Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...




Resenhas - Úrsula


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Jeane Esquivel 11/06/2022

A Literatura Liberta
A obra inicia com um acidente que liga dois homens ao longo da trama.

Tancredo, a vítima, é levado para a casa de Luiza B. e de sua filha, Úrsula.

Túlio, o salvador, é um homem escravizado e que recebe o que sempre lhe foi de direito: a liberdade - como ato de gratidão do seu resgatado.

Ainda na convalescença, Tancredo descobre-se enamorado pela jovem Úrsula. Esse afeto é correspondido.

Com relações familiares complicadas, filho de um homem malévolo e vingativo, Tancredo, ainda no início da obra, relata seu primeiro desencanto amoroso e a importância de seu pai nesse evento.

Sabemos um pouco da família de Úrsula também, filha de mãe com saúde precária e órfã de pai.

Mas embora haja descrições detalhadas da natureza, um caráter religioso e uma abordagem do amor romântico, com uma carga forte de drama e vingança, não são esses detalhes o precioso da obra.

O romance nos traz personagens escravizados com voz, com diálogos, com sentimentos, que não são meros coadjuvantes da história, mas que estão ali para denunciar toda a barbárie da escravização.

A personagem escravizada Susana relata, com dor, e esse diálogo é riquíssimo, os sentimentos de saudade da liberdade então vivenciada em sua mãe África; denuncia as condições de transporte dos escravizados e toda a individualidade e dor de um homem ou uma mulher ao se encontrar subjugado ou subjugada por seu semelhante.

A subjetividade desses personagens é o grande trunfo da narrativa, ainda mais considerando a época e o local em que foi escrita: em 1859, no Maranhão, um dos estados com mais escravizados no Brasil do período.

Maria Firmina dos Reis, escritora desse belo livro, é considerada a primeira romancista da literatura brasileira. E a primeira a escrever uma obra abolicionista, ainda que não possua o destaque merecido na nossa história.

O que a história não deu, façamos nós, ao conhecer essa obra tão importante e necessária ao entendimento de nossas raízes.

Maria Firmina colocou seu tijolinho no processo de combate a essa mazela, que até hoje repercute, e seu legado não será esquecido.

A literatura liberta.
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Nah 11/06/2022

Firmina merece visibilidade
Mulher, negra, alfabetizada numa sociedade escravocrata e patriarcal.
Dona de ricos contos, como Úrsula, por exemplo, os personagens são bem construídos e representados. Com Firmina, o escravo tem voz, tem espaço, é dono da própria voz e história.
Talentosa e invisível, Firmina foi esquecida e apagada durante muito tempo, até hoje suas obras não recebem a atenção merecida. O mínimo que podemos fazer é ler e passar adiante suas obras, reconhecer o espaço mais do que merecido dessa brilhante mulher e escritora. Leiam!
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lendosonhando 05/06/2022

Me sinto na obrigação de ler todas as obras de Maria Firmina; mulher preta, nordestina, educadora e primeira romancista brasileira.
Em Úrsula observamos os ideais do romantismo em sua mais ampla forma, mas também vemos o caráter abolicionista que denunciava todas as atrocidades que eram cometidas aos escravizados.
No prólogo Maria Firmina se desculpa pelo livro ter sido escrito "por uma mulher de educação acanhada". Nós é que pedimos desculpas por suas obras não serem tão divulgadas e reconhecidas como deveriam
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MARTA CARVALHO 05/06/2022

