O deus das pequenas coisas

O deus das pequenas coisas Arundhati Roy




Resenhas - O Deus das Pequenas Coisas


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Mi Hummel 21/04/2019

Estha, Rael e um segredo.
Terminei há pouco o ivro de Arundhati Roy. E sempre acho bastante complicado pontuar minhas leituras com estrelas. De qualquer modo, para mim...Não foi uma leitura fácil e empolgante porque o estilo de escrita é arrastado. Eu sentia que, durante toda a leitura, a autora me afastava do motivo principal. Ou, não sei, enrolava a narrativa para não chegarmos à espinha dorsal da trama...Não nego que isso me deixava bastante irritada em certos momentos.

Também não gostei muito da mania da autora de juntar as palavras como em Refrescodelaranja Refrescodelimão. E, no meio, ela ainda colocava umas onomatopéias como Dum-dum. Ou então sua insistente forma de brincar com palavras como em " Alerta, A lerta"...E coisas do tipo. Embora seja um recurso interessante, pois só uma autora com muita intimidade com as palavras consegue usá-las dessa forma. Aliás, ela consegue não apenas brincar com as palavras como saltar do presente para o passado com muita facilidade. E isso também me irritava, pois a gente ia sendo envolvida em devaneios e eu sabia que por trás de tudo aquilo tinha algo a mais.

Então, por que você deu 2 estrelas se achou a habilidade da autora interessante?
Porque me irritava. Porque me fez ter vontade de largar o livro. Porque eu me peguei pulando parte do texto. Mas, apesar de tudo isso, não posso deixar de admitir a ligação da autora com as palavras.

O livro ficou bastante interessante - a exatas - trinta páginas. FINALMENTE a trama estava se desenrolando. FINALMENTE toda a névoa fazia sentido. A partir das 30 páginas finais, Arundhati Roy vai juntando tudo. Vai costurando na ordem correta. Vai organizando o punhado de pensamentos dos gêmeos. E a gente percebe que o início era o final, que lá no meio já tinha alguma coisa que apontava para aquele desfecho.

O Deus das Pequenas Coisas é uma história de perdas e dores. Por isso, a narrativa é tão poética. Um casal bivitelino de gêmeos volta a se reencontrar para sanar velhas feridas e encontrar, nos braços um do outro, o remédio que lhes foi negado.

A trama seria bastante simples se não fosse a habilidade de Roy em distorcer e enevoar tudo. Mudar a perspectiva para abordar um tema político e social bastante comum na Índia.
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marconevb 13/04/2019

Ficarei um tempo pensando nesse livro
Um dos motivos de me propor fazer o desafio do @_leiamulheres foi o de me aproximar de leituras diversas, considerando que cada mês aborda uma temática diferenciada.
Abril foi o mês de escolher uma escritora asiática. "O deus das pequenas coisas" é o primeiro romance da indiana Arundhati Roy e proporcionou a autora o prêmio Booker Prize de 1997.
Confesso que demorei algumas páginas para começar a gostar do livro, e me surpreendi muito ao final da leitura. Fechei o livro com diversas reflexões e questionamentos.
Foi a minha primeira leitura de uma escritora asiática e foi possível perceber muitas referências culturais, mas o livro é muito mais profundo que isso.
Demorei na leitura, em alguns momentos tive que deixar o livro por alguns dias, algumas questões abordadas foram muito doídas para mim.
O papel da mulher na sociedade, maternidade, casamento, religião, família, amor, política, uma sociedade machista, estereótipos, trabalho, educação, abuso infantil, cultura... São alguns dos temas abordados e questionados nessa obra.
O romance não segue uma ordem cronológica, intercala diversos períodos da vida dos diversos atores que fazem parte da história. Revela segredos, dores, crueldades, amores... tudo isso (e muito mais) com um quê de fantasia que proporciona certa leveza (nem sempre) a temas tão fortes e importantes.
O título do livro teve um significado muito surpreendente para mim, totalmente diferente do que havia imaginado. E a mariposa, presente na capa (nessa edição), perpassa toda a obra tendo significado próprio.
Essa edição de bolso da @companhiadasletras tem diversos erros, em alguns momentos fiquei em dúvida se não eram intencionais (perguntei a editora, mas não obtive resposta). De qualquer forma, não é algo que interfira na compreensão do texto.
Uma leitura pesada e necessária, que me proporcionou diversas reflexões e questionamentos, me fez olhar por outras perspectivas e revirou alguns dos meus próprios fantasmas.
#leiturasdavibs
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Manuela Marques Tchoe 17/03/2018

