato, Carlos Maria, o dândi de hábitos refinados, que prefere mais a companhia das damas do que a dos homens, torna-se logo objeto de interesse da jovem esposa do Palha, para desespero do Rubião, que, então, esforça-se por compensar sua baixa autoestima, timidez e insegurança de caipira com presentes e agrados caros.

Rubião fracassa. Ao invés de arrancar e comer as batatas da capital, tem sua fortuna devorada por aproveitadores e pelo seu próprio espírito bajulador e perdulário. À medida que ele empobrece, o jovem Palha enriquece. Por fim, com a proximidade da ruína, Rubião, vê, um a um, seus velhos amigos de ocasião virarem-lhe as costas. Sim, suas batatas haviam servido para prover ao Palha e sua bela Sofia o sustento para que pudessem atravessar a montanha que os separava da aristocracia, e assim cumprirem seus sonhos de ascensão social. Ao alcançarem o sucesso tão almejado, descartam-se daquele que serviu ao seu propósito. Dessa forma, confirmam o princípio do humanitismo: uns tem que perder para que outros triunfem.

Ao se ver eternamente como um ser deslocado do seu meio, um sujeito entre fronteiras, nem provinciano, nem metropolitano, enfim, um pária, um peixe fora d’água, Rubião passa a idealizar, como uma forma de fuga, um universo todo particular, no qual ele reina absoluto como um Imperador benevolente, tendo, aos seus pés, súditos valiosos, que o admiram e respeitam. Ao final, morre imaginando colocar sobre a cabeça a coroa. Assim, abdica da vida.

Antes de iniciarmos a leitura do romance no eixo paradigmático, aprofundando a análise das metáforas, cabe, aqui, algumas observações acerca do público leitor do Machado de Assis da segunda metade do século XIX. É importante repisar que essa época da nossa história testemunha o ocaso de uma aristocracia latifundiária e escravagista e o nascimento e desenvolvimento de uma classe burguesa liberal, composta de industriais, comerciantes e profissionais liberais e, como tal, menos estratificada, dotada de uma certa mobilidade social. Os romances eram, na maioria das vezes, editados em jornais, em capítulos, na forma de folhetins, o que os tornava mais acessíveis. Nesse tocante, parece também correto afirmar que o público majoritário de Quincas Borba é o público feminino. A seguir, alguns trechos que evidenciam a referência, no próprio texto do romance, a esse público leitor feminino:

Perdoem-lhe esse riso. Bem sei que o desassossego, a noite mal passada, o terror da opinião, tudo contrasta com esse riso inoportuno. Mas, leitora amada, talvez a senhora nunca visse cair um carteiro. Os deuses de Homero, — e mais eram deuses, — debatiam uma vez no Olimpo, gravemente, e até furiosamente. A orgulhosa Juno, ciosa dos colóquios de Tétis e Júpiter em favor de Aquiles, interrompe o filho de Saturno. Júpiter troveja e ameaça; a esposa treme de cólera. Os outros gemem e suspiram. Mas quando Vulcano pega da urna de néctar, e vai coxeando servir a todos, rompe no Olimpo uma enorme gargalhada inextinguível. Por quê? Senhora minha, com certeza nunca viu cair um carteiro.

E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Aí, amiga minha, a resposta é naturalmente a mesma, — também ela comia bem, dormia largo e fofo, — coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando quer amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que eu não me quero senão com dissimulados (grifei).
Essa breve digressão tem o propósito de embasar a minha leitura de que, em Quincas Borba, Machado parece levar em consideração esse público feminino, bem como seu universo de expectativas e conhecimento de mundo, como os saraus, as festas, os bailes, as valsas, o francês para compreender as tabuletas das lojas, os hábitos de leitura, a cultura do almanaque, e as reviravoltas da vida doméstica. Ao mesmo tempo em que o autor denota ter consciência das idiossincrasias desse seu público-alvo, no nível paradigmático, faz uma dura crítica social dessas mesmas idiossincrasias burguesas, traçando uma cartografia de uma casta de ilustrados, que preza mais a aparência da erudição do que a erudição em si, cativa de hábitos consumistas e da ostentação, aproveitadora, dissimulada, bajuladora e que coloca a ambição social acima das amizades, dos valores humanos e morais. Eis uma passagem que bem ilustra o ponto em debate:

Nem todas as relações subsistiram, mas a maior parte delas estavam atadas, e não faltava à nossa dona o talento de as tornar definitivas. O marido é que pecava por turbulento, excessivo, derramado, dando bem a ver que o cumulavam de favores, que recebia finezas inesperadas e quase imerecidas. Sofia, para emendá- lo, vexava-o com censuras e conselhos, rindo:
— “Você esteve hoje insuportável; parecia um criado.” "Cristiano, fique mais senhor de si, quando tivermos gente de fora, não se ponha com os olhos fora da cara, saltando de um lado para outro, assim com ar de criança que recebe doce...”

