sofianfm 28/12/2022
A história se passa na capital francesa em 1482 com a Catedral de Notre-Dame de Paris como cenário e personagem principais. O arquidiácono Claude Frollo se atrai perdidamente pela beleza da cigana Esmeralda, chegando a tentar raptá-la com a ajuda do sineiro da igreja, Quasímodo, rejeitado pela sua aparência disforme - corcunda, coxo, cego e surdo - e que acaba se apaixonando pela "egípcia". Após Frollo tentar matar o amante de Esmeralda, levando essa à pena de morte, Quasímodo usa a lei de abrigo e a acolhe em Notre-Dame, onde ocorre um grande motim para salvá-la e o sineiro, sozinho, protege ambas. Com o decorrer do livro, várias outras histórias vão se conectando e se desenvolvendo, criando uma rica e atual trama envolvendo diferentes classes sociais - de pessoas em situação de rua à nobreza francesa - e problemas sociais presentes até hoje como a discriminação e a injustiça.
O livro é uma verdadeira viagem pela Paris medieval. Analisando o livro a partir de uma visão arquitetônica, as ricas descrições dos ambientes e edifícios - inclusive com termos específicos - levam o leitor àquele período de uma forma muito clara, fazendo tanto da cidade como da igreja personagens importantes da história, recebendo, cada uma, um capítulo específico para sua caracterização. Além disso, fica nítida a preferência do autor pela arquitetura gótica - simbólico e esteticamente - e sua preocupação - incontestável - com a conservação de construções históricas, sendo importante ressaltar o período em que Victor Hugo já discutia sobre isso: 1830! Com relação à trama, é graciosa a descoberta do personagem Quasímodo. Sua aparência robusta se contrapõe ao seu interior sensível, muito em função de sua solidão, como é observado nos momentos em que conversa com as estátuas monstruosas da igreja, com quem ele se identifica tanto.