Uma leitura de partir o coração, mas relevante
Depois de longos vinte anos, a escritora indiana Arundhati Roy publicou seu segundo livro, The Ministry of Utmost Happiness (traduzível por O Ministério da Suprema Felicidade), causando um furor no meio literário. Resolvi adquirir o primeiro livro da autora, O Deus das Pequenas Coisas, para melhor entender o porquê de todo esse fuzuê. Posso dizer que agora entendo; o primeiro livro de Roy é sensacional, sem dúvida merecedor do Booker Prize de 1997.

O Deus das Pequenas Coisas conta a história de dois irmãos gêmeos de uma família de Kerala, no sul da Índia. Assim como o romance de Adriana Lisboa, baseado em uma história simples (ou vice-versa, já que esse livro veio bem antes), a obra aos poucos conta a história de uma família devastada com escândalos, divórcios, crueldade do patriarca e, o mais importante, a repercussão da morte da prima inglesa dos irmãos gêmeos, um acidente que moldou as vidas dos personagens para sempre, tragédias que se espalharam como baratas em solo tropical.

O ritmo da obra mistura presente e passado, questões sociais como o sistema de castas, escolhas impossíveis num lugar onde ser diferente é pecado, quase suicídio. Roy aborda também a questão da mulher, sempre inferior em qualquer situação, dependente para sempre da boa vontade do pai, do irmão, do marido. O homem, o chefe, o superior, é ele quem manda. É nessa situação que Ammu, mãe dos gêmeos Estha e Rahel, se encontra. Mesmo lutando para se encaixar nas expectativas da família, Ammu decepciona sempre, e nesse contexto seus filhos vivem as repercussões de suas decisões, seus erros, suas tristezas. Do amor encontrado em um dalit, a casta dos intocáveis, Ammu dá o último passo em direção à tragédia. E assim os irmãos crescem separados, sempre assombrados pela perda de tudo de bom que um dia tiveram.

Mesmo com passagens bem-humoradas, o livro é trágico, mas de uma beleza sem igual. A complexidade do ser humano é também contada por Roy que consegue capturar a falsidade, a inveja, a falta de amor que surpreendentemente assola famílias, às vezes muito mais preocupadas com a tal honra do que amor incondicional.

site: https://www.baianadabaviera.com.br/2017/08/06/recomenda%C3%A7%C3%B5es-liter%C3%A1rias-de-f%C3%A9rias-fa%C3%A7a-chuva-ou-fa%C3%A7a-sol/
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Tainá 12/03/2018

Uma pequena família indiana. A angústia pesada da História – o deus das grandes coisas – e de tudo o que ela pode ditar às vidas. Rahel, Estha e Ammu, o amor comum por um intocável – deus das pequenas coisas – e as consequências cruéis por burlar “as leis que determinam quem deve ser amado, e como. E quanto.”
A narrativa não linear, os acontecimentos e circunstâncias sendo contados em lapsos, entre passados, presentes e futuros, deixou a leitura confusa para mim até certo ponto (mais ou menos até a pág. 43), ao persistir a leitura, fui arrebatada pelo estilo de escrita da autora, Arundhati Roy; pelos jogos de palavras, parágrafos e frases fragmentadas; pelo uso de letras maiúsculas em trechos que parecem ilustrar a história; as comparações e observações simples que remetem aos pensamentos de crianças; os ambientes, as situações e as descrições dos personagens e suas respectivas personalidades sendo complementadas por detalhes sutis, que se ampliam, como uma verruga, um prendedor de cabelo, a cor e o formato de um sapato, uma mancha em forma de folha nas costas...; as repetições de frases e termos que culminam numa conexão surpreendente entre os parágrafos e capítulos que completam o quebra-cabeça ao decorrer das páginas. Me encantei pela obra.
É uma história triste, cruel, sem perspectiva de superação. O sistema indiano de castas posto à mostra prática de crianças que começaram precocemente a testemunhar as leis do mundo – o sentimento colonizado de inferioridade, o medo da perda, o lugar da mulher, a separação – e carregaram pelos anos seguintes as marcas das feridas, se não as próprias feridas não cicatrizadas. Cada dia mais sem o escape das lentes amarelas de Rahel, sem a inocência infantil, capaz de desfocar a veracidade dos fatos para cangurus de cimento e pesos de papel com casais valsando dentro. É sobre as ruínas das construções da mente humana dizimadas pela natureza humana. Uma história de injustiça, contada como se não fosse a única, pois não é.
Vale a pena a leitura, muito!
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Bruna.Patti 28/10/2017