Ele negava, explicava ou justificava-se; afinal, concluía que sim, que era preciso não parecer estar abaixo dos obséquios; cortesia, afabilidade, mais nada...

— Justo, mas não vás cair no extremo oposto, acudiu Sofia; não vás ficar casmurro...

Palha era então as duas coisas; casmurro, a princípio, frio, quase desdenhoso; mas, ou a reflexão, ou o impulso inconsciente, restituía ao nosso homem a animação habitual, e com ela, segundo o momento, a demasia e o estrépito. Sofia é que, em verdade, corrigia tudo. Observava, imitava. Necessidade e vocação fizeram-lhe adquirir, aos poucos, o que não trouxera do nascimento nem da fortuna. Ao demais, estava naquela idade média em que as mulheres inspiram igual confiança às sinhazinhas de vinte e às sinhás de quarenta. Algumas morriam por ela; muitas a cumulavam de louvores.

Foi assim que a nossa amiga, pouco a pouco, espanou a atmosfera. Cortou as relações antigas, familiares, algumas tão íntimas que dificilmente se poderiam dissolver; mas a arte de receber sem calor, ouvir sem interesse e despedir-se sem pesar, não era das suas menores prendas; e uma por uma, se foram indo as pobres criaturas modestas, sem maneiras, nem vestidos, amizades de pequena monta, de pagodes caseiros, de hábitos singelos e sem elevação. Com os homens fazia exatamente o que o major contara, quando eles a viam passar de carruagem, — que era sua, — entre parênteses. A diferença é que já nem os espreitava para saber se a viam. Acabara a lua-de-mel da grandeza; agora torcia os olhos duramente para outro lado, conjurando, de um gesto definitivo, o perigo de alguma hesitação. Punha assim os velhos amigos na obrigação de lhe não tirarem o chapéu.

Como podemos verificar na passagem acima, o Bruxo do Cosme Velho morde e assopra seu público-alvo feminino: ora mostra como Sofia é fundamental para o sucesso social do marido, Palha, ora denuncia seu oportunismo e pouca lealdade aos velhos amigos.

Quincas Borba, se lido apenas no eixo do sintagma, parece ridicularizar o novo rico e provinciano Rubião, reforçando, assim, o valor insubstituível do berço e da herança de uma boa formação cultural, privilégio de poucos.

No nível do paradigma, nas entrelinhas, a própria filosofia do Quincas Borba, o humanitismo, surge como uma crítica e sátira do positivismo de Comte, do cientificismo do século XIX, e da própria seleção natural de Darwin. Na sociedade burguesa liberal que surge no Brasil, onde as posições ocupadas no topo da cadeia alimentar não mais se sustentam apenas em uma suposta "origem divina". Passa a valer a "lei do mais forte".

Contudo, é fundamental que tomemos consciência do poder do "Bruxo do Cosme Velho". Nas obras de Machado, notadamente em Quincas Borba, nada é o que parece ser. Há, sem dúvida, em Quincas Borba, um espelho de metáforas, um caleidoscópio, no qual um signo remete a outro que remete a outro, de maneira que desafia a sagacidade do leitor. A frase final da ilustração do humanitismo "ao vencedor, as batatas" encerra, por si, outra ironia, outro sarcasmo. Que tipo de vencedor leva como prêmio batatas? Ao vencedor, nada, pois, batatas não se comparam ao ouro, à fama ou à glória. Rubião faz uma leitura superficial do ensinamento, e acredita que a frase "ao vencedor, as batatas" denota algo como "ao vencedor, a glória". No entanto, podemos ler o trecho do ensinamento do filósofo no plano do paradigma, representando, dessa forma, uma crítica à luta ferrenha pela obtenção do sucesso, quando o verdadeiro prêmio, ao final, se resume a batatas.

Outra metáfora importante ilustra melhor o ponto em debate. Rubião torna-se herdeiro universal de Quincas Borba. Porém, herda apenas os bens materiais. A sabedoria morre com o filósofo. Sem a sabedoria, Rubião passa todo o tempo de sua vida de "vencedor" correndo, em vão, atrás de Sofia, a mulher do seu amigo e sócio, Palha. Ao que parece, não por coincidência, "sofia" deriva do grego "sabedoria", ou "sabedoria divina". Curiosamente, o nome de seu marido, Palha, parece evocar a imagem de um sujeito sem substância, um boneco de palha, sem coração, sem alma, um espantalho. Mais um vínculo de solidariedade entre o autor e o público-alvo feminino.

