spoiler visualizarMarianne 28/07/2014
Romance Senhora-Temática Feminina
Este é um romance basicamente romântico caracterizado pelo nacionalismo e pela temática brasileira, perceptíveis pela narrativa situada na Corte, atual cidade do Rio de Janeiro, durante o Segundo Reinado, assim, devido a essas menções a obra é denominada, por alguns teóricos, como romance urbano. Entretanto, por abordar a sociedade como vilã, juntamente com seus hábitos doentios, costumes imorais e norteada pelo dinheiro, “Senhora” pode também ser considerado um romance de costumes.
Apesar de ter sido escrito no Século XIX,o romance senhora e carregado de elementos que estão presentes da nossa sociedade até os dias atuais,como a emancipação feminina,a proteção que se tem sobre Aurélia,quando cita que Aurélia tinha um tutor o Sr.Seixas que era encarregado de escolher o noivo para o sua sobrinha ,a estranheza que a sociedade tinha a respeito de Aurélia, considerando-a uma moça excêntrica,por fugir do padrões da época.
Elementos nos texto comprovam a estranheza que a sociedade tinha de Aurélia:
"O principio vital da mulher abandonava seu foco natural,o coração,para concentra-se no cérebro,onde residiam as facudades especulativas do homem".(Cap.IV,pág 19).
Apesar do romance Senhora se tratar da protagonista Aurélia e seu amado Seixas,podemos perceber certas cenas os personagens secundários também são retratos na temática da mulher.Os hábitos de Seixas a cerca de sua irmã Nicota e Mariquinhas.
"Aceitava o indolente estes serviços como um sultão os receberia de sua almeia favorita;de tão acostumado que estava,já não lhe agradecia,convencido que para a moça era uma fineza consentir que lhos prestasse".(Cap.V,pág 27).
Uma critica embora suave do patriarcalismo,quando este considera que o serviço prestado da sua irmã não foi um favor mas sim uma certa “obrigação”
Outra parte do texto a cerca das irmãs de Seixas demonstra como deveria ser a mulher da época:
”(…)D.Camila tinha dado a suas filhas a mesma vigorosa educação brasileira,já bem rara em nossos dias,que,se não fazia donzelas românticas,preparava a mulher para sublimes abnegações que protegem a família,e fazem da humildade casa um santuário.” .(Cap.VI,pág 31).
"Nicota,a mais moça também mais linda,ainda estava na flor da idade;mas tocava os vinte anos(…)Por isso cresciam as inquietações e tristezas da boa mãe,ao pensar que também esta filha estaria condenada á mesquinha sorte do aleijão social,que se chama celibato".(Cap.VI,pág 31).
No entanto,durante toda a trama apesar das criticas suaves ao patriarcalismo o foco central continuava sendo o casamento,demonstrando que para aquela época um marido,era o traje indispensável as mulheres honestas.
”(…)O coração e ainda mais o de mulher que é toda ela,representa o caos do mundo moral.Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros irão surgir.”
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