Os demônios

Os demônios Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Demônios


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Reginaldo Pereira 21/03/2023

?É espantosa a atualidade de Os Demônios?
Foi essa a frase que o tradutor Paulo Bezerra menciona no posfácio desta edição e que resume a grandiosidade desta obra!

Este é o meu quarto Dostoiévski (após ?Crime e Castigo?, ?O Idiota? e ?Os Irmãos Karamazov?) e finalmente posso afirmar que este gênio da literatura finalmente me arrebatou! E muito!

A obra ter sido motivada por um fato verídico; a grandeza dos vários personagens (por mais que Stavróguin seja o ?herói?, ele em nada ofusca a importância dos demais); o formato narrativo de alguém que faz parte da trama e a conta em ?sua crônica?; e toda a discussão (e atualidade!!) política, religiosa e social fizeram desta obra uma daquelas que, com certeza, ficarão pra sempre comigo!

E ainda citando uma parte do posfácio (citação de Boris Tarássov): ?A leitura do romance hoje deixa a impressão de que nada parece haver mudado na essência, de que houve apenas uma renovação dos cenários sociais e mudança de traje das personagens??

E só um mestre como Dostoiévski é capaz de ter feito isso! ???
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Gabriela 11/02/2022

Pesado
O livro que é pesado em todos os sentidos possíveis. Singelas 777 páginas de intriga política, ofensas, morte, ameaças e muito discursinho e palestrinha russa.
Como odiar completamente o Nikolai? Mas também, como gostar dele?
Ouvi falarem do Piotr como sendo o próprio diabo, mas não achei. Achei uma pessoa ruim comum. Um ser humano péssimo. Talvez eu tenha lido tanto absurdo que não me choquei tanto com as atitudes dele.
Stepan é o alívio cômico e trágico. Só dá pena, tadinho. Se acha importante.
Nosso narrador muito isentão, não tem nem um final propriamente dito.
Amei demais toda a terceira parte (spoiler alert), a festa, o incêndio, o nascimento do filho do Chátov - que não era do Chátov -, o assassinato dele, o suicídio do Kiríllov... Que capítulo tenso. Depois disso, deu uma esfriada, nas últimas 70 páginas, mas com um bom final.
Pra quem curte muita treta política, indispensável.
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Felipe Augusto 20/04/2024

Que livro extraordinário do Fiódor Dostoiévski, do início ao fim uma leitura que te prende com personagens bem construídos e com características bem fortes, tem um peso politico e religioso em toda obra que nos remete em alguns momentos a pensar no que compreendemos da humanidade, e bastante reflexivo e importante esta obra.
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Valéria 02/09/2020

Desdobrando o assassinato de um estudante, Dostoiévski faz estudo profundo do pensamento político, social, filosófico e religioso de seu tempo. Ele projeta os desvios que o socialismo real viria a apresentar até o seu esfacelamento.

Reler Os Demônios 18 anos depois, me traz um novo olhar sobre as relações sociais e o quanto somos os mesmos independente do tempo, de 1872 quando escrito, até agora.
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950 05/07/2023

Obra de arte
Um dos melhores livros que eu já li, começa narrando a vida mundana no interior da russia, mas eu gosto tanto do jeito que o Dostoiévski escreve, com esse estilo meio irônico, que ele poderia falar das coisas mais comuns do mundo que ainda acharia incrível de ler- e a medida que a trama se desenvolve só vai ficando mais e mais interessante. Com certeza lerei mais do autor.
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Erudito Principiante 03/01/2023

Os revolucionários na visão de Dostoiévski
Minha segunda leitura de Dostoiévski foi de difícil digestão, como eu já esperava após ler O Duplo. Mas isso não significa dizer que não gostei.

Em Os Demônios acompanhamos algumas pessoas em uma cidade provinciana tendo que lidar com suas rotinas e cotidianos sem maiores problemas, até que um grupo de revolucionários socialistas/progressistas começa a se infiltrar lentamente nessa sociedade, abalando aos poucos sua rotina. Falando dessa maneira parece muito simples, porém Dostoiévski costura a história de forma detalhada, construindo os personagens lentamente. Aliás, na minha modesta opinião acho até que a história demora bastante para desenvolver, sendo apenas na segunda metade do livro que vemos alguns sinais do que irá acontecer. O autor usa o interessante artifício de o narrador ser um dos personagens, ou seja, tudo é narrado em primeira pessoa, como se fosse um testemunho pormenorizado.

