Memórias do Subsolo

Memórias do Subsolo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Memórias do Subsolo


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Catharina 09/08/2024

Você acha que é a pessoa mais angustiada da vida e que o que sente é extremamente complexo, então lê um livro do Dostoiévski e percebe que ele descreve angústias semelhantes às suas. O homem do subsolo não é a pessoa mais casrismática e fácil de amar, mas quem nunca se questinou se era mesmo um homem ou um pedão de orgão? É difícil de engolir que todos nós podemos ser desconfortáveis e podemos ser, em alguma medida ou em muitas, parecidos com esse homem.
Demorei muito para concluir essa leitura, embora o livro não seja muito grande, porque estava lendo Hamlet ao mesmo tempo... então era muita crise existencial de uma vez só, rs. Mas, ainda que não estivesse lendo Hamlet, Memórias do subsolo é o tipo de livro que você precisa ler delicadamente, atentamente, e, para se atentar aos detalhes, vagarosamente. É o tipo de livro que nos faz parar para apreciar tanto a escrita quanto a história, nos faz pensar sobre nossas próprias vidas e a gente leva um tempo para mastigar e digerir tudo isso.
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DBAlves 09/08/2024

Memórias do Subsolo
Já pensaste na significância de tua vida ou ainda não viveste o suficiente para pensar nisto? Já pensaste sobre recentimento, insegurança ou medo? Já sei, és novo demais para pensares nestas coisas. Pois bem, viva um pouco destas coisas através da vida alheia e, talvez, não tenha (tanto) do que se arrepender no futuro. Caso já viveste o bastante, quem sabe, ainda possas cair na real e mudar de vida. Independentemente de qual seja o teu caso, boa leitura.
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litera.liza 07/08/2024

Profundo
Esse é um daqueles livros que me deixam a sensação de talvez não ter aproveitado tudo o que ele tem a me oferecer. Aqueles livros que vão direto pra lista de releituras futuras. E eu quero fazer essa releitura depois de ler “O que fazer”, do filósofo russo, Tchernichevsky. Memórias do subsolo é tido por muitos como uma resposta a esse livro e as notas de rodapé da Editora 34 ajudam muito nisso. Logo no início a gente tem aqui uma nota onde se destaca que um longo trecho aqui seria, na verdade, uma provocação ao Tchernichevsky.
Bom, mesmo com essa sensação de ter deixado escapar algumas coisas por falta de conhecimento prévio, esse é um livro que merece ser lido e aproveitado o tanto quanto for possível.
Dostoievisk escreve esse livro por volta dos seus 40 e poucos anos, depois de já ter vivido uma vida. Já tinha se formado engenheiro, já tinha participado de diversos grupos políticos, já tinha sido preso e condenado à morte, já tinha se livrado dessa execução nos últimos minuto e muitos outros acontecimentos que você pode conhecer lendo um pouco sobre a vida atribulada do autor. A esposa dele teve tuberculose e é quando ela ta muito mal de saúde que ele escreve Memórias do Subsolo e foi a primeira obra que ele escreveu depois do período da prisão.
A gente tem aqui uma obra dividida em duas partes, em dois capítulos. Quando ele publicou, originalmente, essas partes foram publicadas, também, separadamente.
Então, a primeira parte, sob o titulo de O subsolo, é mais curta e trata-se de um monólogo focado no fluxo de consciência do narrador-personagem. Onde ele vai expor pra gente muito do que ele pensa da vida, da sociedade e da sua própria existência.
E, na segunda parte, ele vai trazer três historias da sua juventude, que explicam bem como ele se tornou o homem que ele é hoje, esse homem do subsolo.
Esse homem, de 40 anos, que vive recluso, em meados do século XIX, um ex-funcionário público, que parou de trabalhar após receber uma herança, e que começa a obra se descrevendo como um homem mau, desagradável, que sofre de doenças que não tem a intenção de resolver, segundo ele mesmo, simplesmente por raiva.
E ele é mesmo bastante desagradável, e é também cínico. E esse cinismo deu um toque de humor ao livro, que talvez não se apresente pra todo leitor. Pode ser que você não ache nada engraçado aqui, até pq, não é pra achar mesmo. Mas eu dei sonoras gargalhadas em muitas partes.
A gente passa a acompanhar a mente e as reflexões, então, desse homem amargurado, ressentido, e que vai, ao longo do livro, apresentar inúmeras contradições. Se, ora ele se diz superior a tudo e todos, ora ele deixa escapar sua fragilidade e sentimento de inferioridade, se antes ele se apresentou como mau, depois ele se culpa por não ser coisa alguma: nem bom, nem canalha, nem honrado, nem herói, entre outras tantas contradições. O próprio narrador se autodescreve como um paradoxalista.
E esse sujeito desagradável, contraditório, auto-destrutivo, tem consciência de que o que o exclui da sociedade são suas próprias ideias e maneira de encarar as questões da vida.
E pra gente entender a origem dessas ideias, a gente precisa entender, minimamente, o contexto social e político de quando o livro foi escrito. Em 1864, a Rússia estava passando por um período significativo de reformas sociais e políticas. Uma série de reformas para modernizar o país estavam acontecendo. Nesse contexto, Memórias do subsolo vai, então, refletir as tensões e contradições da sociedade russa desse período. E Dostoievski vai aqui questionar, sutilmente ou não, algumas doutrinas filosóficas que, naquele momento, se estabeleciam através de leituras racionais, modernas e científicas das coisas. Ele critica, então, sem nomeá-los, os filósofos que defendiam que a ciência explica todas as coisas, incluindo o comportamento humano.
Dostoievski através desse narrador-personagem, vai deixar claro que acha isso tudo uma grande bobagem. Acreditando que nós não agimos de maneira inteiramente racional e, sim, baseados em nossas vontades e desejos.
Ele rejeita a ideia de que os seres humanos podem ser completamente racionais ou que podem ser moldados por ideais utópicas. Ele vai explorar a irracionalidade e vai argumentar que a natureza humana não pode ser reduzida a uma simples fórmula racionalista.
E aí Temas como alienação, consciência, desejo e razão, vão ser explorados aqui através das reflexões da mente complexa desse homem.
A gente vai entendendo aqui que o narrador tem um apreço muito grande, e defende com unhas e dentes, a ideia de que o ser humano prioriza, sobretudo, a sua liberdade, o seu desejo de agir como bem quiser.
E ele, inclusive, se considera melhor do que a maioria das pessoas, pq ele acredita que, apesar de viver recluso e afastado da sociedade, ele faz isso de maneira consciente e como uma forma de resistência à essa sociedade que ele diz tanto desprezar. Ele acredita que dessa forma ele ta livre das convenções sociais.
Essas três histórias que ele vai contar na segunda parte, de quando ele tinha uns 20 e poucos anos, consolidam essa ideia de que o ser humano é muito mais irracional e movido por seus interesses próprios, mesmo que as consequências disso não sejam só positivas. Como é o caso do homem do subsolo, esse homem frustrado e descontente com tudo.
Como todo bom clássico, esse é o livro que a gente consegue trazer muito pra nossa atualidade. Um livro que vai despertar diferentes sensações. Enfim, se você é fã de leituras mais psicológicas e filosóficas, vai sem medo.
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deadly_romantic 07/08/2024