O Deus das Pequenas Coisas
Resenha
Livro: O Deus das Pequenas Coisas
Autora: Arundhati Roy
Ano de lançamento: 1997

A história do livro se passa em vários momentos: na Índia da década de 60 mesclando momentos da Índia atual (para a época do livro), na cidade de Ayemenem, estado de Kerala . A obra gira em torno de dois irmãos gêmeos bivitelinos muito unidos: Rahel e Estha. Esses irmãos foram separados quando tinham sete anos de idade, por conta de um acontecimento que mudou e moldou a vida dos dois e de toda a sua família. A partir desse acontecimento, somos convidados a conhecer profundamente outros personagens dessa trama.
Passamos a conhecer a intimidade de Ammu, a mãe dos gêmeos, que tinha um sonho de viver a vida, mas acaba casando com o primeiro homem que aparece na sua frente, para se libertar de seus pais, porém acaba caindo em outro tipo de prisão: a de um marido alcóolatra e violento; conhecemos Chacko, o tio dos gêmeos que não consegue superar o divórcio com sua ex-mulher; conhecemos Mamacchi, a avó cega das crianças; Baby Kochama, tia-avô e inimiga, sempre pronta a fazer mal a qualquer pessoa por puro prazer; Sophie Mol, a prima dos gêmeos que tem um desfecho trágico na história e finalmente Velutha, um sindicalista, membro do Partido Comunista, e paravan, intocável.
O livro aborda muito bem a questão dos intocáveis na Índia. As situações que essas pessoas passavam simplesmente por terem sido designadas ao nascer como pertencentes da casta dos intocáveis, que não possui outra função na sociedade, a não ser a de servir os tocáveis. O livro também trabalha muito bem a questão do marxismo e do partido comunista, que estava muito em voga na sociedade indiana, como uma tentativa de acabar com o sistema de castas na sociedade indiana, pelo menos em tese.
A escrita do livro é extremamente poética, me fazendo lembrar por muitas vezes o realismo mágico de Gabriel Garcia Marquez. A autora utiliza muitas figuras de linguagem, tais como metáforas, sinestesias, personificação, hipérboles. Não somente figuras de linguagem, mas outros recursos literários para podermos entender como os gêmeos pensavam e se expressavam. Eles gostam de juntar algumas palavras, como em Refrescodelaranja, refrescodelimão. Outras, eles gostam de separar, como em De Pois. Assim, podemos observar como essas crianças pensavam, e o texto ganha um tom próprio peculiar por conta desses detalhes. Aliás, a obra toda é um conjunto de detalhes extremamente bem trabalhados.
A obra nos faz refletir sobre as pequenas coisas do cotidiano e como no final das contas, são elas que importam. Elas que moldam nossa vida, seja de forma positiva ou negativa. Sempre nos lembraremos dos pequenos detalhes de um dia muito feliz ou muito triste por exemplo. Nos leva a refletir também, assim como na vida dessa família indiana tradicional, parafraseando o rapper Don L: uma frase muda o fim do filme. Ou seja, pequenos acontecimentos determinam e mudam o rumo de nossas vidas e podem influenciar no caminho traçado por nós a partir deles. Nos nossos sentimentos, nossos medos, angústias.
Podemos fazer uma reflexão também sobre o amor, a partir da relação proibida entre Velutha e Ammu. Afinal, quem merece ser amado? E quanto? E como? Os dois, mesmo sabendo de todos os riscos envolvidos na relação entre um tocável e um intocável na sociedade tradicional indiana na década de 60 escolhem viver um breve relacionamento, pois afinal, é nesses pequenos momentos compartilhados que os dois sofredores, por motivos diferentes, encontram a felicidade. O Deus das Pequenas Coisas e a sonhadora Ammu.
Quando lerem o Deus das Pequenas Coisas, prestem atenção aos detalhes, à sonoridade, ao não dito, que tem tanto ou maior significado do que é dito dentro do universo da trama. E mergulhem nessa leitura!

