tosty 28/02/2022
Ótimo
O livro é narrado a partir de cartas escritas por Eva, mãe de Kevin, direcionada a Franklyn, seu marido. Kevin khatchadourian protagonizou um massacre escolar em 8 de abril de 1998, quando ele estava prestes a completar 16 anos. É dois anos após esse episódio que Eva decide escrever cartas ao (ex)marido, registrando todas suas angústias, arrependimentos, e, principalmente, recapitular toda a criação Kevin, buscando e analisando os sinais que o garoto apresentara para qualquer transtorno e frieza que o compõe. Eva é uma mulher de uma introspecção sedutora, que sua perspectiva do mundo é uma leitura objetiva e quase fria dos fatos. Quando Kevin nasceu, ele rejeitou o peito dela, e ela, então, rejeitou o filho de volta. A maternidade com Kevin foi de forma peculiar, e o relacionamento frio de mãe-filho o fizeram se encontrar em um ponto específico em um gráfico. Eva nos permite imergir em mundo em que a maternidade não é composta por milagres, conexões e nem afeto pelo bebê. Eva nos apresenta um universo em que o relacionamento com seu marido é de divergências e exaustão, principalmente na criação de Kevin, onde Franklyn é um pai bem dedicado e atencioso. O livro é devastador, com um enredo pesado e leitura viciante. O equilíbrio da subjetividade dos sentimentos não expostos juntamente com a objetividade crua dos fatos, evidencia o porquê que precisamos falar sobre o Kevin.