O livro datado do período romântico da literatura brasileira (1859), tende às divagações e descrições do entorno dos acontecimentos narrados, o quê, pra mim, torna a leitura um pouco arrastada, mas não menos preciosa. O livro nos brinda com uma trama de amor, ódio, incesto, obsessão, vingança, remorso... reviravoltas surpreendentes, ainda mais levando-se em consideração o período em que foi lançado (acho que a escritora inventou a ideia do plot twist na literatura ?).
A riqueza da linguagem, com suas palavras rebuscadas, são um enriquecimento do nosso vocabulário, hoje tão escasso.
A escritora, de início, se desculpa com os leitores por se achar inferior aos outros escritores por ser uma pessoa de poucos estudos e conhecimentos, mas em meu parco saber, ela não deixa a desejar a nenhum dos catedráticos da época.
Destaca-se também, o detalhamento que a autora coloca no tocante aos desmandos à escravidão, a forma como homens e mulheres foram extraídos de suas pátrias, à quem de suas vontades, afastados de seus familiares, de sua liberdade, para serem tratados como animais, sofrendo dia após dias.
Além de Úrsula, a obra seguiu com mais três obras da autora: Gupeva (conto que trás a história de um romance proibido entre um europeu e uma índia), A Escrava (destaca os desmazelos da escravidão pela visão dos próprios negros) e Contos à Beira-mar (reunião de vários poemas com temáticas diversas), esse último não foi muito de meu agrado porque não sou fã de poesia.
A obra como um todo é uma bela surpresa, fiquei ainda mais maravilhada ao saber que de nossa terra, Atenas Brasileira, berço de grandes escritores da literatura, nasceu a primeira mulher negra romancista e abolicionista. Que orgulho!
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Maia 05/06/2022

O estilo romântico definitivamente não é minha praia, mas é natural ao período histórico da escrita, depois de algumas páginas se aprende a ignorar os aspectos que incomodam neste tipo de escrita (religiosidade exacerbada, idealização da mulher e da natureza, etc). O ponto chave desta obra não é a história central dos enamorados que são os protagonistas e sim as histórias que estão na margem, dos personagens negros. Um romance que deu voz a perspectiva do escravo, extremamente importante, este livro deveria ter local de destaque nas escolas e ser debatido à exaustão, sua autora deveria ter um espaço de destaque nos estudos de história, infelizmente estamos apenas começando a resgatá-la.
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Juh 04/06/2022

Antofagica
A leitura desta antofagia é extremamente necessária, Maria Firmina dos Reis detalha com maestria e suavidade, temas extremamente sensíveis.
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Ari 03/06/2022

Uma escritora preta invisibilizada
Por meio de personagens brancos a autora Maria Firmina dos Reis condena e desaprova a escravidão e a desigualdade racial e social. Só através de personagens brancos a autora poderia clamar por justiça na época, onde só os brancos eram considerados gente. Uma escritora colocada para baixo por sua cor, mas corajosa ao ponto de não se deixar derrubar e publicar sua obra.
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Bianca 26/05/2022

Esse livro me surpreendeu, pois assim que comecei achei que iria demorar um século para terminar - em razão da escrita ser bem mais formal do que eu esperava - e no fim, foi absurdamente fluído.

A escrita da Maria Firmina é poética e mostra uma triste realidade da sua época, as obras dela deveriam ter tanta notoriedade quanto outras desse mesmo contexto - embora recentemente vem ganhando mais reconhecimento.

Úrsula - Nota 4
O começo foi lento até realmente engatar na história, mas gostei bastante de como tudo foi desenvolvido, as relações que foram feitas ao longo da obra e as reviravoltas.

Gupeva - Nota 5
Eu amei esse conto, não sei nem explicar o sentimento, só amei.

A escrava - Nota 3
É bom, não tão surpreendente quanto os outros, mas ainda com uma temática importantíssima.

Cantos à beira-mar - Nota 2,5
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Nica 25/05/2022

Classico
É muito legal, tem estilo de folhetim, então os capítulos são curtos e dá pra observar como eles acabam em um suspensezinho pro próximo.
É um romance do século XIX escrito por uma mulher, com conteúdo abolicionista, então pensa, não tem muito mais que eu possa dizer sobre ele.
É um clássico que deve ser lido, que evoca em todos os capítulos a força da mulher que driblou, nossa ela teve que driblar muita coisa, pra publicar.
Então leiam, é rápido de ler, é gostoso, não sei dizer se são todas as edições, mas essa da Penguin está bem acessível e conta com uma introdução muito massa sobre a obra e a autora.
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Mari M. 24/05/2022

Os sofrimentos da Jovem Úrsula.
Acho íncrivel imaginar uma mulher,a 100 anos atrás escrevendo uma hostoria assim! Colocando personagens negros,sofrimentos,dores,tragédias! E olha...pra nenhum Romeu nem Julieta botar defeito! Vale demais conhecer,um livro tão importante pra história dos livros e da literatura! E eu amo uma narrativa "novelinha das seis".
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William LGZ 22/05/2022

Uma magnífica coletânea
Aqui temos as principais obras da primeira romancista brasileira junto com muitas de suas poesias e me impressionou demais o quão bem escrito cada um dos seus trabalhos são.