A história inicia mostrando a vida do intelectual fracassado Stepan Trofímovitch, vivendo às custas da viúva rica Varvara Petrovna na condição de preceptor. Os amigos de Stepan dão sutis sinais de fazerem parte de um grupo subversivo, mas aparentemente são inofensivos. As coisas começam a esquentar um pouco com o aparecimento de Nikolai Vsêvolodovitch Stavróguin e Piotr Stepanovitch Verkhôvenski, que acabam por serem os líderes dos subversivos.
Stavróguin é mais de ação e poucas palavras, enquanto que Verkhôvenski fala pelos cotovelos e se autodenomina o porta-voz da liderança revolucionária nacional perante o grupo local.

Os Demônios aos quais Dostoiévski se refere são justamente os revolucionários e seu total desprezo pela ordem vigente, preceitos morais, religiosidade ou qualquer outra coisa que se interponha entre seus objetivos. A história seria a versão de Dostoiévski para um assassinato que ocorreu em 1869. O jovem Ivan Ivanov foi morto por se desentender com o líder do grupo subversivo local Serguei Netcháiev. O desenrolar da investigação e posterior julgamento foi acompanhado por Dostoiévski, inspirando-o a escrever sua obra, que culminará no assassinato de um dos personagens nos moldes do crime real.

Os revolucionários da vida real, conforme previu Dostoiévski, foram ganhando força através de seu discurso sedutor de igualdade e ao mesmo tempo afirmando que a sociedade precisava ser destruída para que algo novo (e melhor, segundo eles) pudesse nascer das cinzas do caos disseminado pelos mesmos. Menos de meio século após a primeira edição de Os Demônios a Rússia caía aos pés dos bolcheviques. O resto é história?
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Leonan 17/03/2023

Em Os Demônios, Dostoievski busca defender a tese de que a dessacralização do mundo pelo homem e seu consequente niilismo levariam a humanidade a amoralidade e, portanto, a cometer atrocidades em nome do novo mundo idealizado, não vendo nem mesmo as pessoas como obstáculos para alcança-lo. Neste contexto, temos dois personagens chave, sendo eles Nikolai Stavróguin e Piotr Verkhovenski. Os demônios no título do livro são materializados na figura de ambos e uma breve descrição de cada um deles é essencial.

Nikolai é um hedonista, sua satisfação é obtida através “do êxtase que vinha da angustiante consciência da baixeza” e toda sua vida tem como objetivo alcançar este êxtase, que como uma droga, a cada experimentação entorpece menos o personagem. Seu comportamento não indica nenhum tipo de culpa ou sentimento de responsabilidade e em praticamente nenhum momento sabemos se ele está falando seriamente ou arquitetando circunstâncias para divertimento próprio. Stavróguin apoia discursos contrários diante de dois personagens. Com Kiríllov, que é um representante do ateísmo, apoia a descrença. Já diante de Chátov, representante do cristianismo e alvo de uma conspiração de assassinato, apoia a fé.

Piotr é líder da organização e manipula a tudo e todos para alcançar seus objetivos, sendo as pessoas apenas ferramentas em suas mãos. Durante todo o livro é claro seu comportamento dissimulado e sua tentativa de apresentar o discurso mais adequado para convencer seu interlocutor. Todas as desgraças ocorridas durante o livro têm como origem, direta ou indiretamente, Verkhovenski.
Neste brilhante livro vemos o ateísmo (na persona de Kiríllov) e o cristianismo (Chátov), como reféns de homens cruéis, desprezíveis e indiferentes perante a humanidade, demônios como Stavróguin e Verkhovenski.
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Bê. 03/03/2022

Que maratona?
Impossível dizer que foi uma leitura fácil? Apesar de Dostoiévski ser um autor muito recomendado, senti muita dificuldade de engrenar na leitura.
O livro é denso, na primeira parte tive a sensação que nada fazia sentido, que o autor estava apenas narrando de forma aleatória o ambiente de convivência de alguns personagens. Somente no meio da segunda parte que a história começa a se revelar, em que os conflitos passam a tomar forma e a partir daqui, é uma explosão de acontecimentos de embasbacar!
Depois foi impressionante perceber como os autor construiu toda uma teia complexa com tantos e tantos personagens e concluiu tudo com um enredo muito bem amarrado e, de certa forma, chocante.
Achei a obra uma alegoria perfeita de como as ações de um único indivíduo egoísta, leviano e arrogante se tornam um terreno fértil pra tantos demônios ficarem ?à vontade? e como o peso das consequências podem ser inimaginável pra suportar.
Foi meu primeiro contato com Dostoiévski é só consigo pensar: é óbvio que ele é um autor aclamado. Obra genial.
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The Bill 08/06/2021

