Resenhas - Admirável Mundo Novo

Gleiciane23 19/03/2023

Nada é orgânico, é tudo programado
Em uma sociedade distópica onde as pessoas são divididas em castas, os bebês não são gerados de forma natural, não há famílias tradicionais, cada um pertence a todos, um dos membros da sociedade se destaca por ser diferente e não aceitar as regras, por quebrar as regras ele pode receber um castigo, mas antes ele faz uma viagem para uma reserva de "selvagens" onde as pessoas vivem de forma natural como vivemos hoje. Bernardo consegue trazer um desses selvagens e um membro da sociedade admirável desde aí a história se desenrola e ele começa a se aproveitar dessa sua "descoberta" para ser uma pessoa mais importante na sociedade. A história é bem construída mas em alguns momentos se torna confusa, mas é uma distopia que vale a pena, em um diálogo final entre o selvagem e o governante sobre Deus podemos perceber que para atingir a felicidade eterna tem que se pagar um preço muito caro e que muitas vezes não vale a pena.

Lizandra.Mirelle 19/03/2023

História péssima
O livro começou numa pegada muito boa, mas depois deu uma virada de chave e ficou tão sem nexo e rumo a história, que o final foi horrivel. Dei 3 estrelas, porque achei pelo menos a escrita mais fácil de ler e assim, consegui fluir o ritmo da leitura.
Bernard maior decepção desse livro.

sara reader 19/03/2023

É um livro que nos faz questionar a nossa existência!!
Admirável mundo novo foi um dos livros mais difíceis que já li, a leitura foi muito densa e demorada, mas apesar de tudo eu gostei da experiência.
O livro tem muitas críticas atuais e reflexões, além de muitas referências, principalmente à Shakespeare.
Pretendo ler outras distopias como essa e talvez futuramente fazer uma releitura deste clássico!

Joana 18/03/2023

A ignorância é uma benção?
Lendo livros assim, entendemos porque são considerados clássicos, de 1931 o livro tem muitas críticas exatamente atuais.

Se passa em uma sociedade fordista futurista, que te deixa boquiaberto muitas vezes, cheio de filosofias e de referências(Shakespeare, principalmente )muito ricas o livro realmente te faz refletir e tem uma história envolvente.

?As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um grave defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica?

?Os bem-intencionados comportavam-se da mesma forma que os mal-intencionados?

?Eu sou eu, e bem quisera não o ser?

Músicas
Gasoline - halsey

Edit após a obra ter descansado um ano na minha mente:

Na sociedade a ciência é soberana, e nesse caso, nos faz ter a empatia pelo que está sendo apresentado e ?vilanizar? a ciência frente a alguns valores que conhecemos, será isso na época era medo do novo, do desenvolvimento científico?

Mas em outros pontos e inegável como certas coisas nunca mudam, classes sociais, como cada indivíduo independente da classe busca um alívio, no nosso caso momentâneo, para uma vida de insatisfação e condicionamento predeterminado. (Escolha o seu: soma, drogas, vícios, religião)

É difícil quebrar, tanto o ciclo, como as correntes. Seria tão ruim assim ser condicionado a amar uma vida a qual não podemos escapar?

?? E esse ? interveio sentenciosamente o Diretor ? é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar.?

Kadu.Brumado 17/03/2023

"Chato" mas, merecedor de toda a importância que tem.
Eu demorei muito pra ler ele porque, convenhamos, a narrativa não é nada muito agradável no sentido estrutural mesmo, tem momentos que o livro te prende sim e você flutua em uma leitura maravilhosa, mas isso são momentos raros, no geral o livro tá quase o tempo todo preso a conceitos e descrições que são bastante difíceis de aturar, o que não é um problema exatamente, eu vou chegar lá. Contextualmente é uma obra excepcional, não há o que discutir. Os temas abordados o conceitos criados, o mundo vivo e palpável existente ali totalmente calcado nesses temas e conceitos e críticas também é de se admirar e principalmente pensar. Não vou entrar muito afundo nisso aqui, acho que qualquer pessoa hoje (no momento que escrevo isso aqui 17/03/2023) sabe do que se trata e para o que ele alerta, basta dizer, que, na minha humilde opinião, ele é totalmente conciso, preciso e completo no que quer, e passa da melhor forma possível mesmo que não seja "agradável" na sua forma, e isso não nem um problema, Admirável Mundo Novo não foi feito para ser agradável mesmo.

bibicmr 15/03/2023

Prefiro Ray Bradbury
Dentro da grande tríade, Fahrenheit ainda é meu preferido. Sempre achei a escrita do Aldous pretensiosa demais e com detalhes excessivos sobre coisas não tão necessárias, de modo que a leitura fica arrastada e com sensação de que não há evolução... dito isso, história incrível e muito bem pensada e condensada, mas não seria exatamente uma obra que eu leria de novo, infelizmente.