A Lama Subconsciente
Acho que eu nunca li um livro que se conectou tanto com o meu subconsciente quanto memórias do subsolo. por mais que ele seja curto, ele é um livro SUPER complexo, cheio de camadas e dificílimo. eu já tinha tentado ler uma vez e não consegui por perceber que esse é o tipo de livro que você precisa ler com muita atenção e, de preferência, se sentindo um completo lixo.

o livro é, nada menos, que uma tempestade de críticas e desabafos de um personagem mesquinho, angustiado e, sobretudo, solitário. ele é uma pessoa desprezível e extremamente ressentida com tudo e com nada, e você começa o livro muito distante dele. mas é aí que entra a magia da literatura: quanto mais eu acompanhava os desabafos desse cara, mais eu começava a perceber que as palavras naquelas páginas uma vez já estiveram dentro da minha cabeça. não eram só as críticas ásperas à sociedade hierárquica, à renúncia da natureza humana, à si mesmo, não. afinal, muitas vezes o personagem admite que ele mesmo não acredita em muitas coisas do que ele fala. mas foi precisamente assim que eu percebi:
o cara é, literalmente, eu.

ok, talvez não literalmente, mas eu entendi que esse é o ponto do livro: todo mundo tem um lado mesquinho e ressentido que vem de alguma marca traumática da própria vida, e todo mundo pensa um pouco como esse cara... a não ser que você seja um santo. todo mundo já fez alguma coisa, mesmo a total contragosto próprio, simplesmente pra desafiar alguém, todo mundo já quis se vingar das menores coisas, todo mundo já sentiu vergonha a ponto de querer enfiar a cabeça na terra e sumir, todo mundo já mentiu de pura sacanagem, todo mundo já pensou coisas absurdas que não podiam sair da sua boca pra não estragar totalmente sua imagem, todo mundo já se sentiu superior a alguém, todo mundo já quis provar um ponto de um jeito ridículo, todo mundo já sentiu ódio sem nenhum motivo claro, todo mundo já machucou alguém por orgulho e sadismo.
todo mundo odeia admitir que já passou por tudo isso.
a diferença é que esse personagem é a personificação de toda essa nata de constrangimento e vergonha;
ele é a lama que vive dentro do subconsciente de todos nós.
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Natália 05/08/2024