MEU BLOG , LINK ABAIXO:

site: http://abiologaqueamavalivros.blogspot.com.br/2017/10/o-deus-das-pequenas-coisas.html
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Bruna.Patti 28/10/2017

O Deus das Pequenas Coisas
Resenha
Livro: O Deus das Pequenas Coisas
Autora: Arundhati Roy
Ano de lançamento: 1997

A história do livro se passa em vários momentos: na Índia da década de 60 mesclando momentos da Índia atual (para a época do livro), na cidade de Ayemenem, estado de Kerala . A obra gira em torno de dois irmãos gêmeos bivitelinos muito unidos: Rahel e Estha. Esses irmãos foram separados quando tinham sete anos de idade, por conta de um acontecimento que mudou e moldou a vida dos dois e de toda a sua família. A partir desse acontecimento, somos convidados a conhecer profundamente outros personagens dessa trama.
Passamos a conhecer a intimidade de Ammu, a mãe dos gêmeos, que tinha um sonho de viver a vida, mas acaba casando com o primeiro homem que aparece na sua frente, para se libertar de seus pais, porém acaba caindo em outro tipo de prisão: a de um marido alcóolatra e violento; conhecemos Chacko, o tio dos gêmeos que não consegue superar o divórcio com sua ex-mulher; conhecemos Mamacchi, a avó cega das crianças; Baby Kochama, tia-avô e inimiga, sempre pronta a fazer mal a qualquer pessoa por puro prazer; Sophie Mol, a prima dos gêmeos que tem um desfecho trágico na história e finalmente Velutha, um sindicalista, membro do Partido Comunista, e paravan, intocável.
O livro aborda muito bem a questão dos intocáveis na Índia. As situações que essas pessoas passavam simplesmente por terem sido designadas ao nascer como pertencentes da casta dos intocáveis, que não possui outra função na sociedade, a não ser a de servir os tocáveis. O livro também trabalha muito bem a questão do marxismo e do partido comunista, que estava muito em voga na sociedade indiana, como uma tentativa de acabar com o sistema de castas na sociedade indiana, pelo menos em tese.
A escrita do livro é extremamente poética, me fazendo lembrar por muitas vezes o realismo mágico de Gabriel Garcia Marquez. A autora utiliza muitas figuras de linguagem, tais como metáforas, sinestesias, personificação, hipérboles. Não somente figuras de linguagem, mas outros recursos literários para podermos entender como os gêmeos pensavam e se expressavam. Eles gostam de juntar algumas palavras, como em Refrescodelaranja, refrescodelimão. Outras, eles gostam de separar, como em De Pois. Assim, podemos observar como essas crianças pensavam, e o texto ganha um tom próprio peculiar por conta desses detalhes. Aliás, a obra toda é um conjunto de detalhes extremamente bem trabalhados.
A obra nos faz refletir sobre as pequenas coisas do cotidiano e como no final das contas, são elas que importam. Elas que moldam nossa vida, seja de forma positiva ou negativa. Sempre nos lembraremos dos pequenos detalhes de um dia muito feliz ou muito triste por exemplo. Nos leva a refletir também, assim como na vida dessa família indiana tradicional, parafraseando o rapper Don L: uma frase muda o fim do filme. Ou seja, pequenos acontecimentos determinam e mudam o rumo de nossas vidas e podem influenciar no caminho traçado por nós a partir deles. Nos nossos sentimentos, nossos medos, angústias.
Podemos fazer uma reflexão também sobre o amor, a partir da relação proibida entre Velutha e Ammu. Afinal, quem merece ser amado? E quanto? E como? Os dois, mesmo sabendo de todos os riscos envolvidos na relação entre um tocável e um intocável na sociedade tradicional indiana na década de 60 escolhem viver um breve relacionamento, pois afinal, é nesses pequenos momentos compartilhados que os dois sofredores, por motivos diferentes, encontram a felicidade. O Deus das Pequenas Coisas e a sonhadora Ammu.
Quando lerem o Deus das Pequenas Coisas, prestem atenção aos detalhes, à sonoridade, ao não dito, que tem tanto ou maior significado do que é dito dentro do universo da trama. E mergulhem nessa leitura!