Eleonardo 13/03/2023

Utopia ou distopia?
Esse é um daqueles clássicos da literatura que temos que ler sobre distopias. Mas ao longo da leitura e principalmente no final me questionei realmente se o mundo apresentado em Admirável Mundo Novo era uma distopia ou uma utopia.

Acho que no fim fica justamente essa reflexão, de que talvez devêssemos abrir mão de certas coisas pra se ter o bem-comum. Coletivismo ou individualismo, ciência, religião, pais e mães, etc.

Gabriel.Maia 13/03/2023

Eles são todos iguais
Admirável mundo novo era a leitura que faltava para eu completar a trindade distópica, junto com 1984 e Fahrenheit 451, e posso dizer com tranquilidade que foi a minha preferida das 3, superando inclusive o clássico de George Orwell. É um livro aclamadíssimo, a magnum opus de Huxley, e não deixa a desejar em momento algum, repleta de referências clássicas, paralelos com nossa sociedade atual (mais que em 1984, na minha opinião) e reflexões a serem feitas sobre o nosso futuro, que parece se encaminhar cada vez mais para a realidade narrada pelo autor.

A história se passa em Londres, em meados de 2540, e nos mostra uma sociedade diferente e, por incrível que pareça, totalmente feliz. As pessoas perderam o direito de se sentirem mal, tristes, melancólicas ou qualquer outro sentimento considerado maléfico, já que o governo autoritário começa o processo de estancamento dessas sensações antes mesmo de as pessoas nascerem. Nesse mundo, a maternidade e o parto de uma criança, assim como o nosso conceito de família, são coisas extremamente abomináveis e nojentas, praticadas apenas nas poucas partes não civilizadas do mundo, nas populações conhecidas como selvagens. A propagação da espécie humana ocorre por meio da inseminação artificial, que, após anos e anos de evolução, permite que os cientistas criem até 80 pessoas advindas dos mesmos gametas, o que cria grupos com dezenas de pessoas idênticas em aparência.
A sociedade é dividida em castas, indo dos mais baixos Ípsolons até os soberanos Alphas. Todos os seres humanos criados recebem, antes mesmo de serem gerados, uma casta, e com isso começam as mudanças genéticas para se adaptarem aos seus grupos e não sentirem vontade de saírem dele. Os Ípsolons, por exemplo, tem uma quantidade reduzida de oxigênio enquanto estão em fase de desenvolvimento embrionário, o que faz com que cresçam com retardo mental, conseguindo realizar apenas as tarefas que não demandam inteligência. Essa desvantagem intelectual os obriga a continuarem para sempre na mesma casta, impedindo que algum indivíduo propague ideais revolucionários. Além dessas peculiaridades biológicas, cada casta recebe um tratamento psicológico desde que nascem, com mensagens sendo repetidas incessantemente instruindo-os com as regras de cada casta, fazendo com que esses dogmas fiquem guardados no subconsciente de cada indivíduo, o que acaba contribui ainda mais para a aceitação de suas posições sociais e o desprezo às demais.

Essa é uma sociedade totalmente movida pelo consumismo e pelas sensações de prazer, e o governo faz tudo que é possível para manter a população seguindo fielmente esses princípios; distribui comprimidos de soma, uma droga que teoricamente não apresenta efeitos colaterais e que dá uma sensação muito prazerosa ao usuário, impõe que as pessoas não devem se apegar emocionalmente a uma pessoa, seja como companheiro amoroso ou como um amigo e propagam a ideia de que "é melhor comprar um novo do que consertar um velho", o que continua movendo a economia dessa sociedade. O individualismo é considerado quase como um pecado nessa sociedade, com as pessoas sendo desencorajadas desde cedo a possuírem qualquer opinião própria ou peculiaridade. Essa é a receita para a felicidade global, mas será que nós realmente queremos atingi-la algum dia?

As sensações ruins fazem parte da vida e do aprendizado humano. Nos tornamos pessoas fracas e sem personalidade quando não enfrentamos problemas em nossas vidas, e isso é exatamente o que acontece com a população representada no livro. As pessoas se entopem de soma e sexo sem sentido ao mínimo sinal de desconforto, como se fossem crianças fazendo birra quando suas vontades são contrariadas, e esse sistema pode facilmente entrar em colapso. Apesar de o livro nos seduzir com a ideia de felicidade eterna, temos que nos lembrar constantemente de que essa felicidade é falsa e baseada em preceitos errados como os excessos e as fugas constantes da realidade, e que uma população 100% feliz é totalmente insustentável, se não for impossível. Não devemos tentar nos isentar de sentimentos como raiva, tristeza, melancolia e nostalgia, mas sim aprender a viver com eles para que nos tornemos pessoas melhores e menos suscetíveis a ataques de ansiedade que nos façam jogar tudo pro alto ao menor sinal de dificuldade.

