yasminalbu 21/12/2023Mais um que compõe a leva sagrada de distopias do século XX.
foi o menos impactante pra mim até agora, porque ele é menos gráfico que os outros - e, talvez, muito por isso, seja inclusive mais perverso.
a escrita do aldous não é fácil, e ele não é bom descrevendo ambientes. o livro começa de forma brusca, e as coisas levaram alguns parágrafos além do que eu gostaria pra começarem a se formar na minha mente - mas eventualmente flui. eu gostaria de ter tido mais detalhes acerca do regime de governo, da estrutura política da sociedade, mas tudo bem não ter ocorrido dessa forma; a história não perde a qualidade por isso. o foco, no fim das contas, não é pra ser esse; é mais um estudo do comportamento humano do que qualquer outra coisa.
gostei do final, achei congruente. o selvagem não conseguia viver bem na civilização tanto quanto a mãe dele não conseguiu viver com dignidade na reserva. essas divisões foram criadas e propositalmente mantidas quase como um zoológico pra realçar a importância do condicionamento e a suposta superioridade da civilização.
releitura pra daqui a uns longos anos.
o que mais me incomodou mesmo, nessa edição do livro que é a que eu tenho, é o prefácio ter sido colocado como prefácio quando ele claramente é um posfácio (sério, leiam após terminada a leitura pois o conteúdo dele fica cristalino).