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Valério 03/08/2017

A inocência em meio ao caos
O Deus das pequenas coisas traz duas crianças fortemente unidas atravessando as desditas de suas famílias.
Contado em fragmentos de épocas diferentes, é um livro em que, por mais cliché e mamão com açúcar que possa parecer contando assim, o amor supera o mundo e suas idiossincrasias, sofrimentos e injustiças.
Em uma prosa delicada e de grande sensibilidade, mostra o dia a dia da Índia na década de 60.
Não foi à toa que o livro ganhou o Booker Prize. A história é comovente e convincente. O personagem Velutha, um intocável (a menor casta da Índia. São chamados de intocáveis porque ninguém os toca, por considerá-los imundos) nos deixa perplexos com o quanto a humanidade pode demonstrar-se cruel.
Um livro carregado com a pureza das crianças, mesmo em meio aos males do mundo.
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 06/04/2017

Já Li
Arundhati Roy, além de escritora, também é ativista política e luta pelos direitos humanos e causas ambientais. Ela também é a única escritora indiana a se tornar best-seller. Sua mãe, Mary Roy, já era ativista desde que Arundhati era criança e moravam em uma plantação de chá, onde seu pai trabalhava. A história de vida desta escritora é incrível e vale a pena ser conhecida - pesquise depois!

"O Deus das Pequenas Coisas" é o primeiro livro de Arundhati, publicado em 1997. A estória se passa em Ayemenem, uma vila do distrito de Kottayam, no Estado de Kerala, na Índia, por volta do ano de 1969. Os protagonistas do livro são dois irmãos gêmeos: Rahel e Esthappen. Os irmãos vivem juntos até os nove anos de idade e, como gêmeos, tinham praticamente uma vida simbiótica, pois sentiam, pensavam e viviam exatamente as mesmas coisas, provocando o espanto de todo o resto da sua família. Porém, aos nove anos, eles são separados e reencontram-se muito tempo depois, já com 31 anos de idade.


A estória dos gêmeos é intermeada com acontecimentos envolvendo o movimento Comunista da índia, o sistema de castas e a Comunidade Cristã Síria de Kerala. Tanto o movimento Comunista quanto a Comunidade Cristã tentam acabar com diversas doutrinas do hinduísmo, provocando várias cisões, revoltas populares e movimentos sociais na Índia.

A narrativa também se estende aos parentes de Rahel e Esthappen e, aos poucos, o leitor compreende que o pai deles era abusivo e alcólatra e batia nos gêmeos e na sua mãe, Ammu. Ammu se separa do marido e retorna a Ayemenem com os gêmeos e todos vão morar na casa dos pais de Ammu (avós dos gêmeos), chamados de Pappachi e Mammachi. Além deles, também aparece a figura de Chacko, irmão de Ammu e tio dos gêmeos.

Arundhati intercala momentos presentes com flashbacks, tanto da infância dos gêmeos como das vidas de Ammu e Mammachi.

Paralelamente, a narrativa também fala de Baby Kochamma, irmã de Pappachi. Ela converteu-se ao Catolicismo ainda nova, pois apaixonou-se por um padre irlandês e, por isso, observa os comportamentos e os costumes do restante da família com desaprovação e ressentimento. A família ainda vive sob os preceitos do hinduísmo e do sistema de castas e Chacko flerta com o Comunismo.

O cenário da família fica ainda mais complexo quando Margaret, primeira esposa de Chacko, e a filha deles Sophie resolvem passar férias em Ayemenem. Porém, logo no capítulo de abertura do livro, o leitor fica sabendo que Sophie morreu porque foi enterrada viva por engano. Pois é, caros leitores, este livro não é uma leitura fácil.

E, por fim, outro conflito importante da narrativa é o amor proibido de Ammu por Velutha, um dalit, ou seja, pertencente à camada mais baixa do sistema de castas indiano. Eles mantém o relacionamento em segredo por muitos anos mas, eventualmente, eles são descobertos e punidos.

Todos estes acontecimentos são contados a partir do ponto-de-vista dos gêmeos que, depois de crescidos e separados, acabam tendo personalidades completamente diferentes e já não conseguem mais ter a mesma conexão e simbiose da infância. Todos estes relacionamentos familiares são contados com muita sensibilidade e profundidade por Arundhati e me emocionei em diversos trechos da obra.

Além disso, Arundhati conseguiu escrever de forma clara e precisa muitos dos conflitos sociais e políticos da Índia. Aprendi muito sobre este país com a leitura e, principalmente, passei a admirar o povo indiano ainda mais, pois eles resistem às pressões ocidentais e do mundo moderno, mantendo-se fiéis aos seus valores e suas crenças.

