Camille.Pezzino 22/12/2021
RESENHA #186: A SUPERSTIÇÃO
Depois de muito ler a Rainha do Crime, tornou-se um hábito olhar para os pontos certos da narrativa a fim de descobrir o mistério. É muito simples, como ela mesma dizia; as respostas estão sempre lá, é só saber encaixá-las da maneira correta.
No entanto, embora as pistas de É fácil matar estejam lá, essa é uma narrativa capaz de levantar a dúvida sobre quem, de fato, comete os crimes quase até o final do texto. Assim, como primeiro ponto a se destacar, devo dizer que eu realmente fiquei surpreendida pela minha demora em saber o verdadeiro culpado – considerando que, geralmente, eu dou como certo quem é o assassino logo nos primeiros capítulos.
Esse fato tem uma explicação bem interessante: dessa vez os assassinatos não são uma vingança cega, mas acima de tudo atos de um sociopata. Essa característica traz alguns estereótipos marcados ao assassino que só são possíveis de identificar quase no final do texto. Ainda que as dúvidas sempre estejam ali, elas se afugentam: ora para alvos mais previsíveis; ora para alvos menos pensados.
Através desse personagem, Christie levanta pontos bem interessantes quanto ao jogo de aparências – comumente presente em suas obras –; a percepção de pessoas desconsideradas pela polícia; bem como a própria dúvida sobre a verdade e a mentira descrita por uma pessoa sociopata. Assim, ela traz uma excelente caracterização de tais indivíduos. Não menos interessante, a escritora também contrapõe casamentos por interesse e pessoas quebradas por relacionamentos problemáticos. Essas características reforçam a complexidade não só do assassino, mas de outros personagens envolvidos nos crimes.
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