Bianca.Ferroni 13/03/2023

Admirável Mundo Novo
O livro Admirável Mundo Novo traz em minha perspectiva um universo RELATIVAMENTE distópico.
Durante a envolvente narrativa, o livro nos traz a ideia de uma sociedade que preza e prioriza a estabilidade social e para que assim se mantenha, os indivíduos são condicionados de acordo com sua casta social pré-determinada. Controlar massas homogêneas faz com que seja fácil reconhecer os que tentam dissimular sua aversão a ordem regente.
A ignorância, por nós tratada como repudiante é apresentada como um pré-requisito essencial para a estabilidade, agregando valor político indispensável. Outra característica que faz com que o mundo apresentado seja sustentado é o abandono de estruturas sociais que causam instabilidade por sua complexidade, por exemplo a família, abrangendo pais, filhos e maridos/esposas, o amor em seu amplo aspecto entre outros. O extremismo de priorizar a felicidade e conforto faz com que a sociedade careça de valores morais, a verdadeira beleza proveniente da arte é abandonada a favor dos novos valores impostos. A própria ciência, superficialmente valorizada, é também descartada quando arriscar o equilíbrio atual.
Apesar de tudo, arrisco dizer que o mundo apresentado possa sim ser considerado uma utopia, mas desde que abandonemos os ideais moralistas a favor do equilíbrio mundial entre todos os indivíduos. Essa sim não seria uma utopia? Equilíbrio, felicidade e bem estar?

Pedralto 12/03/2023

Uma distopia atual
O livro é distopia assustadoramente real. Não há mais tristeza, não há mais sofrimento, não há mais amor, não há mais ódio, não há mais guerra, não há mais doença, não há mais velhice, não há mais liberdade. Há somente a estabilidade, a ciência imoral, a sexualidade desmedida e uma felicidade artificial.

De todas as distopias que já li, essa é a que mais me pareceu próxima da nossa realidade. O livro retrata coisas que podemos ver acontecendo na sociedade atual. É muito fácil imaginar que em um futuro não muito distante, estaremos vivendo em um Admirável Mundo Novo.

Iara 12/03/2023

Distopia
Um clássico que não se pode deixar passar sem ler. Reconheci muito da sociedade atual no livro. É impressionante o quanto nos tornamos e agimos parecido com a sociedade retratada no livro.

MatheusViana 12/03/2023

Como todos os clássicos que tenho me proposto a fazer a leitura, Admirável Mundo Novo não seria diferente ao que se refere a atemporalidade de sua narrativa. Os assuntos tratados nessa narrativa trazem discussões muito pertinentes ao nosso tempo.

De todo modo, ainda como em todas as leituras de clássicos, sempre sinto que me falta muita bagagem para conseguir tirar o real proveito da escrita, o que acaba prejudicando minha experiência de leitura.

Dito isso, recomendo que leiam e tirem sua próprias conclusões.

Bruna 11/03/2023

Queria eu viver nesse admirável mundo novo!!!
Ainda bem que eu insisti e tentei ler uma segunda vez! O prólogo/prefácio, apesar de ser necessário lê-lo no início, é confuso porque o autor escreve sobre o livro que, a esse ponto, ainda não foi lido; essa parte me fez desistir da leitura na primeira tentativa. Recomendo voltar ao início e reler essa parte introdutória, vai fazer muito mais sentido.
Sobre a história em si, achei lamentável que a Lenina sumiu após o encontro com o Selvagem? Gostaria que tivesse alguma parte onde ela refletisse mais sobre ele e sobre os próprios sentimentos após essa experiência; mas talvez eu tenha criado expectativas irreais acerca dela, a ponto de achar que ela poderia romper com o que foi condicionada a pensar. De resto, tudo perfeitamente escrito e desenvolvido.
Os diálogos finais foram o ponto mais alto pra mim, sem dúvida. No decorrer deles fui convencida a querer viver aquela realidade. Felicidade, dinheiro, completa alienação da realidade e somente submetidas à mim tarefas que certamente (uma vez que fui projetada pra cumpri-las) serei capaz?? Sim, por favor!!!

Jhonny Moreira 11/03/2023

Previsão do futuro.
Apesar de ter sido uma leitura um pouco densa, curti bastante. Alguns capítulos li de forma arrastada, mas valeu muito a pena de fato.

O diálogo entre os selvagens e o administrador no capítulo 16 e 17 foi uma grande experiência. Em 1932 o autor escreveu realidades de 2023.