É uma leitura que eu recomendo muito e que gera bastante emoção e reflexão.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2017/04/desafio-livros-pelo-mundo-india-o-deus.html
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ntayar 23/11/2016

A importância das pequenas coisas que unem as pessoas
A história de três gerações da mesma família, tendo como pano de fundo a Índia dos anos 60.

site: http://leamigoss.blogspot.com.br/2016/10/o-deus-das-pequenas-coisas.html
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Simone Brito 03/07/2016

Um pouquinho de Índia
Livro: O Deus das pequenas coisas
Autor: Arundhati Roy
Resenha:
Difícil falar de um livro quando não tivemos afinidades com ele...
O Deus das pequenas coisas é o primeiro livro da autora indiana Arundhati Roy e chegou a ganhar o prêmio ...
Em função disso e por tratar da cultura indiana, cujo tema me interessa muito, criei uma expectativa com essa leitura acabou não se concretizando.
O livro nos conta basicamente a história de Estha e Rahel, dois gêmeos, e uma sucessão de acontecimentos que os envolve, tendo como pano de fundo a contraditória cultura indiana. Dentre esses fatos está o da própria mãe dos gêmeos, Ammu, que decide abandonar seu marido e criar seus filhos dentro de uma sociedade extremamente machista e preconceituosa.
Diante desse cenário a história vai se desenrolando e nos mostrando a afinidade enorme entre os gêmeos e a luta de Ammu para sobreviver, estudar e trabalhar num país onde a mulher não tem direito a nada, é literalmente um estorvo, cuja função é meramente reprodutiva e sua obrigação não vai além de cuidar da casa, dos filhos e do marido.
No entanto, não achei a leitura fácil e muito menos atrativa, o que não quer dizer que o livro não tenha sido bem escrito. Porém, faltou, em minha opinião, um pouco de dinamismo na história.
Leitura cansativa que requer bastante atenção em função dos nomes dos personagens, das idas e vindas entre presente e passado, e ainda dos termos regionais usados ao longo do livro, cuja tradução se pode ver ao final do livro.
Em face a minha dificuldade de chegar ao fim da leitura e da minha falta de identificação com o livro, minha resenha está meio “pobre”, mas espero que as pessoas não se contaminem por ela e disponham-se a ler esse livro e tirarem suas próprias conclusões.
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Iva 07/02/2016

Lindo, trágico, poético
Um acontecimento na infância muda para sempre a vida dos gêmeos Estha e Rahel e de sua mãe Ammu para sempre, revelando, mais tarde segredos que não foram entendidos antes por ninguém, em uma India em transformação, mas onde aida há muito preconceito de castas. Vale a pena ser lido!!
Erika.Almeida 06/10/2017minha estante
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Adriana 04/01/2016

Livro chato
Nossa!!!!! deve ser meus cabelos loiros.....todo falando bem do livro e eu na maior dificuldade em termina-lo!!!!
O jeito dela escrever é bem cansativo e te impede de fazer laços com os personagens.
E achei o pano de fundo do livro meio politico sem graça.....
E melodramático....
Entretanto se fosse escrito de forma linear teria feito mais efeito e a delicadeza com que ela escreve seria perfeito
Antonio.Cruz 18/04/2017minha estante
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GilbertoOrtegaJr 29/03/2015

O Deus das Pequenas Coisas – Arundhati Roy
Existe um grande números de livros em que os autores adotam o olhar de crianças para narrar uma história, e este mesmo olhar reflete uma forma diferente de narrar, pois por exemplo uma história pode ser narrada de forma completa pelos olhos de uma criança, mas sem que o narrador personagem perceba as nuances ali, e o leitor ao contrario pode perceber mais facilmente. É deste olhar, e respectivamente do estranhamento que ele causa que a autora Arundhati Roy abusa em seu livro de estreia O Deus das pequenas coisas, e quando digo que abusa não estou falando como elogio, mas sim que ela achou uma zona de conforto e a explorou até beirar em muitos momentos, para mim, o irritante.