Profético!
Dostoiévski me surpreendeu mais uma vez!
Gosto bastante de seu estilo, de sua agudez de percepção e da forma de mostrar a realidade, mas nesse livro, como em nenhum outro, para minha pequena pessoa, ele conseguiu se superar.
É claro que os Irmãos Karamazov é uma obra mais grandiosa, mas o que mais me chamou atenção foi o seu poder de interpretar a realidade, e dessa forma ser profeta das crises que viriam cair sobre o mundo.
Um nietzschiano sem Nietzsche, protótipos de Stálin e Hitler, tudo isso por perceber aquele assassinato do jovem Ivanov como um "elo na cadeia dos movimentos revolucionários russos", mas de toda a Europa do século XIX e XX.
A trama é belíssima, os personagens bem desenvolvidos e com aquela boa pitada de tragédia, comum a Dostoievski.
Por fim, um bom livro, que faz pensar e observar quão grande era a envergadura intelectual de Fiodor Dostoievski.
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Leila 06/09/2020

Assustadoramente atual
Considerado como um romance panfletário, Os demônios, possivelmente, é a maior crítica política feita por Dostoiévski. Mas, vale ressaltar que a crítica em nada compromete a qualidade estética do texto, além da profundidade psicológica e filosófica tão presente nos romances do escritor russo.

Publicado em 1871, século XIX, Os demônios é uma reação de Dostoiévski ao assassinato de um estudante por divergências políticas e a decisão de se afastar do grupo revolucionário, ao qual era membro, e tinha por princípios o Chigaliovismo, um vislumbre do que viriam a ser o fanatismo e a violência dos regimes fascistas do século XX.

Numa época de intolerância, violência, conservadorismo e tentativa de cerceamento do conhecimento, Os demônios é um livro de assustadora atualidade.

?Ele propõe, como solução final do problema, dividir os homens em duas partes desiguais. Um décimo ganha liberdade de indivíduo e o direito ilimitado sobre os outros nove décimos. Estes devem perder a personalidade e transformar-se numa espécie de manada e, numa submissão ilimitada...
[...]
Cada um pertence a todos, e todos a cada um. Todos são escravos e iguais na escravidão... A primeira coisa que fazem é rebaixar o nível da educação, das ciências e dos talentos.? P. 392 - 407.
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Roberto 17/05/2021

Melhor livro que li até o momento
Demorei pra caramba, mas desde o começo já tava prevendo que iria encabeçar minha lista.
Pra quem quer começar ou tá começando a ler agr, recomendo anotar em um arquivo de Word ou numa folha os nomes de todos personagens que vão aparecendo e depois alguns tópicos explicando brevemente o que acontece em cada capítulo.
Vai dar trabalho, mas vai ser importante pra lembrar, pq muita coisa acontece e sem isso alguns podem ficar perdidaços com a ordem dos acontecimentos, igual eu fiquei no começo.
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Gabryella27 10/09/2023

"É espantosa a atualidade de Os demônios"
"Por assim dizer, os demônios estão em toda parte. Eles logo se reconhecem uns aos outros; uns em sua ávida procura da verdade movidos pelo desejo sincero de mudanças progressistas, não se dão conta de que se encontram num turbilhão de demônios." - Boris Tarássov

Em "Os demônios", Dostoiévski conseguiu colocar basicamente tudo de mais asqueroso e grotesco em uma sociedade, comecei esse livro sabendo que teria temas fortes e pesados, mas lendo é ainda mais absurdo e agoniante.

É um "romance de advertência" que trás a antecipação de acontecimentos que viram com Hitler e Stalin, que são personificados nos personagens de Piotr Stiepónovitch e Chigáliov com seu manuscrito da "sociedade perfeita" na qual noventa por cento da população deve ser despersonalizada e transformada em manada (o que quase aconteceu com Stalin e Hitler).

Enfim, é assustador ver pedaços desse livro na sociedade atual, nas ditas "esquerda" e "direita".
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tortajulia 09/10/2022

"Não há nada secreto que não se torne evidente."
"Os demônios" de Dosteiévski é um livro complexo e denso, de forma que foi uma leitura desafiadora para mim. No início, principalmente nas primeiras 200 páginas, foi difícil me localizar em relação aos personagens. Todavia, me interessei muito pela história e pelos caminhos que Fiódor Dostoiévski traça ao longo dessas 700 páginas.

Como personagem principal se faz presente Nikolai Stravrógin, rapaz de 29 anos que pode ser comparado a Hamlet da obra shakesperiana. É associado a um grupo revolucionário liderado por Piotr Stiepánotvitch, mesmo que não possua aspirações desse tipo. Durante a narrativa, podemos acompanhar as inúmeras vozes que levam os demônios de jovens engajados politicamente a remorsos e assassinatos.

Inspirado em um caso verídico, "Os demônios" é um livro marcante!
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