Com um estilo bem próprio de narrar uma história além de ter sido pioneira em trazer a questão abolicionista em seus romances, é uma autora que realmente vale a pena ser lida e que merecia muito mais destaque por tudo que fez e representou em vida.

Se a análise apenas incluísse Úrsula, minha nota seria 4,5 estrelas com toda certeza, porém não apreciei tanto os outros contos e poesias aqui incluídos então fiz a média em minha nota final.

Ainda assim todos valem a pena por suas mensagens e primorosa escrita, e definitivamente indico a leitura integral do livro!
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Mandark 22/05/2022

Riqueza histórica.
Grande presente que a universidade me trouxe esse ano foi conhecer Maria Firmina. Das obras disponibilizadas nessa edição, sem dúvidas Ursula é de longe a mais surpreendente. Fez com leveza e precisão o papel de dar voz aos escravos da obra, que narram suas próprias histórias e escolhas. Mesmo limitados por sua posição social, tem a chance de contar suas jornadas. Encantadora. Sua poesia e seus contos são belos e uma experiência feliz. Uma obra pra marcar meu ano.
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Humberto.Lúcio 21/05/2022

Não sou nada fã das idealizações e exageros presentes nos romances do período do romantismo, então por grande parte do tempo esse livro foi um tanto chato de ler. Porém, quando chega na reta final, o livro fica sensacional e se encerra de maneira magistral. Por causa do final, a minha experiência com o livro foi agradável.
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Fernanda 20/05/2022

Maria Firmina e suas temáticas de crítica social
Estou apaixonada pela escrita e pelas temáticas abordadas por Maria Firmina dos Reis (1822-1917) em suas obras desta edição: Úrsula, Gupeva, A escrava e a coletânea de Contos à beira mar.

Lamento que esta edição não tenha os outros poemas, assim como as composições que ela também produziu, com temas que destacam as classes que padecem o descaso, os maus tratos e as agonias nas mãos opressoras daqueles que detêm o poder.

Maria Firmina, provavelmente autoditada, já que não temos registros de sua educação formal, foi a primeira mulher a ser aprovada em concurso público e fundou a primeira escola mista de Maranhão. Suas obras com forte teor abolicionista ficaram no ostracismo por mais de 100 anos e mesmo assim, na segunda edição de Úrsula, na década de 70, sua projeção não teve alcance nacional. Mas deveria, pois os textos e poemas produzidos por ela são obras de suma importância para lermos, sob o ponto de vista feminino, as questões inquietantes dos escravizados e suas vidas profusas de falta de dignidade.
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Wellington 19/05/2022

Úrsula – 9,0
Quanta lágrima e sangue essa terra já bebeu?

Primeiro romance escrito por uma mulher brasileira. Primeiro diálogo entre dois negros sobre a escravidão. Primeiro relato de como alguém “se tornava” escravo: o sequestro, o tráfico, a travessia, o abandono, as mortes, a tortura... Tudo. Doloroso demais. De cortar a alma. Importantíssimo. Inversões lógicas geniais descrevendo o invasor europeu como bárbaro. Escritora negra e nordestina. Quantas barreiras o livro rompeu?

Logo de início, a obra me lembra A Cabana do Pai Tomás; só que, enquanto esta tem forte teor apelativo e transforma personagens em caricaturas, Úrsula não cai na mesma armadilha. É um escrito romântico e há o conhecido teatro que me repele: cheio de Ó!, Ai!, Ó!... Cabelos que ficam brancos igual Dragon Ball... Bom, era o estilo da época.

De quem mais gostei foram, de longe, preta Susana e Túlio. O diálogo entre os dois é histórico e o mundo precisa conhecer. Ousadia e genialidade de Maria Firmina dos Reis.

Edição da Antofágica, linda como sempre. Gravuras acompanham o tom; as notas explicativas, ajudando com termos antigos, foram fundamentais. Recomendadíssima.

site: https://www.instagram.com/escritosdeicaro/
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