A história que se passa na região de Kerala, no sul da índia é lá que os gêmeos Estha e Rahel vivem juntamente com sua mãe Ammu, seu Tio Chacko, sua tia Avó Baby Kochamma e sua avó Mammachi. A família deles possui uma fábrica de geleia de frutas e pertencem a uma espécie de burguesia. Mas o espaço familiar está repleto de pessoas com seus próprios dramas e tristezas; Ammu é mãe solteira, Chacko estudou na Inglaterra e todos esperavam que tivesse um futuro promissor, mas não o tem, a avó era constantemente alvo de violência doméstica antes da morte do marido, agora é cega – um episódio não está ligado ao outro. Apesar disso tudo a única personagem que é essencialmente má e ruim é Baby Kochamma, os outros personagens não são ruins ou maus, porém muitas vezes estão tão centrados nas suas próprias dores e infelicidade que acabam tendo atitudes que poderiam ser interpretadas como ruins.

Ao longo de 342 páginas Arundhati vai descortinando uma índia emergente onde pequenos avanços de tecnologias e ideologias vai contrastando com uma mentalidade datada e profundamente presa em valores que muitas vezes não são tão corretos a se prender, uma índia que se constitui território ambíguo, e é neste contraste que se cria uma trama exótica; momentos de beleza e delicadeza vs sujeira da geografia urbana, mentalidade tradicional vs abertura a globalização no mercado e etc.

Outra escolha da autora que acredito ser um território meio batido em literatura é a escolha de uma tragédia como epicentro da narrativa, tudo bem que a literatura deve reproduzir a vida, mas não se justifica a literatura tornar a vida redundante. É claro que acredito que existe vidas que podem girar completamente em torno de uma tragédia, mas ai está o erro a autora, ela só desenvolve cuidadosamente a trama até o momento trágico, após isso a vida dos personagens viram quase flash backs mínimos, lembrando bem mais um esboço do que um romance. Somado a isso e a lentidão com que a leitura fluiu para mim não recomendaria este livro.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/03/29/o-deus-das-pequenas-coisas-arundhati-roy/
Adriana 28/12/2015minha estante
Ufa, que alívio pensei que fosse chatice minha. Achei o livro chatice e concordo com voce. Muito boa sua crítica




Rúbia 07/10/2014

Para ler com a alma...
Uma das boas leituras que fiz no mês passado foi O deus das pequenas coisas, da autora Arundhati Roy.
Coloquei ele na categoria de clássicos, mas não se trata de um livro com data de publicação tão antiga quanto outros que tenho postado nessa categoria, nesse caso, ele foi publicado em 1997, mas já entrou para diversas listas importantes da literatura mundial. E ganhou o Boker Prize no ano seguinte de sua publicação.
Eu não sabia nada sobre a premissa do livro e comprei pelo fato dele estar em duas das listas dos desafios literários que participo.
Comprei a edição de bolso da Companhia das Letras e, apesar da edição normal ser muito mais bonita, gostei da capa desta também.
A autora é indiana e, a história do livro se passa também na Índia. Por isso, algumas palavras são do dialeto local, há um glossário no final para você compreender melhor, mas em nenhum momento isso atrapalha a leitura.
O livro começa no velório de uma prima do casal protagonista (que são gêmeos) e o livro vai se desenvolver em torno dessa morte.
O livro tem alternâncias desses gêmeos adultos se reencontrando, porque passaram (por um determinado motivo) um período afastados. Eles adultos relembrando essa história e o mais interessante é que não são os adultos relembrando, mas eles enquanto crianças, na visão e na fala de crianças contando. Portanto temos o momento agora deles e a infância que passou.
Os personagens são engraçados, ao mesmo tempo é triste como as coisas acontecem, os caminhos que eles vao tomar. É um livro triste, não é um final feliz e famílias perfeitas, mas é muito bom e vale muito a pena a leitura.
Um dos trechos que gostei muito: Era uma época em que os tios viravam pais, mães amantes e primos morriam e tinham funerais. Era uma época em que o impensável virava pensável e o impossível realmente acontecia.
Gostei muito da escrita da autora (que até onde eu pesquisei, só escreveu esse livro ), como ela fez as passagens de tempo e como conseguiu mostrar os pontos de vista de cada personagem numa narrativa só.
Demorei um pouco mais na leitura, não por ser chata, mas por requerer muita atenção, há muita metáfora, muita coisa que remete a outras partes da história e é preciso estar atento para compreender.
Recomendo muito a leitura e finalizo dizendo que os protagonistas são apaixonantes, queria conhecê-los pessoalmente de tão fofos que eles são.


site: http://meumundodeleituras.blogspot.com.br/
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