Resenhas - O Deus das Pequenas Coisas

isa.dantas 30/01/2023

Demorei um pouco para entrar na escrita de Arundhati, mas depois que você mergulha nesse universo, é muito difícil sair, pois a leitura vai te envolvendo cada vez mais. Que história dolorosa, que já abre com uma tragédia e depois temos que ir montando as peças desse quebra cabeça.

Leio, logo existo 26/01/2023

Lindo
Confesso que o processo de leitura desse livrinho tão potente foi um pouco cansativo, contudo, após vencer os primeiros 3 capítulos ficou mais fácil acompanhar a história dos gêmeos Rahel e Estephan.

A linguagem do livro é bem poética e bastante descritiva.

O pano de fundo para a história é a Índia da década de 60-70 período de ascensão do partido comunista (fato que trouxe mudanças significativas nas relações sociais do país).

Outros temas sensíveis à comunidade indiana são tocados no livro, tais como: tensões relacionadas às castas e a influência colonialista da Inglaterra na formação sócio-cultural da Índia.

Creio que mais do que descrever a história da conexão entre os gêmeos bivitelinos, a narrativa nos preenche com toda a dor, sofrimento e ressentimentos de cada indivíduo dessa família indiana de classe média (ouso dizer, que o foco é principalmente nas mulheres dessa família).

A leitura desse livro requer um pouco de esforço, mas garanto que no final vale a pena. Recomendadíssimo!

Pedro 10/01/2023

Arrebatador
O livro, a história, tudo é incrível e a forma que é escrito engrandece mais ainda. Uma vivência para não se esquecer.
A gente se adapta ao estilo da autora rapidamente e sem perceber já estamos capturados. A obra prende do início ao fim, impossível sair do livro sem ser tocado. Até coloquei no meu radar o outro livro de ficção da autora.
Arrebatador, única palavra possível que posso dizer sobre a experiência com essa obra.
Recomendo que mergulhe nessa aventura.
Obrigado por ler até aqui, abraços.

Laurenice.Caprini 01/01/2023

Um livro sobre tragédias familiares
Essa é uma obra sobre as leis que determinam ?quem deve ser amado, e como. E quanto?.
Um belo livro, triste também e que nos leva a refletir sobre muros segregacionistas que a sociedade levanta. O foco aqui é o sistema de castas indiano mas que podemos facilmente identificar em nossa própria cultura.
Foi uma experiência literária gratificante!

Dida 19/11/2022

Um livro simples, mas que te pega pela forma como narra tantos acontecimentos pesados de uma forma bonita e singela. Eu tinha colocado esse livro na minha lista em junho de 2021, por causa do leia mulheres da minha cidade. Comecei a ler no kindle e nunca terminei, fiquei postergando por mais de um ano e depois fiquei com a desculpa que leria quando comprasse o livro fisico. Comprei, iniciei e ainda sim adiei novamente. Mas quando voltei a lê-lo, percebi de cara o quão bonita é a escrita de Arundhati Roy. Retrata um pedaço da Índia de uma forma não estereotipada, alem de trazer a problematica da péssima influência britanica na Índia da década de 60/70 e de todo o confuso contexto politico da época. A autora cria um ambiente único que, apesar de ter um quê de fantástico, não deixa de ter a realidade crua e dura. Rahel e Estha, tão diferentes mas tão iguais, descobrem o quanto pequenas coisas mudam o rumo da vida de uma hora pra outra a qualquer momento. Amei Ammu, pra mim ela e Estha são os personagens que mais me identifiquei e sofri junto.

Isabela 17/11/2022

A história apresenta diversas cronologias ao mesmo tempo, mostrando cenas do final do livro nas primeiras páginas e vice versa. Trata de uma família indiana de classe média e a sua degradação, a qual teve seu estopim quando a família descobre que Ammu tem relações sexuais com um homem de casta inferior. Entretanto, a degradação está presente desde o início, na forma como os gêmeos indianos são desprezados pelo fato de serem ?diabinhos marronterra?, ao invés de ?anjinhos cor de areia? como os ingleses. Além disso, apresenta a visão colonizadora dos ingleses, que viam os indianos como ?uma merda de uma tribo selvagem que acabou de ser descoberta?. E também a inferioridade que da mulher em uma sociedade machista.