Ao herdar a fortuna do criador do humanitismo, migrar para a Capital e se afirmar como capitalista, porém, sem a substância, sem o conteúdo, sem a vivência e o conhecimento de mundo esperados, Rubião acaba sucumbindo, repetindo o lema que ilustra humanitas: "ao vencedor, as batatas".

À medida que Rubião se vê impossibilitado de se afirmar como sujeito em uma sociedade cujos códigos não domina, ele vai enveredando pelo caminho da alienação e da loucura. Os episódios de alienação do personagem vão se tornando cada vez mais frequentes. A cada delírio, o personagem passa por um coroamento, transformando-se em um imperador, e acaba por se converter no clássico Napoleão Bonaparte dos loucos. É interessante analisar a passagem que se segue:

Rubião não cuidou mais do coche nem do esquadrão de cavalaria. Foi dar consigo abaixo, andou por várias ruas, até que subiu pela de São José. Desde o paço imperial, vinha gesticulando e falando a alguém que supunha trazer pelo braço, e era a imperatriz. Eugênia ou Sofia? Ambas em uma só criatura, — ou antes a segunda com o nome da primeira. Homens que iam passando, paravam; do interior das lojas corria gente às portas. Uns riam-se, outros ficavam indiferentes; alguns, depois de verem o que era, desviavam os olhos para poupá-los à aflição que lhes dava o espetáculo do delírio. Uma turba de moleques acompanhava o Rubião, alguns tão próximos, que lhe ouviam as palavras. Crianças de toda a sorte vinham juntar-se ao grupo. Quando eles viram a curiosidade geral, entenderam dar voz à multidão, e começou a surriada: — Ó gira! ó gira!

Um ex-rico que, para fugir à inesperada perda de sua fortuna, refugia-se nos confins do seu inconsciente fantasioso. Quantos personagens decadentes da antiga aristocracia rural não flanaram, loucos, pelas mesmas ruas, como peixes fora d'água, sem chance de competir com a nova classe emergente formada por industrias, empresários ligados ao comércio exterior, banqueiros, advogados e médicos? Toda uma classe que vivia em uma opulência parasitária da produção escravista se viu perdida em um mundo inteiramente novo, competitivo, dinâmico e cambiante.

É nesse mundo imaginário, onde sua loucura o coroa imperador, merecedor do respeito e da admiração de todos, que Rubião se mostra mais altivo, realizado, auto-suficiente e vitorioso:

Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. Todos, entretanto, tinham as suas patentes militares, o Marechal Torres, o Marechal Pio, o Marechal Ribeiro, e acudiam pelo título. Rubião via-os fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelana nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões; picados triviais, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. Os comensais faziam algum reparo, entre si, — ou ao cozinheiro, — mas Luculo ceava sempre com Luculo. Toda a mais casa, gasta pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico. E a linguagem era também diversa, rotunda e copiosa, e assim os pensamentos, alguns extraordinários, como os do finado amigo Quincas Borba, — teorias que ele não entendera, quando lhas ouvira outrora em Barbacena, e que ora repetia com lucidez, com alma, — às vezes, empregando as mesmas frases do filósofo. Como explicar essa repetição do obscuro, esse conhecimento do inextricável, quando os pensamentos e as palavras pareciam ter ido com os ventos de outros dias? E por que todas essas reminiscências desapareciam com a volta da razão?

É curioso notar, também, que o processo de coroamento por que passa Rubião, quando se imagina Imperador, reserva-lhe o único mundo em que, de fato, pode habitar e no qual pode nutrir alguma sensação de pertencimento, de auto-realização. Lúcido, torna-se um deslocado, um peixe fora d'água. Delirante, torna-se senhor de seu mundo, dono de si, podendo, dessa forma, expandir seu eu e re-significar sua identidade. Ao fim do romance, vemos um Rubião coroado, transformado em Imperador. Enquanto, nos seus anos de riqueza, portava-se de maneira tímida, comedida, ressentida e insegura, agora, pobre, mas coroado Imperador, adquire uma altivez inabalável. Vale destacar o trecho final:

Poucos dias depois morreu... Não morreu súdito nem vencido. Antes de principiar a agonia, que foi curta, pôs a coroa na cabeça, — uma coroa que não era, ao menos, um chapéu velho ou uma bacia, onde os espectadores palpassem a ilusão. Não, senhor; ele pegou em nada, levantou nada e cingiu nada; só ele via a insígnia imperial, pesada de ouro, rútila de brilhantes e outras pedras preciosas. O esforço que fizera para erguer meio corpo não durou muito; o corpo caiu outra vez; o rosto conservou porventura uma expressão gloriosa.

— Guardem a minha coroa, murmurou. Ao vencedor...

A cara ficou séria, porque a morte é séria; dois minutos de agonia, um trejeito horrível, e estava assinada a abdicação.

