Rúbia 07/10/2014Para ler com a alma...Uma das boas leituras que fiz no mês passado foi O deus das pequenas coisas, da autora Arundhati Roy.
Coloquei ele na categoria de clássicos, mas não se trata de um livro com data de publicação tão antiga quanto outros que tenho postado nessa categoria, nesse caso, ele foi publicado em 1997, mas já entrou para diversas listas importantes da literatura mundial. E ganhou o Boker Prize no ano seguinte de sua publicação.
Eu não sabia nada sobre a premissa do livro e comprei pelo fato dele estar em duas das listas dos desafios literários que participo.
Comprei a edição de bolso da Companhia das Letras e, apesar da edição normal ser muito mais bonita, gostei da capa desta também.
A autora é indiana e, a história do livro se passa também na Índia. Por isso, algumas palavras são do dialeto local, há um glossário no final para você compreender melhor, mas em nenhum momento isso atrapalha a leitura.
O livro começa no velório de uma prima do casal protagonista (que são gêmeos) e o livro vai se desenvolver em torno dessa morte.
O livro tem alternâncias desses gêmeos adultos se reencontrando, porque passaram (por um determinado motivo) um período afastados. Eles adultos relembrando essa história e o mais interessante é que não são os adultos relembrando, mas eles enquanto crianças, na visão e na fala de crianças contando. Portanto temos o momento agora deles e a infância que passou.
Os personagens são engraçados, ao mesmo tempo é triste como as coisas acontecem, os caminhos que eles vao tomar. É um livro triste, não é um final feliz e famílias perfeitas, mas é muito bom e vale muito a pena a leitura.
Um dos trechos que gostei muito: Era uma época em que os tios viravam pais, mães amantes e primos morriam e tinham funerais. Era uma época em que o impensável virava pensável e o impossível realmente acontecia.
Gostei muito da escrita da autora (que até onde eu pesquisei, só escreveu esse livro ), como ela fez as passagens de tempo e como conseguiu mostrar os pontos de vista de cada personagem numa narrativa só.
Demorei um pouco mais na leitura, não por ser chata, mas por requerer muita atenção, há muita metáfora, muita coisa que remete a outras partes da história e é preciso estar atento para compreender.
Recomendo muito a leitura e finalizo dizendo que os protagonistas são apaixonantes, queria conhecê-los pessoalmente de tão fofos que eles são.
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