Ana Clara 16/10/2019Sensível“Oh, tire uma foto deles”, disse a mulher para o marido distraído, “acho que eles são artistas”
“Ora vamos logo”, ele deu de ombros. “São só garotos.”
É uma história autobiográfica de amor, companheirismo e descobrimento pessoal entre ela e Robert Mapplethorpe.
A história passa, na maior parte do tempo, em Nova York, quando ela se muda para a cidade em busca de se encontrar como artista e é pouco tempo depois que conhece Robert, ambos estavam em uma situação financeira difícil, os primeiros anos deles são marcados por isso, e acabam se juntando, dando início a uma vida juntos, inicialmente como um casal, mas mesmo após se separarem por Robert ter se descoberto gay, eles mantém uma relação muito forte de cuidado e amor, simbiótica, em que os dois representam para cada um porto seguro.
Os dois estão juntos em todo esse processo de descobrimento de Patti, que experimenta vários campos da arte, pintura, poesia, música e outros e de Robert com suas peças de arte, colagens, colares e seu início no trabalho artístico com a fotografia e consolidação.
Nada que eu fale pode captar a densidade emocional desse livro, é um exercício de imersão nos sentimentos e nas angústias de Patti e como ela sentia as de Robert e outros a seu redor, é de uma intensidade sublime.
Além disso, é interessante ver ao longo da narrativa diversos marcos da história dos EUA, Woodstock, o caso da família Mason e a história de muitos artistas conhecidos que se entrelaçam com Patti. Junto a vários temos que aparecem como religião, questões de gênero, abuso de drogas e muito mais.
É muito bom acompanhar a trajetória de Patti, ouvir suas músicas quando ela as cita no livro e conhecer o porquê delas.
Recomendo.