Valério 23/03/2016
Deprimente
De Nietzsche, não li muita coisa. Li "Humano, demasiado humano" volume 1, depois li "O Anticristo", depois li "Humano, demasiado humano", volume 2.
Achei "O Anticristo" infantil, pueril. Fiz a resenha, que está exposta aqui no Skoob. Gostei de "Humano, demasiado humano", volume 1. Já o volume 2, Nietzsche fala mais de artes que de filosofia (e, se compramos o livro de um filósofo, adivinhe sobre o que gostaríamos de ler..)
Assim, resolvi ler mais um de seus livros mais famosos. Afinal, o oba oba em cima do autor é gigante. E minha decepção, até então, era enorme.
Seria minha última chance. Afinal, não vou enaltecer um autor apenas para parecer culto ou inteligente (como muitos fazem)
Nietzsche, ele próprio, afirma que sua obra deve ser contestada. E não apenas seguida sem questionamentos.
Tomo novamente a dianteira, em meio ao mar de elogios. Me perdoem os que gostam.
Mas temos novamente um livro ruim.
Nietzsche critica demais os cristãos. Não é muito chegado em religião.
Mas, ao ler "Assim falou Zaratustra", vemos que ele parece querer criar uma religião própria, a sobrepor o cristianismo. Escreve com linguagem rebuscada e cria um "líder", com lições e ensinamentos profundos (há controvérsias).
Zaratustra é o mais sábio, é quem detém a verdade.
A mim, parece piegas. Prefiro autores que escrevam a sério suas ideias do que com uma história muito mal contada.
Tenta imprimir lirismo nas falas. Mas Nietzsche, como todos sabem, é extremamente racional (até além do ponto, na minha opinião. As emoções devem ter seu lugar em nossas vidas).
Como racionalista, obviamente fracassou miseravelmente em querer escrever frases de efeito, que tocariam o leitor. Um racionalista escreve com precisão, mas não com sentimento.
Neste livro, Nietzsche escreve como uma galinha querendo ser pato. Não sabe nadar, morre afogado.
Dei quatro oportunidades a Nietzsche.
Não quero ofender nenhum fã dele (já vi, pela minha resenha de Anticristo, que as pessoas se doem se falamos mal de seu ídolo, como se todos fossem obrigados a venerar Nietzsche).
Mas, se você for um desses fãs, por favor, me indique um livro do autor que seja filosófico sem papagaiadas como em "O anticristo" e "Assim falou Zaratustra".
No primeiro, ele critica um comportamento. No segundo, parece querer fundar um movimento que se assemelha ao que criticou no primeiro.
Acredito que Nietzsche seja muito melhor do que essa obra. Mas não tenho mais paciência para buscar, com tantos bons autores por aí.