São Bernardo

São Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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leonardson 23/07/2021

EU VI ESTRELAS
Comecei a ler por pdf > cheguei com ódio na página 40 > estava odiando > comprei o físico > continuei > amei.

Durante a leitura eu fiz diversas comparações com Dom Casmurro (livro que eu amei), e gostaria de dizer que a experiência de ler esse foi mil vezes melhor que a de ler o outro. Quando cheguei no capítulo 31 (que é o ápice do livro) não acreditei que já estava no final. Realmente, foi uma história que me prendeu.
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nathaliart 16/07/2021

Incrível!
Esse foi o meu primeiro "contato consciente" com Graciliano Ramos; consciente pois já havia lido partes de "Vidas Secas" no ensino médio, mas me lembro pouco ou quase nada da história. Será difícil falar de "São Bernardo", já que é um livro repleto de inúmeros aspectos importantíssimos e que valem a sua leitura.

Mas antes, deixo o aviso: se você resolver ler esse livro, leia com bastante calma, saboreando cada capítulo. É uma narrativa que precisa de atenção, uma vez que seu caráter apressado e objetivo nos leva a uma leitura muito veloz. Os capítulos são bastante curtos, e isso não só faz parte do estilo do autor, mas também do narrador, que é uma figura que pauta tudo em sua vida com base na objetividade, praticidade e impaciência.

O narrador, naturalmente, é o coração desse livro. É um homem de origem humilde e desconhecida, e é a partir dele que se constrói absolutamente tudo dentro da narrativa: São Bernardo é Paulo Honório e Paulo Honório é São Bernardo. Os personagens, a fazenda e o destino de tudo e todos estão diretamente subordinados a Paulo Honório. Determinado, autoritário e incansável, ele não mede esforços para conquistar tudo aquilo que deseja, ainda que, para isso, precise passar por cima das pessoas usando de métodos imorais.

Seu relacionamento com Madalena, sua esposa, é repleto de divergências, que nos revela como o caráter do personagem-narrador é extremamente complexo e problemático. No entanto, a meu ver, as passagens mais interessantes são aquelas relativas ao estilo de contar do narrador: as sutilezas, a omissão em admitir determinadas ações, deixando em suspenso que ele as tenha praticado, foi o que mais me surpreendeu nesse livro.

Enfim, deixo aqui a minha indicação dessa leitura maravilhosa, que me abriu as portas para esse autor sensacional. A cada vez que reflito mais sobre a história, mas enriquecedora ela se revela, e mais incrível. Recomendo a leitura e releitura!
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Marcos 13/07/2021

Enérgico e impactante
São Bernardo nos conduz por uma história dura e forte, que contada por Paulo Honorio é um relato de um homem que sofreu e fez muitas pessoas sofrerem. Seu fim é de uma melancolia que condiz com a forma como levou sua vida. Um ótimo livro, recomendo!
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bardo 11/07/2021

Esse é um livro que provavelmente será lido de forma diversa a depender do repertório do leitor, é muito difícil não se recordar de outros protagonistas que tem comportamentos ou características semelhantes. Algo que chama a atenção é a crueza com que o protagonista fala de si mesmo, sendo um narrador em primeira pessoa ao contrário de outras obras temos um narrador que é extremamente duro consigo. Aparentemente o narrador "deseja" ser odiado pelo leitor ao mesmo tempo que em diversos momentos nos mostra um lado humano que inspira alguma compaixão apesar de tudo. É difícil não pensar na famosa frase de Paulo Freire ao ler esse livro. Outro ponto a ser considerado é que a despeito da monstruosidade do narrador, é um livro que captura o leitor, tanto que seu fim é abrupto, perde-se a noção do tempo de tão fluída que é a narrativa.
Fabius 12/07/2021minha estante
Um dos livros preferidos de Antonio Candido, provavelmente o que mais vezes leu, segundo suas próprias palavras, e isso já diz muito sobre a obra.


bardo 12/07/2021minha estante
Fabius, está aí um ponto que esqueci de mencionar esse é um livro que exige releituras, ele parece simples mas tem diversas camadas e nuances.




