Aline 18/09/2024
Leitura densa e intrigante
Um livro historicamente importante, marca o início de uma nova forma de narrar não conhecida antes (narrador profundo, narração centrada nos sentimentos do objeto narrado).
Mas é um livro que exige uma atenção redobrada a todos os seus detalhes. Em alguns momentos acaba por divagar ao extremo, é fácil se perder ou mesmo esquecer sobre o que o parágrafo ou linha anterior falam, uma escrita densa. Expressa esse fluxo intenso de consciência através dos parágrafos extensos, a "falta" de pontuação e palavras que se conectam trazem uma análise conexa.
História profunda com diversas reflexões sobre o mais simples e complexo do que é viver, Joana se basta muito, e o livro explora de forma interessante a forma como ela precisou desde muito criança estar sozinha e se bastar sozinha.
Em alguns momentos é difícil identificar quem está narrando - Joana jovem, Joana adulta, Otávio, Lídia, ou o amante. Muito integrante o fim de Joana - sem pai, sem tia, sem marido, sem amante, sem filho, sem amizade e com vontade de morrer, mas ainda sim aproveitando e sentindo cada segundo da vida presente. A água e o mar estão sempre representados.