vivianbooks 04/08/2024
"Ultraviolência"
Laranja Mecânica é um livro sobre uma sociedade diatópica com alta taxas de violência juvenil, o governo então propõe um procedimento chamada de ‘Tratamento Ludovico’ como uma forma de reduzir o alto nível de criminalidade ao reabilitar jovens infratores, nosso humilde narrador, Alex, é submetido a este tratamento, e depois solto novamente.
Fico triste pois uma leitura com um tema tão tão interessante como criminalidade, juventude e o Tratamento Ludovico que é condicionamento pavloviano em sua mais pura forma, se tornou uma leitura difícil e irritante pelo tal “nadsat”, um dialeto inventado pelo autor e utilizado por Alex e seus ‘druguis’ em 70% do livro, por mas que o glossário estivesse no fim do livro, eu inda achei a leitura difícil por este motivo. Mas entendo que esta foi a intenção do autor e eu quando ele primeiramente publicou o livro, não havia glossário.
Sobre a história em si, não posso entender quem diz se solidarizar com o Alex, ele é um criminoso violento e por mais que tenha passado pelo tratamento ele de forma alguma se arrepende dos crimes que cometeu, mesmo no fim quando decide mudar de vida, o faz sem arrependimentos considerando o seu passado como algo comum e passageiro da juventude. No entanto as questões levantadas sobre a moralidade de se arrancar a chance de escolher ou não fazer o mal, são o que eu mais gosto do livro.
Mesmo que o livro em si não traga um ponto de vista religioso, minha mente continua a divagar sobre a questão do livre arbítrio mencionado na bíblia, o homem seria realmente homem sem seu o livre arbítrio? O desejo de fazer o mal não iria embora com o tempo, pois o homem é e sempre foi uma criatura com tendências violentas mesmo que nem todos cedamos a elas.