Cleto_48 09/07/2021

Confesso que no início eu estava um pouco desanimado. Do nada, Graciliano escreve uns 10 nomes de uma vez só sem desenvolver nenhum personagem. Porém, à medida que a leitura foi se desenvolvendo, percebi que o foco estava apenas no protagonista e na relação que ele mantinha para com as pessoas ao seu redor.
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Tiago 09/07/2021

Um clássico
Ótimo livro, ótima crítica. Retrata bem o que vivemos hoje, pessoas matando e morrendo por dinheiro para, no final, perceberem que na verdade estão sozinhas e toda essa ganância não valeu de muita coisa.
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VANESSA 07/07/2021

S. Bernardo
S. Bernardo lembra bastante dom casmurro em alguns aspectos, é narrado em 1° pessoa, pois quem narra é Paulo Honório o personagem principal, a história conta a trajetória de vida de Paulo antes e depois de conquistar a terra de S. Bernardo, a história é fragmentada e por isso é bom ficar atento pra não se perder.
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13marcioricardo 03/07/2021

Paulo Honório conta sua história.
Paulo Honório resolve sentar e escrever a sua história. Homem do campo, Paulo subiu na vida a pulso.

Um dia Paulo conhece a fazenda São Bernardo e decide que haverá de ser sua. Para isso, se aproveita das fragilidades do seu proprietário e, quando a oportunidade chega, consegue a almejada herdade num negócio proveitoso para a sua pessoa.

A vida vai bem, os negócios prosperam, mas Paulo pensa em um herdeiro, alguém a quem deixar seu legado. Está na hora de encontrar uma esposa. Não tarda a se deparar com Madalena, uma mulher muito mais jovem, da cidade..

Encantado pelos atributos da jovem, Paulo quer saber mais e começa sua busca. Logo os dois se reencontram, começam a privar e marcam o casamento.

A vida em São Bernardo se torna diferente com a chegada da bela moça. Madalena é generosa, educada, cheia de ideias, gentil e isso contrasta com a aspereza, dureza, avareza e o desprezo pela cultura de Paulo. Os problemas começam cedo e só aumentam. O ciúme chega..
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Letícia 03/07/2021

Publicado em 1934, S. Bernardo é o segundo romance de Graciliano Ramos e possui uma grande intertextualidade com A Dócil, de Dostoiévski, já resenhada por aqui. Graciliano era um ávido leitor da literatura russa do século XIX e Doistoévski foi uma de suas maiores influências. Por coincidência, li ambos na mesma semana, o que enriqueceu muito minha leitura de S. Bernardo.

Neste livro, também temos o monólogo de um narrador-personagem: Paulo Honório. Órfão e de origem humilde, Paulo Honório galga posições e ascende socialmente por meio de muito trabalho, empréstimos e conluios com figuras importantes da sociedade local. Usurário, adquire a fazenda de S. Bernardo, onde trabalhara no passado, como saldo de uma dívida. A partir de então, transforma-se em um poderoso latifundiário do sertão alagoano e assume uma faceta coronelista.

O romance, que leva o título de seu bem mais querido, reúne suas recordações e tem como foco, além da administração da terra, seu casamento com a jovem professora Madalena. Paulo Honório decide escrever para entender melhor o relacionamento com a esposa, marcado pela falta de diálogo, pelo ciúme e pela desconfiança, inclusive a respeito de sua paternidade; o que me remeteu imediatamente a Dom Casmurro. A ruptura com o tempo linear, típica de memórias, o ambiente árido, e o diálogo interior com pessoas que já partiram de S. Bernardo há anos também me transportou de volta à Comala de Pedro Páramo.