Dostoiévski e sua escrita impecável
Escrito no leito de morte de sua esposa por tuberculose, "Memórias do Subsolo" é uma novela que descreve a vida, os pensamentos e as frustrações do "homem do subsolo", personagem este tão irrelevante que sequer um nome tem.

Esse homem, apesar de sua inteligência e perspicácia, é um ser frustrado, amargo, solitário, instável, que tem apenas o mínimo de renda a qual mal consegue sobreviver, mesmo morando em um cubículo.

Sem amigos, sem família, sem amor e sem dinheiro, esse homem dialogará consigo mesmo sobre o paradoxo de como a vida é e de como a vida deveria ser, além de apresentar um conflito entre o "eu" e o "outro", causando uma ambivalência de sentimentos.

O "homem do subsolo" é um personagem consciente do seu próprio "eu"... ele tenta socializar com as pessoas a seu redor, mas seu comportamento e ações repelem as pessoas, o que o torna um estranho para os que os cercam.

Sua solidão de longa data o faz perder suas habilidades sociais, ele não consegue lidar socialmente com as pessoas e com as situações do dia a dia. Ele tenta socializar, mas há dentro dele uma falsa capacidade de autoconfiança que mascara a realidade, que é a insegurança presente em seu íntimo.

Esse livro é magnífico e não menospreze as suas poucas páginas, pois é uma leitura densa, que requer atenção, dedicação e reflexão, mas a leitura vale muito a pena.
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Lucas 05/08/2024

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Samyra33 04/08/2024

Dostoievski consegue criar muito bem seus personagens e nesse livro ele cria um anti-heroi desprezível e bem escrito, tão bem escrito que chega a ser quase insuportável aguentar ele. É um livro que mesmo curto, se torna denso, trazendo um ar filosófico e muitas questões a se refletir. Quero continuar explorando outros livros do autor e embora eu entenda a ideia por trás, não é o tipo de livro que indico como primeira leitura dele, fica aqui a recomendação de Noites Brancas! Foi uma leitura curta, cansativa e que me deixou com muita raiva e uma certa agonia. (Talvez fosse exatamente isso o que ele queria transmitir)
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Pedro 04/08/2024

Complexidade e Reflexão em Memórias do Subsolo
Memórias do Subsolo foi meu primeiro livro da literatura russa. Muito se fala sobre a complexidade dessas obras. Eu concordo em partes com essa opinião, de fato o entendimento da obra fica muito subjetivo a interpretação o que, pra mim, torna tudo mais interessante. Por isso, acredito que vou ter que reler muitas outras vezes para poder ter uma visão concreta sobre o livro. Mas, diferente do que disseminado pela mídia, essa obra não possui palavras muito complicadas, aqui eu dou um ponto a mais pra edição da penguin, que traz comentários super necessários ao longo da trama que ajudam a desmistificar essa mentira.

Enfim, a obra é super imersiva e você realmente sente como um espectador. Depois de algum tempo, você começa a questionar os elementos a sua volta e vai desvendando o livro como um enigma.

Como disse anteriormente, terei que reler uma, duas, três ou até mais vezes para poder entender completamente (se é que isso é possível) a obra.

Recomendo para aqueles que gostariam de se desafiar um pouquinho e explorar a literatura nas distintas partes do globo. Tenho certeza que a obra vai criar uma atmosfera reflexiva após a leitura!
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Isabella 02/08/2024

Valeu a pena
Acostumada com clássicos essa leitura me agradou, o cara só toma 🤬 #$%!& ent me identifiquei pra cacete, não foi meu primeiro contato com o autor e já li melhores dele, mas não deixa de ser uma obra que todos deveriam ler na minha opinião
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guilherme2709 02/08/2024

Tendo enfoque em temas existencialistas de uma pessoa reclusa, memórias do subsolo retrata de forma irônica pensamentos que advém da aversão do que é entendido como social
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Tham 02/08/2024