Anderson 05/08/2022

Permeado pela máxima de que tudo pode mudar em um dia, "O deus das pequenas coisas" começa, de pronto, nos contando um trágico acontecimento. Com sua prosa que em muitas passagens se confunde com poesia, o desenrolar da história vai nos revelando as circunstâncias que culminaram no fato que nos é revelado no início, assim como outros acontecimentos na vida e no declínio de uma família indiana.

lemesleu 19/07/2022

OS DEUSES DAS PEQUENAS COISAS
Literatura indiana, pós-colonial e intimista. O livro trata da cultura, da política e do social atuante, por meio de uma família que manifesta seus interesses no decorrer da narrativa. Luta de classes, disputas de poder hierárquico, submissão, posições de gêneros, diferentes formas de violência, entre outros aspectos que consiste em uma disfuncionalidade estrutural. O texto é construído por camadas, não-linear, montando um quebra-cabeça desordenado. Revisita aspectos do colonizador sobre o colonizado, marcas que não se discipam facilmente. O protagonismo é dividido entre duas personagens, irmãos gêmeos bivitelinos, que enriquecem a história com suas subjetividades e reflexões sobre os acontecimentos; uma ótica parcial, infantil e inocente, sofrendo as incumbências do que é bom e do que é mau. A escrita é muito descritiva, extremamente melancólica e exacerbada em alguns momentos. Um livro que utiliza o realismo mágico para falar de princípios e costumes, manter viva a imagem e ideais de um semelhante. O enredo busca mostrar, todo o tempo, a indispensável relevância dos sentimentos e das memórias. "Depois, nas treze noites que se seguiram, eles instintivamente se prenderam às Pequenas Coisas. As Grandes Coisas jaziam para sempre do lado de dentro. Sabiam que não tinham para onde ir. Não tinham nada. Nenhum futuro. Então prenderam-se às pequenas coisas."

Loba Literária 27/04/2022

Dá vontade de reler
Não é à toa que esse livro ganhou o Booker Prize. A escrita é impecável. Não curti muito da edição, e acho que preferia ter lido ele no físico. Mas que história! A timeline fica pulando de um tempo pra outro, mas é compreensível. Os capítulos finais (~ 16-21) foram sensacionais.

Nicole 22/04/2022

quotes
" É curioso como às vezes a memória da morte vive por muito mais tempo que a memória da vida que ela roubou."

? "Eram uma família de anglófilos. Voltados para a direção errada, presos do lado de fora da própria História e incapazes de retornar sobre os próprios passos porque as pegadas tinham sido apagadas."

"Uma guerra que nos fez adorar nossos conquistadores e desprezar a nós mesmos."

"O impulso subliminar do homem de destruir aquilo que pode nem dominar, nem danificar."

@wesleisalgado 18/02/2022

Como uma mentira e uma tragédia podem acabar de vez com várias vidas.
A primeira coisa que me vem à mente, quando penso nesse livro ,foi o uso das cores para retratar a Índia geograficamente. Acho que nunca li nada tão vibrante, de saltar aos olhos dessa maneira. Me lembrou bastante o filme INDOMÁVEL SONHADORA.

A história de infância destruída é bem pesada, principalmente a parte do Estha. Tudo envolto pela cultura indiana de divisões de castas. A estrutura narrativa é circular, indo e voltando no tempo várias vezes, te dizendo o que acontece nas primeiras páginas e aos poucos fazendo os encaixes das peças do quebra-cabeça. O que torna a leitura muito mais dinâmica na minha opinião.

Trágico e triste, e um peculiar e nada esquecível mundo retratado aos olhos de nosso protagonistas Estha e Rahel. Vale a leitura! Além de despertar a vontade de assistir A noviça rebelde , nunca visto por mim.

PS: Resenha nº 12 do desafio skoob 2022.

Jean 23/01/2022

Com uma escrita bela a autora conta a história de dois irmãos bivitelinos em uma sociedade indiana que a pouco tempo conseguiu sua independência da Inglaterra, mas que ainda tem profundas marcas da passagem dos britânicos e do sistema de castas.

Elisama.Godinho 14/01/2022

Frenético
Leitura muito , muito diferente de tudo que já li antes, vários cenários, vários pulos no tempo, a linguagem muito muito diferente, por vezes me irritou um pouco, e outras vezes me irritava muito. Outras partes amei.
é um livro bom, despertou minha admiração pela autora, porém , não funcionou para mim. (apesar de muito bem avaliado) , eu realmente tive grandes dificuldades em concluir essa leitura.
.
"Um navio de bondade singrando um mar de pecado."

Luciana.Pereira 04/01/2022

Retrato de uma família presa aquilo que foram no passado e ao que serão no futuro , com um integrante leviano que corrompe e impacta a vida de todos para satisfazer seus instintos mesquinhos.
De longe um dos livros mais bonitos que eu já li, poético e aflitivo.
Valeu cada minuto investido nessa leitura