Expressão da literatura regionalista da segunda fase do modernismo brasileiro, S. Bernardo é, ainda, um retrato da atmosfera política da época. O temor das elites agrárias com levantes sociais inspirados na experiência soviética permeia toda a trama e há menções diretas às Revoluções de 1930 e de 1932. Tudo isso é amarrado por uma narrativa que, catalisada pelo pio de uma coruja (talvez uma alusão ao corvo de Poe?), faz Paulo Honório refletir sobre as atrocidades que cometeu e encarar sua contradições internas.

Tão psicológico e preocupado com a realidade social quanto Doistoiévski, Graciliano Ramos foi uma das minhas grandes descobertas literárias deste ano.

site: https://www.instagram.com/pulsaoliteraria/
Alê | @alexandrejjr 23/09/2021minha estante
Pela leitura que fizestes, esse livro possui uma intertextualidade riquíssima!




Renato375 03/07/2021

Que marretada!
O livro é revolucionário e dramático! Permite várias leituras, e todas elas serão impressionantes.

Graciliano Ramos escreve com com uma brutalidade tão sensível que me deixou desnorteado.

Encadernação: 5/5
Fonte: 5/5
Espaçamento: 5/5
Cor do papel: amarelado
Preço: R$ 34,90
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Babi 30/06/2021

Bom
Gostei muito da forma que o livro foi escrito e a história é realmente muito interessante. Achava que não ia gostar, pois meus amigos falaram que o livro não era muito bom. Acho que as baixas expectativas fizeram eu aproveitar mais a leitura e ficar mais impressionada por estar gostando da leitura.
Em geral, recomendaria esse livro pra quem quer ler mais livros da literatura brasileira.
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Duda 27/06/2021

Em grande parte do livro fiquei com muita raiva de Paulo, mas no fim consegui entender sua angústia. Consegui sentir a angústia de Paulo, sua dor. Não sei como explicar o que senti lendo esse livro.
Fiquei com muita pena da Madalena, ela merecia um final bem melhor, ela era muito forte e acho que merecia MUITO mais.
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Celsin 21/06/2021

O pio da Coruja
São Bernardo é uma obra-prima, gostei mais dele do que ?Vidas Secas?, achei mais direto, a história mais rica e profunda.

No início achei que leria sobre um novo Dom Casmurro, o que não acontece. Paulo Honório, o principal, é quem escreve o livro (nenhum dos seus amigos e conhecidos quis lhe ajudar), o que destaca a solidão do personagem no momento em que escreve, porém, sem julgar sua esposa ele confessa todos os seus ciúmes doentios e brutalidades para com ela e os outros. Diferente de Dom Casmurro, Paulo Honório não se vitimiza e sim assume seus erros.

De origem pobre, P. H. é um homem ambicioso, trabalhador, honesto e que quer conquistar riquezas, propriedades e, fugindo de si mesmo e do seu passado, ele é incapaz de ter empatia com as pessoas que o cercam e acha que são objetos onde ele os utiliza ao seu bel prazer!

Isso muda quando conhece Madalena e casa-se com ela. Um pouco mais à frente, tomado pelo ciúme, Paulo Honório se vê sem caminhos a trilhar, quando percebe que a esposa não se submete ao seu jeito opressor e machista de ser (acredito que era o jeito bruto dos homens do antigo agreste).

Com um choque de realidade e consciência, inclusive em uma passagem, quando ele lembra do tempo em que tudo era mais fácil de controlar e as coisas prosperaram, ele vai aos poucos mudando seu jeito Casmurro e começa a enxergar seus atos falhos já com 50 anos!

Apesar de ser um livro do início dos anos 30 e usar muito palavras nordestinas, foi super tranquilo e rápido até de se ler. Na edição que li, contou com um texto fazendo uma análise sobre toda a questão gramatical e da literatura, com dissertações e passagens sobre os personagens principais e a transformação do narrador, referências políticas e de época?Foi uma experiência incrível!
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Robson.Vilar 18/06/2021

S. Bernardo
Depois de ler Vidas Secas, que conta a história do sertanejo explorado e oprimido, S. Bernardo parece mostrar o outro personagem antagônico a campartilhar da mesmo realidade do nordeste brasileiro daquela época.
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