É curioso, também, notar que a segunda metade do século XIX, na qual Quincas Borba é ambientado, testemunha os últimos anos do Império no Brasil. Novamente, nesse ponto, Rubião lembra Dom Quixote, o último nobre representante de uma classe.

Enfim, pretendia escrever sobre Quincas Borba, no máximo, duas laudas. Se me alonguei demais nesta resenha de, peço perdão ao leitor. Se isto vale como desculpa, reafirmo minha imensa admiração por Machado de Assis, seguramente um dos maiores autores brasileiros, dono de obras com infinitas camadas de sentido, que se prestam a infinitas leituras e releituras através dos anos.

Espero que eu tenha contribuído para aumentar a curiosidade e o interesse do leitor, tanto daqueles que leram Quincas Borba, talvez, como uma obrigação escolar, como daqueles, poucos, suponho, que nunca o leram. Caso nunca tenha lido o romance, comece agora. É obra de domínio público, que pode ser baixada e lida gratuitamente do site www.dominiopublico.com.br Caso já o tenha lido, vale muito a pena reler. Eu já reli o romance por três vezes e, posso garantir, cada leitura, é uma re-escritura, uma nova obra que se descortina. Isso se dá não apenas pelo meu conhecimento de mundo que está sempre em expansão, como se é de esperar, mas porque, muito embora o romance tenha uma ambientação geográfica e temporal definidas, os dramas vividos pelos seus personagens são universais e atemporais. Essa é precisamente uma das características mais marcantes de uma obra-prima.


site: https://maurofigueiredoliteratura.wordpress.com/
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Tony 24/05/2016

O mais fiel
Interessante como nos mostra o livro, o ser humano capitalista que é capaz de fazer tudo para conseguir o que quer sem importar com as consequência futuras, e outros que aproveitam da fraqueza de alguns para entrar para a alta sociedade. Muito bom o livro colocando como o melhor e mais fiel dos personagens o Quincas Borba de quatro patas.
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Andre.Rossetto 23/02/2016

Depois de ler Brás Cubas, inevitavelmente eu criei grandes expectativas antes de começar a ler este livro. Infelizmente, ele não me impressionou. O gênio de Machado de Assis esta presente na historia, logicamente: o sarcasmo, os diálogos, a comedia, a linguagem épica, as imagens que o autor pinta com palavras. Em resumo, é um livro importante para quem gosta do autor, e talvez eu tivesse apreciado mais se fosse lido antes da obra prima que é Memorias Póstumas.
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Wesley.Duarte 11/12/2016minha estante
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Wagner 23/11/2015

DUQUESAS
(...) disse-me que era a mais esplêndida mulher do mundo, e que a nomeara duquesa, por não poder nomeá-la imperatriz (...)

In Assis, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Globo. 1997,PAG 221.
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Maga 05/11/2015

Faltou Quincas Borba...
Não me entendam mal. Quincas Borba é um ótimo livro e talvez até levasse mais estrelinhas minhas se fosse escrito por outro que não o grande Machado. Como fiquei "mal acostumada" ao ler as obras-primas "Memórias Póstumas" e "Dom Casmurro" primeiro, acabei um pouco decepcionada com este romance, que foi lançado entre os dois.

É claro que Machado entrega o que promete: um retrato preciso e muitas vezes amargo da sociedade da época, representado nas figuras do Rubião, Palha e Sofia. Mas esperava ver muito mais Quincas Borba em Quincas Borba. O melhor personagem de "Memórias Póstumas" acaba como coadjuvante do próprio livro...
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Liana 01/10/2015

Estranho
Foi estranho pra mim, tinha outra expectativa, esperava saber mais sobre Rubião, que despertou minha curiosidade em Memórias Póstumas...
Achei meio enfadonho, mas interessante. Precisarei reler.
Liana 28/09/2016minha estante
Saber mais sobre Quincas Borba! (Corrigindo)




Dose Literária 01/10/2015

Quincas Borba
“Ao vencedor, as Batatas!”
Para entender a frase acima, célebre característica desta obra de Machado de Assis, é preciso ler o livro. Não vou dar colher de chá neste aspecto. Esta releitura foi parte do plano para deixar resenhadas as leituras mais importantes, e não esquecê-las mais.
Ao sempre delicioso estilo de Machado de Assis, que faz imagens divertidas para traduzir os sentimentos e ideias de seus personagens, o livro relata a história de Rubião, professor simples em Barbacena, que cuida do amigo Quincas Borba (mesmo personagem de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”) em seus dias finais, e herda toda sua fortuna. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, sua simplicidade o leva a ser explorado pelos novos “amigos”, levando-lhe pouco a pouco as esperanças de um futuro tranquilo e por fim sua sanidade mental.
Leia mais em

site: http://www.doseliteraria.com.br/2015/06/quincas-borba.html
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