Chris 10/03/2013
Triste
Confesso que havia ficado curiosa em ler o segundo livro da trilogia. Queria saber se Christian iria conseguir superar seus traumas para enfim, criar um relacionamento verdadeiro com Ana. Depois, havia a curiosidade para conhecer mais detalhes do passado desse homem tão misterioso, por que ele havia se tornado tão arisco ao toque das pessoas e tão fechado para relacionamento. Por último, ainda tinha aquela curiosidade por saber se Ana se renderia ao lado obscuro de sua própria sexualidade ou se continuaria afirmando que fazia tudo aquilo por ele.
Meu primeiro choque foi a mudança de Christian, em quatro dias (tempo que ficou separado de Ana) Grey passou de bilionário esquivo que foge de relacionamentos, para um cara completamente apaixonado e entregue, que está disposto a tudo para ficar com Anastásia... Até mesmo abrir mão de seu lado sádico. Uma parte de Ana fica um pouco decepcionada, mas ela também fica feliz por conseguir tirar o seu “50 tons” da escuridão e traze-lo para a luz dos relacionamentos baunilha.
Então o livro prossegue e por conta de uma perseguição implacável de uma ex-submissa maluca, Ana aceita morar com Christian por um tempo e para a segurança dela, ele também coloca seguranças grandalhões próximos a ela enquanto vai ao trabalho e faz com que ela prometa informa-lo sobre todos os passos que der.
Ana começa a trabalhar em uma editora e tem como chefe Jack Hide, como eu havia previsto ele começa a assedia-la, e o chefe se transforma num verdadeiro “mostro”, mas Christian chega na hora e lhe dá uma boa lição.
Eu me preparei para descobrir os segredos mais obscuros do Sr. Grey, e mais uma vez me decepcionei. Nosso mocinho conta um pouco mais sobre o seu passado e realmente ele passou por muitas coisas horríveis até os 4 anos de idade. Mas, não considerei um motivo válido para que ele não suporte ser tocado. Foi ai que comecei a me perguntar se todos esses psicólogos e psiquiatras que Christian frequentou quando era pequeno eram todos uns incompetentes ou se era a autora que não soube justificar bem esse aspecto do seu personagem.
Daí, quando eu pensei que a parte dos segredos não poderia ficar pior, vem o segredo mais obscuro, o mais terrível, aquele que ele teme que fará Ana se afastar dele para sempre...
Christian conta o segredo e... Era isso? A cena foi tão rápida e mal escrita que fiquei sem entender os detalhes, mas, se foi isso mesmo o que eu entendi, acho que a autora subestimou muito a minha inteligência.
Enfim, o livro foi passando e meu incomodo crescendo. Tudo era muito raso, muito frágil no argumento da autora. Isso sem contar a própria Anastásia que novamente pensava uma coisa quando estava longe dele e fazia outra quando estava perto. Numa página acha que eles têm que ir devagar, na outra já está morando com ele. Diz que não gosta de BDSM mas faz provocações sobre o assunto em vários momentos da trama. E a autora ainda chega ao ponto de transformar em vilã a única personagem que assume gostar desse estilo de vida, em mais uma cena desnecessária do livro.
Infelizmente, Ana não sabe o que realmente quer, não conseguiu sair do medíocre e patético papel de sonsa durante todo o livro.
Porém, se no primeiro livro, a trama principal era o contrato que Ana teria que assinar e os mistérios do sr. Grey no segundo livro não há trama nenhuma. É simplesmente o cotidiano desse casal problemático que alterna brigas e discussões a cenas de sexo e declarações de amor e posse. A autora tenta provocar algumas reviravoltas, mas tudo se resolve magicamente na próxima cena, e pasmem,em poucas linhas!
Sinceramente, analisando todo o livro, não há nada (repito, NADA) que justifique metade das 485 páginas de “50 tons mais escuros”. Nem mesmo as cenas de sexo empolgam, achei o livro muito tedioso, a autora mantém as mesmas repetições e expressões do primeiro livro, continuo achando a leitura desbotada.