Bom
Traz algumas reflexões, mas achei muito enrolado no começo e com focos em coisas sem sentido. Acho que você cria mais raiva do personagem por ser tão paranoico do que empatia, só queria que ele fosse logo pro próximo tópico
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Master 01/08/2024

Qual é a verdadeira natureza do comportamento humano?
Em Cadernos do subterrâneo, Dostoiévski nos apresenta um protagonista, o "homem do subterrâneo", que desafia a visão otimista do comportamento humano fundamentada na lógica e na busca do bem-estar. Ao longo da narrativa, ele argumenta que o ser humano não é governado apenas pela razão, mas por desejos caprichosos e uma necessidade profunda de afirmar sua liberdade, mesmo que isso implique em sua própria destruição ou infelicidade. Esse homem é uma representação exacerbada das contradições humanas, um indivíduo que recusa a submissão às regras racionais e científicas, buscando sempre escapar das "linhas frias de tabelas e estatísticas".
O trecho inicial que menciona a estupidez de acreditar na ação racional dos seres humanos é uma crítica direta aos ideais iluministas e ao racionalismo extremo. Dostoiévski argumenta que a racionalidade não pode capturar a complexidade da natureza humana, que é em sua essência irracional. Este é um ponto central do livro: os seres humanos, para proteger sua liberdade, muitas vezes agem contra seus próprios interesses racionais. Isso é exemplificado na figura do homem do subterrâneo, que, em sua busca pela autoafirmação e liberdade, escolhe deliberadamente o caminho do sofrimento e da autossabotagem.
A obra questiona a noção de que o bem-estar e a felicidade são os únicos objetivos desejáveis. O homem do subterrâneo expõe a possibilidade de que o sofrimento e a dor têm um valor análogo, oferecendo um tipo de realização que a simples felicidade não pode proporcionar. Essa visão paradoxal desafia as concepções tradicionais de vantagem e bem-estar, sugerindo que o sofrimento pode ser tão desejável quanto a felicidade para a afirmação da liberdade individual.
O protagonista também rejeita a ideia de que a satisfação econômica e o conforto material são suficientes para a realização humana. Ele argumenta que, mesmo em um mundo perfeito, os seres humanos ainda encontrariam maneiras de se rebelar e causar caos, apenas para provar que são mais do que autômatos. Isso enfatiza a natureza humana de desejar o "absurdo mais pernicioso" e a "besteira mais antieconômica" como formas de afirmar sua individualidade e humanidade.
Esta obra desafia as noções tradicionais de racionalidade e bem-estar, propondo uma visão mais complexa e contraditória da natureza humana. Dostoiévski nos lembra que, no fundo, somos seres irracionais, impulsionados por desejos profundos de liberdade e autoafirmação, muitas vezes à custa da nossa própria felicidade. Agora me responda, qual é a verdadeira natureza do comportamento humano?
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Iza 01/08/2024

Mediocremente humano
Dos livros que já li, Memórias do Subsolo foi um dos mais desconfortáveis. O homem do subsolo é um ser desagradável, mas se identificar com este homem é mais ainda.

O protagonista e narrador é arrogante, amargurado, inseguro e se contradiz o tempo todo. Pensa demais, tem ideias demais e age de menos. Gosta de reclamar de tudo e espelha seus defeitos nos outros para desvalidar aquilo que não possui.

Morri de vergonha enquanto ele planejava sua vingança contra o oficial, tive pena durante o jantar com os amigos, adorei como Apollon o desprezava e senti muita raiva da forma com que tratou Liza. De fato um homem doente, raivoso e sem graça nenhuma (apesar de ter me arrancado algumas boas risadas).

No entanto, estar nas profundezas desse subsolo, traz a nós leitores, a possibilidade de espelhar os nossos próprios defeitos nessa personagem e assim compreender toda a miséria de sua existência. E isso é tão humano.

O livro retrata as memórias de um homem do século XIX mas que poderiam facilmente ser de um homem do século XXI. Porque apesar de todo o avanço científico, tecnológico e social que atravessam esses séculos, o ser humano em sua essência, continua miserável.
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atrix k. 01/08/2024

Senhor do céu...
Resumindo... Ele é um louco, doido varrido, amoralista, sem noção de nada, não liga pra ninguém e pra nada. E assim concluo, o cara não é o que eu disse aqui, ele é humano, assim como a gente, porque não somos perfeitos e somos completamente imprestáveis! ???????
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Leticia 31/07/2024

Magnífico
"Não só não consegui me tornar maldoso como fui incapaz de me tornar qualquer coisa: nem mau, nem bom, nem crápula nem puro, nem herói nem inseto."
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